Hoje o comparativo do WM1 leva em consideração clientes que têm cerca de R$ 130 mil e buscam um bom SUV compacto. Por essa grana, qual é o melhor: Nissan Kicks ou Citroën C3 Aircross?
Vamos concluir essa reportagem com argumentos que defendem os dois lados para que você, caro leitor, possa entender qual das duas propostas atende melhor seu perfil.
Mas já podemos adiantar: hoje, o C3 Aircross tem projeto mais moderno - foi lançado na virada de 2023 para 2024 - e o Kicks caminha para sua primeira grande mudança.
Importante avisar, aliás, já que isso é motivo para definir escolha.
O duelo foi idealizado pela equipe do WM1 há algumas semanas. Pedimos os dois carros, aceleramos a dupla por alguns dias e fizemos as fotos do embate na mesma época.
Quem tem R$ 130 mil e quer um SUV compacto vê no Kicks Advance (versão intermediária do modelo da Nissan) e no Aircross Shine (configuração de topo do Citroën) duas opções interessantes.
É claro que há diversas outras opções no segmento - infinitas, diga-se, se você levar a ideia de pegar um carro seminovo adiante. Para isso, existe o estoque Webmotors.
Agora, se sua dúvida é a mesma que a dessa pauta, siga o texto com a gente.
O primeiro está em fase quase final de vida. Já adiantamos, aqui no WM1, a data da chegada oficial da segunda geração do Kicks, que irá conviver com a atual, porém posicionada mais acima.
Hoje, o SUV da Nissan tem versões que começam em R$ 112.990 e vão até R$ 150.290. Com seu futuro reposicionamento, é de se esperar que as variantes terminem em R$ 140 mil ou até em R$ 130 mil.
Para o comparativo, escalamos o Nissan Kicks Advance CVT, que atualmente custa R$ 135.990.
Já o Aircross renasceu.
Vendido em uma geração passada sobre a antiga plataforma do C3 e ainda sob o domínio do Grupo PSA - foi lançado em 2012 e fez relativo sucesso no início, até seu final agonizante em 2020 -, o antigo C3 Aircross sempre vendeu pouco.
Agora, sob comando do poderoso Grupo Stellantis (nome da fusão entre PSA e FCA, que aconteceu em 2021), o Aircross renasceu com proposta mais jovem, como legítimo utilitário (antes era monovolume) e feito sobre uma plataforma muito mais moderna.
Tem até versão de sete lugares, para brigar no campo onde a Chevrolet Spin domina há alguns anos. E, pode apostar, também deve incomodar o reinado da minivan.
Para este duelo, convocamos a versão Shine de cinco lugares, que atualmente custa R$ 129.990 - a mesma configuração, com sete lugares, sai por R$ 136.590.
Em um embate como esse, com dois carros familiares, vamos levar em consideração os pontos que são mais importantes para quem compra um SUV: espaço, equipamentos, desempenho e economia de combustível.
Design, portanto, é algo que não será discutido por aqui. Até porque gosto é alto totalmente subjetivo e extremamente relativo, certo?
O Nissan começa o duelo atrás por ter dimensões menores que as do novo C3 Aircross: tem 4,31 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 metros de entre-eixos.
O Aircross, por sua vez, ataca com 4,32 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,67 de altura e 2,67 m de distância entre-eixos.
Essa diferença se resume no espaço interno, ligeiramente maior no modelo da Citroën, e diretamente no porta-malas: são expressivos 493 litros no Aircross, contra (também bons) 432 litros do SUV da Nissan.
Portanto, se espaço é o mais importante a ser considerado na sua compra, o Aircross leva vantagem nesse sentido.
Aqui, vamos lembrar, comparamos um carro de versão intermediária contra outro na configuração mais completa.
O Kicks vem bem equipado, com chave inteligente presencial, painel multifuncional de alta definição com sete polegadas, rodas de liga leve de 17 polegadas e central multimídia com tela tátil colorida de oito polegadas.
Sim, só oito, o que mostra que o projeto do carro da Nissan já está de certa forma datado.
O Nissan também tem ar-condicionado, alarme, direção com assistência elétrica, volante multifuncional, vidros e travas elétricos, assento do motorista com ajuste de altura, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, botão de partida, duas entradas USB (tipo A e tipo C), sensor de estacionamento traseiro e uma tomada 12V no console.
Para quem senta atrás, só uma entrada USB-C e porta-revistas nos encostos dos bancos dianteiros.
Na parte de segurança, tem o kit obrigatório e também o básico para um carro de R$ 130 mil: seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, faróis de neblina, freios ABS com EBD e ganchos de fixação Isofix e Toptether para cadeirinhas infantis.
O C3 Aircross Shine de cinco lugares tem lista bastante equiparada: vem de série com rodas de liga leve de 17 polegadas e diamantadas, direção elétrica, quadro de instrumentos digital em TFT de sete polegadas, apoio de braço para o motorista, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade,
Como diferencial em relação ao Nissan Kicks Advance, o Aircross vem com bancos de couro e uma central multimídia maior, de 10 polegadas, com espelhamento de CarPlay e Android Auto sem fio.
Apesar de ganhar em conforto e conveniência, o SUV da Citroën fica atrás na quantidade de airbags: apenas quatro, mesmo na versão de topo.
Mas também há controles de tração e estabilidade, assistente para partidas em rampas, faróis de neblina, freios ABS com EBD e ganchos Isofix e Toptether.
Em equipamentos, portanto, achamos justo empatar o duelo.
A rodagem, para quem curte dirigir, pode ser um diferencial.
O Nissan Kicks é equipado com o já conhecido motor 1.6 flex, aspirado, de até 113 cv de potência e 15,3 kgf.m de torque com etanol (são 110 cv e 15,2 kgf.m com gasolina).
O câmbio é CVT, com simulação de seis marchas. O peso em ordem de marcha é de 1.136 quilos. Com esse conjunto, acelera de zero a 100 km/h em 11,8 segundos e atinge 175 km/h de velocidade máxima.
Faz 7,8 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada com etanol, e 11,4 km/l e 13,8 km/l, respectivamente, com gasolina, de acordo com o Inmetro. Com tanque de apenas 41 litros, contando a reserva, a autonomia máxima é de 566 quilômetros (gasolina, na estrada).
O C3 Aircross Shine responde com motor 1.0 turboflex de até 130 cv de potência e 20,4 kgf.m de torque com etanol - são 125 cv e os mesmos 20,4 kgf.m com gasolina.
No carro da Citroën, a caixa de transmissão também é CVT, mas com simulação de sete velocidades, e não seis. O peso do Aircross Shine de cinco lugares é de 1.216 quilos, 80 quilos a mais que o Kicks.
Nessa configuração mecânica, o modelo da marca francesa acelera de zero a 100 km/h em 9,7 segundos e pode chegar a 191 km/h - as medidas de retomadas também são mais rápidas.
Em consumo, faz 7,4 km/l na cidade e 8,6 km/l na estrada com etanol, e 10,6 km/l e 12 km/l, respectivamente, com gasolina, segundo o Inmetro. Bebe mais por causa do turbo e não vai mais longe na autonomia, mesmo com o tanque de 47 litros: são 564 quilômetros no total.
Ou seja, o Aircross de fato acelera mais que o Nissan Kicks, mas desconta no consumo o que pede de combustível pela vantagem dinâmica. Na prática, o Kicks bebe menos. É física, minha gente.
A decisão desse duelo, como adiantamos no início, vai da proposta que cada comprador precisa. Se você quer um SUV espaçoso e com porta-malas mais generoso, mais moderno e de projeto mais novo, o Aircross é seu negócio.
Agora, se economia de combustível é o fator mais importante e crucial na sua decisão de compra, o Nissan Kicks ainda é mais atraente.
Vale dizer, mesmo assim, que ambos são opções interessantes e de ótimo custo-benefício para os clientes dessa categoria.