Do 'T' ao SUV Mach-E: os carros elétricos da Ford

Acredite: os primeiros carros elétricos da marca nasceram em 1913 e eram protótipos que usavam peças do modelo T

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André Deliberato
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A história dos carros elétricos da Ford é bem antiga, apesar de só agora a moda ter ganhado força por ser uma alternativa sustentável a veículos com motor a combustão. Na marca norte-americana, por exemplo, a tradição vem desde o modelo "T", primeiro carro de produção em série da história.

De acordo com a própria Ford, o fundador da empresa, Henry Ford, trabalhou em pelo menos dois veículos elétricos experimentais. Isso aconteceu por volta de 1913 e a empresa teve a ajuda de seu amigo e inventor Thomas Edison, que buscava criar um tipo aprimorado de bateria.

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A marca chegou a anunciar, na época, que trabalhava em um veículo elétrico de baixo custo. Era um protótipo que utilizava peças do modelo "T". Infelizmente ele não chegou a ser produzido.

Ironias do destino

Ironicamente, foi o sucesso do "T", de 1908, que dificultou a competição dos veículos elétricos à época. O petróleo barato e a tecnologia limitada de baterias contribuíram para manter os carros elétricos fora das ruas nas décadas seguintes.

Só no fim dos anos 1960, com a escassez do petróleo e as preocupações ambientais, que o interesse pelos veículos "verdes" foram renovados. A Ford, porém, jura de pé junto que sua busca por desenvolvimento de veículos elétricos nunca parou.

Em 1967, pesquisadores da marca desenvolveram o Comuta, protótipo experimental 100% elétrico. O subcompacto era alimentado por quatro baterias de chumbo-ácido, tinha autonomia de 64 km e velocidade máxima de 40 km/h. O carro tinha pouco mais de 2 m de comprimento e nunca foi feito.

Fiesta verde

Já em 1979 a Ford criou um Fiesta com bateria de níquel-zinco. Foram quatro protótipos, que tinham velocidade máxima de 100 km/h e autonomia de 160 km.

Ford Connecta: um dos muitos conceitos de carro elétrico da marca da oval azul
Crédito: Divulgação
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No fim da década de 1980, a marca desenvolveu outro elétrico em parceria com o Departamento de Energia dos EUA. Chamado de ETX-II, era um Aerostar totalmente movido a bateria que alcançava 100 km/h e rodava até 160 km. Inicialmente, era alimentado por uma bateria de chumbo-ácido, que depois foi trocada por uma de sódio e enxofre.

Em 1991, o conceito Connecta foi um grande passo para o fabricante. Sua bateria de sódio e enxofre podia ser recarregada em tomada doméstica comum.

Carros elétricos da Ford evoluíram

Dois anos depois, em 1993, a empresa desenvolveu a van elétrica Ecostar – baseada no Escort europeu – para um programa-piloto de frotas. O carro tinha autonomia de 160 km como vários de seus protótipos anteriores, mas a velocidade final era maior: 112 km/h.

Uma frota com mais de 80 unidades rodou mais de 1,6 milhão de km em cidades ao redor do mundo. Porém, o custo de US$ 45 mil (praticamente R$ 200 mil) de cada bateria inviabilizou sua produção.

Apresentado recentemente, Ford Mustang Mach-E é o primeiro SUV 100% elétrico da marca
Crédito: Divulgação
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Picape pioneira

Mais tarde, ainda nos anos 1990, a Ford avançou bastante nos custos com uma Ranger elétrica. Tratava-se do primeiro veículo elétrico de produção vendido nos Estados Unidos.

Mesmo com preço salgado, de cerca de US$ 30 mil, a maioria das 2.000 unidades produzidas entre 1998 e 2000 foi vendida ou arrendada por empresas públicas e agências governamentais.

Com bateria chumbo-ácida, a picape chegava à máxima de 120 km/h e prometia autonomia de 96 km. A opção de uma bateria de níquel-metal-hidreto, lançada em 1999, deu a ela a mesma capacidade de carga útil da Ranger a gasolina, além de autonomia ampliada para 160 km.

Até mesmo uma versão elétrica da Ford Ranger foi desenvolvida pela Ford
Crédito: Divulgação
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Em 2001 a Ford da Europa desenvolveu o primeiro veículo 100% elétrico com uma bateria de íons de lítio, baseado no Ka. Chamado de e-Ka, rodava até 145 km com uma carga e chegava à 130 km/h.

Dupla compacta

Já em 2003 surgiu a dupla Th!nk City e Neighbor. O City era um compacto de dois lugares com baterias de níquel-cádmio que atingia 90 km/h e tinha autonomia de 64 a 80 km. Foram 400 unidades.

Já o Th!nk Neighbor foi um veículo de dois ou quatro lugares projetado para curtas viagens. Ele usava baterias de chumbo-ácido, chegava à máxima de 40 km/h e conseguia autonomia de 32 a 48 km. Teve 700 carros feitos.

Híbridos

No início dos anos 2000, os fabricantes ainda não tinham conseguido produzir um carro elétrico popular e acessível. A atenção mais viável, então, se voltou para os híbridos.

O principal e mais vendido de todos, como sabemos, é o Toyota Prius. Mas a Ford nunca deixou de tenta fazer o seu. Em 2004, a marca lançou o Escape Hybrid (junto com o Mercury Mariner Hybrid, sua versão de luxo).

O Escape foi o primeiro SUV híbrido do mundo. Também foi o primeiro híbrido produzido por uma montadora da América do Norte.

Ford Escape foi o primeiro utilitário esportivo híbrido do mundo
Crédito: Divulgação
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Hidrogênio

Em 2005, a empresa lançou um veículo a célula de combustível, que convertia energia química em eletricidade para acionar o motor usando hidrogênio e oxigênio. Esse modelo tinha autonomia de 300 km e velocidade máxima de 130 km/h.

Além disso, a empresa passou a oferecer mais opções eletrificadas de seus modelos: Fusion, Lincoln MKZ e C-MAX eram híbridos, além do Focus Electric, que, como diz o nome, era totalmente elétrico.

Essa tecnologia híbrida continua até hoje, já que os novos Escape e Explorer ganharam recentemente um sistema híbrido, mas lá fora - assim como os Lincoln Aviator e Corsair nas versões Grand Touring. Esses veículos trazem a tecnologia de bateria de íons de lítio de quarta geração conectada a um motor a combustão.

O todo poderoso

Em novembro de 2019 a Ford fez estardalhaço para o Mach-E. O SUV elétrico é baseado no Mustang e as reservas da edição "First Edition", que é limitada, se esgotaram rapidamente.

A lista de reservas revela dados interessantes. Mais de 80% dos clientes dos EUA optaram pela bateria de alcance estendido, 55% pediram a versão com tração integral, cerca de 30% escolheram a versão GT e mais de um quarto das reservas são do estado da Califórnia. Ao longo do ano passado, a Ford já registrou milhares de unidades emplacadas no país norte-americano.

Ford "T" elétrico foi o primeiro protótipo "verde" da Ford, lá nos anos 1910
Crédito: Divulgação
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