O Renault Kwid e o Fiat Mobi disputam as vendas no segmento de entrada dos carros zero-quilômetro no mercado brasileiro. A dupla é vendida pelo mesmo preço de R$ 69.990, mas cada um aposta em diferenciais próprios para tentar agradar e oferecer o melhor custo-benefício.
No ranking de vendas até julho da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave), o compacto da marca italiana levou a melhor frente ao rival francês. Enquanto o Mobi acumulou mais de 39 mil unidades emplacadas, o Kwid somou 33 mil. Não é uma diferença grande, mas indica que, por enquanto, os compradores têm preferido o modelo da Fiat.
Diante dessa "rivalidade", o WM1 fez um comparativo do que cada um desses modelos oferece em suas versões mais baratas. No caso do Kwid, estamos falando da Zen 1.0. Já no Mobi, a versão mais "barata" é a Like 1.0.
Os dois modelos se equiparam bem nos conjuntos mecânicos. O Renault usa um motor 1.0 aspirado de três cilindros, flex, que rende até 71 cv de potência a 5.500 rpm e 10 kgf.m de torque a 4.250 rpm.
O motor do Mobi é o antigo e conhecido quatro cilindros 1.0 Fire (o mesmo do antigo Uno "quadrado"), capaz de gerar 74 cv e 9,7 kgf.m. Em resumo, o Kwid tem menos potência, mas tem como trunfo o fato de ser mais leve: 818 quilos, contra 961 quilos do Mobi. Nos dois casos, o câmbio é manual de cinco marchas.
A diferença de peso também se reflete no consumo. Embora os dois tenham ótimos números, o Kwid faz 10,8 km/l e 11 km/l (cidade/estrada), abastecido com etanol. Na gasolina, o Renault faz 15,3 km/l e 15,7 km/l (cidade/estrada).
Do outro lado, o Mobi faz no etanol 9,6 km/l e 10,4 km/l (cidade/estrada) e 13,5 km/l e 15 km/l (cidade/estrada) com gasolina. Os dados são do Programa de Etiquetagem Veícular (PBEV) do Inmetro.
As dimensões fazem a balança pender para o Kwid. O modelo da Renault é 11 cm maior em comprimento (3,68 m contra 3,59 m), tem 12 cm a mais de entre-eixos (2,42 m contra 2,30 m) e 90 litros a mais em capacidade de porta-malas (290 litros ante 200 litros do rival). Mas o modelo da Fiat é mais largo: tem 1,66 m e o rival, 1,57 m.
Por serem modelos de entrada, os dois têm acabamento bem simples, onde sobram os detalhes em plástico fosco. Contudo, o visual do Kwid é mais moderno, com seus faróis espichados e luzes de rodagem diurna (DLRs) já nesta versão de entrada.
As cabines dos dois também são bem parecidas. Bancos de tecido no Kwid e no Mobi, sendo os frontais inteiriços em ambos. As superfícies dos painéis é toda em plástico e tem apenas variação de texturas. Nesse ponto, o visual do Mobi parece mais harmonioso e menos "liso".
Em contrapartida, o Kwid tem, desde a versão de entrada, uma lista de equipamentos bem mais caprichada. Especialmente em itens de segurança. De série, o modelo é equipado com quatro airbags (frontais e laterais), contra apenas os dois obrigatórios por lei do Mobi.
O Renault também tem outros trunfos ante o Fiat, como controle eletrônico de estabilidade, assistente de partida em rampa, sistema start-stop e rádio com função Bluetooth, USB e auxiliar. O Mobi só vem com uma prosaica preparação para sistema de som.
Os dois modelos têm revisões com valores pré-fixados, com intervalos de 10 mil quilômetros ou 12 meses entre cada uma - o que vier primeiro. Nesse aspecto, o bolso dos donos do Kwid sentem menos.
No modelo da Renault, o custo total ao longo de 60 mil quilômetros, ou seis anos, é de R$ 4.070,44 - ou R$ 1.817, 56 a menos do que é gasto pelos donos do Mobi no mesmo plano.
Revisões do Kwid Zen:
1ª - R$ 499,33
2ª - R$ 562,62
3ª - R$ 562,62
4ª - R$ 912,47
5ª - R$ 625,91
6ª - R$ 907,49
Revisões do Mobi Drive
1ª - R$ 500,00
2ª - R$ 672,00
3ª - R$ 1.012,00
4ª - R$ 888,00
5ª - R$ 680,00
6ª - R$ 2.136,00
Os dois modelos têm seus pontos fortes e fracos, mas vemos uma vantagem razoável para o Renault Kwid. Tem visual mais moderno, é mais equipado e sua manutenção tem custo inferior. Mas a decisão de comprar um carro envolve muitos outros aspectos, entre eles a dinâmica ao volante e as sensações do motorista. Nesse ponto, cabe ao leitor conhecer os carros pessoalmente, fazer um test-drive e decidir.