O Kwid E-Tech foi anunciado pela Renault como um novo capítulo na história da mobilidade do Brasil. O lançamento aconteceu há duas semanas e colocou os holofotes sobre o subcompacto, que chega com preços competitivos em um mercado ainda escasso de alternativas. Importado da China, o modelo custa R$ 143 mil no período de pré-venda e oferece autonomia interessante para o uso urbano.
Mas a Renault já tinha um elétrico vendido por aqui, o Zoe. O hatch faz parte da gama de produtos da marca francesa desde 2018 e irá dividir espaço com o Kwid E-Tech. A pergunta que fica no ar é: a chegada do subcompacto eletrificado pode significar o fim do Zoe? Ou os dois podem dividir espaço no ainda reduzido mercado de elétricos do Brasil?
Fizemos uma lista de diferenças entre os modelos que podem justificar ou não a permanência dos dois no portfólio de elétricos vendidos pela Renault no Brasil.
A lista começa pelo item mais óbvio: o preço. O Zoe custa R$ 239.990, quase R$ 100 mil a mais em relação ao cobrado pelo Kwid E-Tech. O preço pode se justificar, além da proposta de cada um, pela origem dos dois, já que o hatch elétrico chega ao Brasil importado da Europa e o subcompacto virá da China.
A motorização da dupla também é diferente. O Zoe ganhou na linha 2022 um motor mais potente, capaz de gerar até 135 cv de potência, enquanto o Kwid elétrico virá para o nosso mercado equipado com um motor de apenas 65 cv. A motorização faz o Zoe acelerar de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Para o Kwid E-Tech chegar na mesma marca são necessários 14,6s.
No quesito autonomia de rodagem, o Kwid roda até 298 km em ciclo misto com apenas uma carga nas suas baterias de 26 kWh. Por outro lado, os números indicam que o Zoe é mais preparado para longas distâncias. Segundo a Renault, graças ao sistema Z.E. 50 com baterias de 52 kWh, o hatch pode rodar até 385 km nas mesmas condições.
As medidas da dupla também servem para distanciar um modelo do outro em sua proposta. O Kwid elétrico segue com as mesmas dimensões da sua variante a combustão com 3,680 metros de comprimento, 1,58 m de largura, 1,47 m de altura e 2,42 m de entre-eixos. O suficiente apenas para quatro ocupantes.
No Zoe, as medidas são um pouco menos restritas. O hatch é maior em todas as dimensões: 4,09 metros de comprimento; 1,79 mm de largura; 1,56 m de altura; e 2,59 m de entre-eixos. A capacidade do porta-malas também é maior no modelo mais antigo. Enquanto o Kwid tem 290 litros, o Zoe leva 338 l.
A única medida vencida pelo Kwid é a de vão livre. O subcompacto, chamado pela própria Renault em suas peças publicitárias de "SUV dos compactos" tem 18 cm de distância entre a carroceria e o solo, contra 12 cm do Zoe.
Em nível de equipamentos, os dois também se diferenciam. O Zoe tem lista mais completa, com assistente de frenagem de emergência, ar-condicionado automático, piloto automático, retrovisor fotocrômico, sensor crepuscular, alerta de ponto cego e de pressão de pneus; chave presencial e freio de mão elétrico, com função auto-hold. Além de painel digital de 10' em TFT e central multimídia Easy link de 7 polegadas com espelhamento sem fio.
No Kwid, contudo, o número de airbags é maior. São seis (dois frontais, dois de cortina e dois laterais), contra apenas quatro do Zoe. A lista de itens do subcompacto tem ainda ar-condicionado, vidros elétricos dianteiros e traseiros, ajuste de altura dos faróis, limitador de velocidade, retrovisores elétricos e central Media Evolution de 7'', que traz espelhamento via cabo.
A lista de itens, a potência, o refinamento visual e de acabamento deixam claro que Kwid E-Tech e Zoe têm propostas distintas. A dupla se encontra na questão da mobilidade elétrica. Dito isto, se as diferenças citadas acima não forem decisivas para os proprietários, é sim possível que o Kwid elétrico, por ter valor bem menor, abocanhe vendas do irmão europeu. Diz aí, qual dos dois você escolheria?