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Camaro x Mustang: o duelo dos muscle cars

Veja um comparativo de tirar o fôlego! Os dois esportivos mostram do que são capazes com seus potentes motores V8

por Motoring

Não vamos começar com algo como: “você pode ouvi-los vindo das montanhas de longe". Esse real - e quase tridimensional - ronco do motor V8 de um carro se mistura com o rugido esmagador do Supercharged do outro. Esperado para um duelo entre Chevrolet Camaro ZL1 e Ford Mustang R-Spec.
Enquanto aumenta a aceleração, os "pipocos" dos escapamentos de ambos parecem desenhar a estrada sinuosa. Com suas grandes rodas e pouca borracha, os dois apontam bem na curva - mesmo em uma bem acentuada -, deixando uma mancha verde e branca de pura velocidade e som.
Eles provavelmente não precisam ir tão rápido para a câmera….. Mas eles vão, porque podem. Ok, não vamos ficar mais neste "lugar-comum".

Por que comparamos o ZL1 com o R-Spec?

E por que, raios, não comparar esses dois? Pela General Motors, vem o Chevrolet Camaro ZL1, com motor 6.2 Supercharged V8. Pela Ford, temos o Mustang R-Spec, com propulsor de 5,0 litros também em um Supercharged V8.
Em qualquer reportagem deste tipo, vão falar que eles são excelentes máquinas de performance. O Camaro ZL1 conquista esse posto com os 640 cv e 89,84 kgf.m vindos de seu motor chamado LT4.

Já o Mustang R-Spec… Bem, a Ford parece um pouco envergonhada de anunciar um número oficial. Porém sabemos que é algo perto de 700 cv e 83 kgf.m obtidos no auge de desempenho do V8.
Os dois carros testados aqui têm tração traseira e câmbio manual de seis marchas, seguindo, assim, a essência de um muscle car. Sobre essas potentes máquinas repousam lindas carrocerias.
O Mustang se mantém tradicional e seu desenho remonta ao modelo de 1964. O Camaro também se inspirou nas raízes, porém de um jeito melhor: mais leve, mais bruto e mais futurístico. De qualquer maneira, os dois são fabulosos

Qual é o público do ZL1 e do R-Spec?

O Chevrolet Camaro ZL1 2020 e o Ford Mustang R-Spec 2020 são muito diferentes dos sedãs esportivos habituais, porém a receita é a mesma: barulho excessivo, desempenho e aceleração em um veículo que foi feito para a classe média de países como Austrália e Estados Unidos.

Lembrem-se que ainda existe uma versão com motor de quatro cilindros do Mustang. E também, ao menos nos EUA, do Camaro.
Voltando à questão. O público será os tradicionais apaixonados por um genuíno e voluntarioso V8. Ainda existem muitos de nós por aí.

Equipamentos

Não vamos nos aprofundar na lista de equipamentos. Porém, vale a pena ressaltar que o Ford é mais barato e se destaca nos itens de série. Tem ótimos dispositivos de segurança como a frenagem automática de emergência e sistemas de monitoramento de faixa - que até esterçam o volante.

Já o Chevrolet perde o GPS nativo. Felizmente, a conexão com Apple CarPlay e o Android Auto são oferecidas no Camaro ZL1 (assim como no Mustang R-Spec), dispensando, de certa forma, o sistema de navegação.

No que o ZL1 e o R-Spec são bons?

Na linha 2020, o que vem primeiro à mente é potência. Nós tivemos certas frustrações durante os testes devido à pista escorregadia. E ambos os carros derraparam por cerca de 400 metros.
No final, notamos que o Chevrolet Camaro ZL1 saiu vencedor na aceleração de 0 a 100 km/h. Porém, há algumas ressalvas quanto a isso, como as falhas nas mudanças de marcha no teste do Mustang: o câmbio Getrag MT82 se mostrou bem lento na segunda para a terceira marcha.
Mas nossas frustrações com o R-Spec basicamente evaporaram quando fomos para uma pista seca. Seu motor é bem potente na medida certa e você nem sente essa força aparecer de forma súbita.

O Ford ainda tem amortecedores com ajuste automático, que podem ser configurados para desde um acerto suave até a rigidez necessária para um esportivo que se preze. A direção é sensível e de respostas rápidas, enquanto os freios de seis pinças da Brembo e os pneus Michelin Pilot Sport 4S herdados do Mustang GT são mais do que eficientes.
Mas o Camaro trata sua parte esportiva um pouco melhor. Seu motor tem mais força em giros médios e altos, sua direção é direta como a de um carro de corrida e o carro gruda no chão com seus pneus Continental de 20 polegadas.
Além disso, o Chevrolet também tem amortecedores ajustáveis - mas não permitem personalização. Já os freios Brembo, também com seis pinças, continuam rangendo no ZL1 em grandes velocidades.
No geral, o Camaro ZL1 é mais confortável para dirigir que o Mustang R-Spec. Principalmente porque as notas que o motor emite ficam muito mais óbvias dentro da cabine do Chevrolet que na do Ford.

Mesmo a transmissão do Mustang apresentando problemas, sabemos por experiências passadas que é um câmbio mais fluido. A caixa manual do ZL1 é similar em comportamento.

O que os muscle car fazem de melhor?

Tanto o Camaro ZL1 quanto o Mustang R-Spec são manuais, pesados, oferecem visibilidade limitada (especialmente o Chevrolet) e consomem muito combustível - afinal, usam poderosos motores V8. Por essas razões ele não são ideais para o dia a dia da cidade.
Nenhum dos carros são usualmente para famílias. Eles têm dois bancos traseiros, porém só coloque pessoas de quem você não goste lá atrás. A cabine pequena do Camaro é acessada com dificuldade. O Mustang não é muito melhor nesse sentido.

Mesmo com muito plástico dentro da cabine, o Camaro é mais coeso em seu design interior e em sua apresentação. Especialmente porque há materiais mais suaves ao toque - até no assoalho, sabe-se lá porque.
O Mustang agora tem uma central multimídia de século 21 à frente do motorista, mas continua com o painel principal em estilo retrô.

Então, quem é o vencedor?

Se a única coisa que importa para você é performance, então escolha o Camaro ZL1. É um excelente carro e um digno esportivo. É um dos raros carros que entregam a verdadeira e memorável sensação de dirigir que as aparências e especificações prometem.
O Mustang R-Spec é até mais barato e melhor equipado. Mas perde um pouco para o ZL1 se formos pensar na direção esportiva e no conforto e funcionalidade para o dia a dia. De qualquer forma, os dois merecem palmas por protagonizarem a nova geração de genuínos muscle cars.

Por Bruce Newton/Motoring

Tradução: Renan Miragaya

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