Como a altitude afeta o desempenho do carro?

O WM1 participou da RAM Expedition e chegamos a levar a picape Rampage a 4.200 metros de altura. Saiba o que mudou

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André Deliberato
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Pouca gente se liga nisso no Brasil, até porque em nosso país a altitude em relação ao nível do mar nunca foi considerada um problema - para se ter uma ideia, a cidade brasileira mais alta oficialmente é Campos do Jordão (SP), que fica em um vale a 1.628 metros de altura.

Alto? Alto. Mas baixo perto dos picos por onde passamos de Rampage, a mais de 4 mil metros de altitude. Mas, afinal, isso interfere no desempenho do carro? Vale lembrar que estávamos com picapes movidas a diesel e a gasolina. E consultamos engenheiros para responder a essa questão.

Tecnicamente, a altitude interfere diretamente no desempenho e relativamente pouco no consumo. Em outras palavras, o carro perde potência, mas não gasta (tanto) mais para responder, embora o consumo de fato aumente um pouco.

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Expedicao Ram Salta 27 07 146
A Ram Expedition na Argentina: rodar na altitude exigiu mais da picape, mas a Rampage deu conta
Crédito: Divulgação/Ram
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Isso porque o motor passa a receber menos oxigênio e, consequentemente, menos combustível para queimar dentro dos cilindros.

Altitude: a explicação técnica

A resposta é simples: como lá em cima o ar é mais rarefeito, a falta de oxigênio presente nas camadas de ar diminui o desempenho, já que - como dissemos - o motor passa a receber menos oxigênio e menos combustível para queimar nos cilindros.

Como resultado, na parte teórica, a potência diminui e o consumo aumenta. Só que isso é algo diretamente ligado a motores aspirados, o que não era o caso da Rampage - nas duas versões, seja com diesel ou com gasolina, o motor era turbinado.

Carros turbinados e com injeção eletrônica sentem menos essa perda de força. Isso porque esses equipamentos têm sensores que monitoram a pressão atmosférica da região e fazem correções necessárias de forma automática.

Na prática, rodar com a Rampage pelas planícies da região noroeste da Argentina, antes de invadir os cânions por onde exploramos suas capacidades, foi tranquilo - o comportamento da picape, que foi rodando de Betim (MG) até lá, foi idêntico.

Na altitude, a história mudou, principalmente no caso das versões a diesel. A queda de potência e do torque na picape foi sensível. Em ultrapassagens, era preciso atolar o pé até o fim no acelerador - e, mesmo assim, a entrega de força do conjunto não era a mesma.

E isso era curioso. Afinal, cerca de uma hora antes o comportamento era outro.

Isso posto, fica o registro: rodar em altitudes extremas afeta diretamente o comportamento do carro, que entrega menos potência e força e ainda bebe um pouco mais - apesar da Rampage ter feito bonito em termos de consumo, com médias de 11,5 km/l na diesel e de 10,9 km/l na com gasolina.

 

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