A maioria dos automóveis que conhecemos das ruas é derivada de algum protótipo ou projeto inspirado em um carro-conceito - seja de design, nova tecnologia ou de conjunto mecânico. Normalmente, os conceitos antecipam as linhas de carros inéditos e tendem a ter linhas ousadas e irreverentes.
Mas e quando acontece o contrário (os carros feitos em série, fruto de conceitos, ficam mais bonitos que os protótipos)? E quando são praticamente iguais? Nessa lista, vamos relembrar cinco conceitos que têm design um tanto quanto polêmico e diferenciado em relação ao resultado final.
Vamos começar com um dos mais clássicos, o Chevrolet GPiX, um carro-conceito que era uma espécie de SUV compacto e que originou o (já aposentado) Agile, em 2009. O GPiX foi apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2008 e chamou muita atenção pelos belos vincos e, claro, pelo design agressivo e futurista.
Agora veja as imagens abaixo e repare como o resultado final (o Agile) não ficou tão harmônico quanto o conceito. Para muitos especialistas da época, o projeto de Carlos Barba (um dos mais importantes designers da história da GM) combinava perfeitamente com uma carroceria de SUV/crossover, mais do que um hatch. A vida curta do Agile (2009-2014) comprova.
Nesse caso, aconteceu o contrário: o carro produzido em série, portanto o "resultado", foi considerado por especialistas e pelo público como mais bonito que o conceito. Falamos do protótipo do Hyundai Veloster, hatch de três portas que causou furor no Brasil quando foi lançado por aqui, em 2011. Não que o conceito fosse feio, longe disso. Mas evoluiu, não?
O problema do Veloster foi a fama de carro moderno, ágil e conectado, que desandou devido ao desempenho apenas moderado do veículo, considerado pelos fãs como algo aquém do previsto - até pelo nome "Veloster", que surgiu com o projeto conceitual e foi mantido no modelo feito em série.
O conceito da picape Toro é polêmico por ser, em sua concepção, um sedã. Chamado FCC4, foi apresentado no Salão de São Paulo de 2014 sem motorização. À época, os designers da Fiat optaram por apresentar um protótipo com teto rebaixado e vidro traseiro inclinado, além do terceiro volume coberto. Na definição, chamaram-no de "cupê de quatro portas com alma aventureira".
A Toro surgiria dois anos depois para mudar a história da marca no Brasil - é, até agora, a picape intermediária (entre as compactas e as médias) mais vendida do mercado nacional. Em termos de harmonia no design, o WM1 prefere empatar a disputa, já que tanto o protótipo quanto a picape são bonitos e bem resolvidos visualmente.
Esse é outro exemplo entre os conceitos diferentes dos carros de produção, e que era bonito. O Hyundai Saga foi mostrado pela marca sul-coreana no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018 e antecipava como seriam as linhas da segunda geração do HB20, vice-líder de vendas do mercado brasileiro há alguns anos.
O Saga era bonito e suas linhas, bem esportivas, traziam um aspecto agressivo ao conceito. O problema (na opinião de muitos fãs do compacto) foi que esses vincos perderam a agressividade na versão definitiva do HB20. Mesmo assim, é importante lembrar que o carro melhorou muito em dinâmica e na qualidade do acabamento interno.
Esse nome futurístico foi escolhido para representar o protótipo das gerações mais recentes dos Citroën C4 Picasso e Grand C4 Picasso. O conceito foi revelado no Salão de Genebra de 2013 e mostrou linhas de um monovolume visionário e moderno, que também carregava belos faróis de LEDs (divididos por andares).
Pouco tempo depois a marca francesa apresentaria as versões de produção em série dos modelos, que curiosamente trariam design praticamente idêntico ao do protótipo revelado na Suíça. Até os faróis escalonados, com LEDs nos canhões de luzes de posição, estavam lá. Um dos casos em que o veículo vendido ao público saiu praticamente das pranchetas dos designers.