Azerbaijão já não abre mais o campeonato da F1

Temporada 2020 da Fórmula 1 pode começar no Canadá, em junho, mas prova também não está garantida devido ao coronavírus

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Livio Oricchio
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As lideranças da FOM, FIA e das equipes sabiam que a previsão de abrir a temporada com o GP do Azerbaijão, originalmente o oitavo do calendário, de 5 a 7 junho, dependia da evolução do controle da Covid-19. O que eles provavelmente não imaginavam era que seus planos tivessem de ser revistos tão rápido.

Nesta segunda-feira (23 de março) os organizadores da sempre esperada corrida de Baku, no Azerbaijão, comunicaram que não poderão abrir o campeonato. Eles explicaram que precisariam começar a trabalhar agora na preparação da cidade para receber a F1. E neste instante o país luta para conter o nível de contaminação do coronavírus.

O fechamento de algumas das principais vias de locomoção por Baku potencializaria a expansão da Covid-19, além de custar muito caro e não haver a garantia de que poderia organizar a prova. Chase Carey, da FOM, e Jean Todt, FIA, obviamente entenderam os argumentos da comissão organizadora do GP do Azerbaijão.

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O problema para a F1 é que, a exemplo dos eventos em Melbourne, na Austrália, Sakhir, no Barein, Monte Carlo, em Mônaco, o de Baku não tem como ser reinserido no calendário. Será muito difícil. O mais provável é que também não venha a ser disputada.

Só lembrando: os dois primeiros GPs do ano, Austrália, 15, e Barein, 22, ambos este mês, já não aconteceram. E os cinco seguintes também não serão realizados: Vietnã, estreia no calendário, dia 5 de abril, China, 19, e os três de maio, Holanda - de volta à F1 depois de 35 anos -, dia 3, Espanha, 10, e Mônaco, 24.

Canadá: opção não garantida

As más notícias para a F1 não acabam aí. Com Azerbaijão não podendo sediar a abertura do mundial, o GP seguinte, nono do ano, o do Canadá (de 12 a 14 de junho), também não está 100% garantido. Pelo contrário: seus promotores também já disseram às lideranças da FOM e FIA talvez não poder receber a F1.

A corrida é disputada no circuito montado na Ilha de Notre Dame, um parque dentro de Montreal. O acesso dos mais de 100 mil torcedores todo ano é feito, essencialmente, pelo metrô, pois não há estacionamento na ilha para quem não trabalha no GP.

Campeonato de F1 em 2020 pode começar no circuito de Montreal, no Grande Prêmio do Canadá
Crédito: Divulgação
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E hoje há na cidade restrições importantes de reunião de pessoas em grande escala. A realização do GP do Canadá está relacionada à atenuação da séria crise gerada pela Covid-19. E como, a exemplo de Baku, a prova de Montreal não é disputada em um circuito fechado de velocidade, as chances maiores são, neste momento, de também não poder receber a F1.

O que, se confirmado, transferiria para o GP da França a responsabilidade de ser a primeira etapa da 71ª temporada da F1. Sempre dependendo de o mundo controlar a pandemia. A corrida no Circuito Paul Ricard, próximo a Marselha, começou como a décima do ano, de 26 a 28 de junho.

Impacto financeiro

As lideranças da F1 já entenderam que terão um ano dos mais difíceis desde a criação do mundial, em 1950. Haverá uma sensível redução da arrecadação anual de US$ 1,2 bilhão, ou R$ 6 bilhões. Para diminuir o impacto financeiro, FOM e FIA concordaram com a proposta das próprias equipes de transferir a estreia da nova F1 de 2021 para 2022.

Os representantes das dez equipes foram além: conseguiram fazer com que os carros de 2021 sejam, em essência, os mesmos deste ano, com liberdade para rever apenas o projeto aerodinâmico. Tudo para poder competir com um orçamento mais reduzido.

Bem, por enquanto esse é o cenário da F1. Como em tão pouco tempo o Azerbaijão – eleito há menos de uma semana para abrir o campeonato – já ficou para trás, todos na própria F1 irão se surpreender se o Canadá, a bola da vez, poderá ser o primeiro GP do ano. E se não for o caso, que a França então possa.

A pandemia do coronavírus transformou a então concorrida abertura do mundial em uma verdadeira batata quente.

 

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