Kwid Vs Mobi

Fiat Mobi Easy 1.0 ou Renault Kwid Life 1.0?

Este são dois dos carros novos mais baratos do Brasil - ambos na faixa dos R$ 50 mil. Mas qual deles é a melhor opção?


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Segundo a Fipe, os preços dos carros novos subiram, em média, 31% ao longo dos últimos três anos. É um índice elevado, que tem feito com que aquelas pessoas que fazem questão de comprar carro zero-quilômetro em vez de um usado voltem suas atenções para os modelos novos mais baratos das tabelas. E entre alguns desses "populares já não tão populares" estão o Fiat Mobi Easy 1.0 e o Renault Kwid Life 1.0 12V.

Na linha 2021/2022, os dois estão na faixa dos R$ 50 mil: o Kwid cravado nesse valor e o Mobi apenas R$ 92 mais caro (conforme Tabela Fipe de junho, já que no site da Fiat o Moby não tem versão Easy na linha 22/22). Mas qual deles vale mais a pena? É o que veremos neste comparativo.

Aquele velho dilema sobre desempenho

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Muitas vezes podemos ter a impressão de que só comparar a potência máxima do motor basta, sobretudo em carros tão semelhantes. Porém, há muitos fatores a serem considerados – e os resultados podem surpreender. Aliás, esse é o caso deste embate.

Em linhas gerais, o tradicional motor Fire 1.0 do Mobi Easy tem números mais atraentes que o B4D 1.0 do Kwid Life. Com etanol, o propulsor do subcompacto da Fiat oferece uma potência máxima de 75 cv, 5 cv a mais que o concorrente da Renault. Com gasolina, a vantagem é ainda maior: 7 cv (73 cv contra 66 cv).

No entanto, há um detalhe a ser considerado: o Kwid é significativamente mais leve que o Mobi. São 758 quilos, 16% a menos que os 907 quilos do Mobi. Com isso, a relação peso/potência do Kwid é consideravelmente melhor que a do concorrente - 10,8 kg/cv contra 12,1 kg/cv -, o que anula a vantagem da potência absoluta maior no rival.

Não por acaso isso ajuda a compreender por que a velocidade máxima de ambos, mesmo com as disparidades numéricas incialmente analisadas, aponta para uma pequena superioridade do subcompacto da marca francesa: 156 km/h para o Kwid e 154 km/h para o Mobi.

O Mobi é o menor carro da Fiat no Brasil, e briga diretamente com o Kwid. O motor é o conhecido Fire 1.0
Crédito: Divulgação
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Qual é o melhor para o dia a dia?

A ascensão do home office no país ao longo dos últimos três anos é inquestionável. Para se ter uma ideia, de acordo com uma pesquisa do site "Empregos", feita em  janeiro deste ano, o número de vagas de trabalho nesse regime cresceu 140,36% em um ano.

Mas se você precisa se deslocar até o local do seu trabalho todos os dias e está na dúvida entre um dos dois veículos deste comparativo, pode levar em conta mais dois aspectos.

O primeiro se refere ainda à motorização. O carro da Fiat é muito mais “esperto” que o da Renault nas retomadas de velocidade. Por exemplo, vai de zero 1 00 km/h em 13,2 segundos - é 1,5 segundo mais rápido que o Kwid.

Contudo, o Kwid Life 1.0 supera o concorrente com relativa folga no consumo urbano – sobretudo rodando com gasolina. O Kwid faz 14,9 km/l com esse combustível, 1,2 km/l a mais que o Mobi Easy 1.0. Já com etanol a vantagem é de 0,6 km/l (10,3 km/l contra 9,7 km/l).

Para se ter uma ideia do tamanho da economia, suponhamos que você rode, diariamente, 30 quilômetros no deslocamento entre a sua casa e o trabalho (ida e volta). Levando-se em conta o custo do litro da gasolina comum (R$ 7,27, valor médio no país segundo a Agência Nacional do Petróleo - ANP), o Kwid apresentaria um gasto diário de R$ 14,63R$ 1,28 a menos que o Mobi.

Pode parecer pouco. Mas, ao longo dos 254 dias úteis de um ano, a economia seria de R$ 325,12!

O Kwid chegou ao mercado brasileiro em 2017, um ano depois do Fiat Mobi. Ou seja, os dois têm quase a mesma "idade"
Crédito: Divulgação
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Propostas diferentes no design externo

Embora pertençam à mesma categoria, a de subcompactos, Kwid e Mobi têm um conceito visual externo sensivelmente diferente. A frente o Kwid remete mais a um estilo aventureiro, algo acentuado sobretudo por sua robusta grade principal em duas linhas. Parece um “mini Duster” – sem, claro, a riqueza de detalhes extras de seu irmão SUV.

O Mobi, por sua vez, tem um visual mais moderno na dianteira, com acabamento de baixo relevo no capô. Os faróis com máscaras negras se estendem até o centro do espaço das rodas dianteiras, dando um toque de agressividade ao visual das laterais.

Aliás, o subcompacto da Fiat traz linhas arrojadas na região das caixas de rodas, assim como em toda a sua lateral. Diferentemente, o concorrente da Renault transmite robustez e um estilo mais despojado, com caixa de rodas em material diferente ao da carroceria e uma cor que se destaca da pintura. Esse conceito contribui para sua proposta, e proporciona uma composição harmônica com as linhas da parte inferior do chassi.

A traseira do Kwid tem um design mais arredondado que a do Mobi, com lanternas pequenas e para-choque que seguem uma abordagem aventureira. Já o carro da Fiat tem faróis maiores e que se estendem bastante às laterais do veículo, além de um acabamento escurecido de vidro na tampa do porta-malas que lhe confere um aspecto mais moderno.

O acabamento das caixas de rodas na cor preta dá um aspecto aventureiro ao Renault Kwid. O povo gosta!
Crédito: Divulgação
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Design e espaço internos são modestos

Sim, afinal de contas, estamos falando de carros subcompactos e populares! Não dá pra esperar que essa dupla apresente o conforto de um Honda HR-V; tampouco encontrar um espaço semelhante ao de um sedã médio ou grande.

Desse modo, Kwid Life 1.0 12V e Mobi Easy 1.0 têm acabamento interno simples, com predominância de plástico rígido e muitos parafusos aparentes. Os revestimentos dos bancos seguem essa linha mais econômica, porém com abas mais acentuadas no modelo da Fiat, que abraçam mais o corpo do motorista.

Quanto a espaço, pessoas um pouco mais encorpadas certamente baterão os braços nos revestimentos das portas, cujos apoios de braço são discretos e estreitos – algo ainda pior no carro da Renault. Em caso de bancos frontais ajustados para pessoas com mais de 1,75 metro de altura,  o espaço para os passageiros do banco traseiro é consideravelmente comprometido.

É preciso destacar que ambos também não proporcionam uma posição de dirigir lá muito boa, e inclusive não têm ajustes de altura e profundidade na coluna de direção.

Por fim, um raro critério que exibe uma grande diferença neste comparativo se refere à capacidade do porta-malas: o do Kwid leva 290 litros, 19% a mais que os 235 litros do Mobi.

Com muito plástico rígido e parafusos aparentes, o acabamento interno é simples nos dois modelos
Crédito: Divulgação
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Segurança: temos um claro vencedor

Design é algo subjetivo e cada indivíduo sempre terá suas preferências. Se nesse aspecto sempre se pode escolher "A" ou "B",  com segurança a coisa é diferente: a objetividade e os números sempre devem falar mais alto! E, nesse critério, o Renault Kwid é claramente mais eficiente que o Fiat Mobi.

Em agosto de 2017, o Mobi apresentou um fraco rendimento em testes de colisão feitos pela Latin NCAP. De um total de cinco estrelas possíveis, o subcompacto da fabricante italiana obteve apenas uma estrela na proteção para adultos, e duas na proteção para crianças. Naquele mesmo ano, o Kwid obteve três estrelas nestas duas avaliações.

Vale lembrar que o Mobi Easy 1.0 vem de fábrica com apenas dois airbags frontais, enquanto seu concorrente traz quatro - dois frontais e mais dois laterais, para motorista e passageiro.

O Kwid leva a melhor em segurança: o caro da Renault tem quatro airbags - dois dianteiros e dois laterais
Crédito: Divulgação
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Conclusão

Fiat Mobi e Renault Kwid têm algumas similaridades e estilos um pouco diferentes, que podem agradar a uns e desagradar a outros. Mas identificamos que o Kwid Life 1.0 é uma opção mais atraente nos quesitos segurança e economia.

Além de ter um consumo urbano menor que o do Mobi Easy 1.0, as revisões até 60.000 quilômetros são até 31% mais baratas no modelo da Renault , em comparação ao rival da Fiat. Somadas, as revisões do Kwid custam iniciais R$ 3.505, enquanto as do Mobi saem por R$ 5.080 (valores compostos ).

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