A sigla CVT é a abreviação para Continuously Variable Transmission, que significa transmissão continuamente variável, na tradução livre para o português.
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Diferentemente do câmbio automático de conversor de torque, que é formado por um conjunto de engrenagens planetárias e possui um número determinado de marchas, a transmissão CVT tem uma concepção bem diferente. Esse sistema é composto por duas polias de diâmetros variáveis, ligadas por uma correia metálica de alta resistência. Uma das polias é ligada ao motor também por meio de um conversor de torque, enquanto a outra é atrelada ao diferencial para enviar a força do propulsor às rodas do veículo.
Conforme o diâmetro de uma das polias diminui, o da outra a aumenta. Sendo assim, a relação de transmissão dos eixos é alterada. Essa relação do diâmetro entre as polias e a variação da velocidade de rotação definem a força transmitida às rodas, e isso faz o motor funcionar a maior parte do tempo no regime ideal de rotações.
Dirigir um carro com câmbio CVT é praticamente igual a um modelo com transmissão automática de conversor de torque. O sistema também dispensa o pedal de embreagem e a sua manopla possui as mesmas funções: P (estacionar), D (dirigir), N (neutro), R (marcha à ré) e, às vezes, comandos como L (freio-motor) ou S (modo esportivo que prioriza o desempenho).
No entanto, o motorista percebe que o CVT não proporciona trocas perceptíveis de marcha, uma vez que as relações se alternam progressivamente conforme a movimentação das polias. Em alguns modelos, as montadoras até programam as suas transmissões CVT para que simulem trocas de marchas.
Uma curiosidade sobre o câmbio CVT é que o primeiro esboço de uma transmissão desse tipo foi idealizada por ninguém menos que Leonardo da Vinci. O conceito, obviamente, não era para um automóvel movido a combustão, mas sim para veículos de tração humana. O câmbio CVT só foi introduzido na indústria automotiva nos anos 1950, pela empresa holandesa DAF.
Vantagens do câmbio CVT
- Menor consumo de combustível: além de ser construído com peças de menor atrito que as engrenagens do câmbio automático convencional, o CVT é calibrado para funcionar da maneira mais eficiente possível.- Conforto: por não gerar os trancos das trocas de marchas, o CVT costuma agradar quem procura um carro de pegada mais tranquila.
- Durabilidade: a exemplo das caixas automáticas de conversor de torque, o CVT é projetado para ter vida útil de, pelo menos, 300 mil quilômetros.
- Menor custo de manutenção: a concepção mais simples que a dos câmbios de conversor de torque ou automatizados de dupla embreagem proporciona menores custos de produção e de manutenção.
Desvantagens do câmbio CVT
- Dirigibilidade: por não possuir marchas físicas, a experiência de condução não é tão prazerosa quanto a de um carro com transmissão automática convencional ou automatizada de dupla embreagem.- Maior nível de ruido: em situações que demandam mais desempenho do carro, como ultrapassagens ou subir ladeiras, o câmbio CVT costuma manter o giro do motor em rotações elevadas, o que aumenta o nível de ruído interno e afeta o conforto acústico dos ocupantes do veículo.
- Menos força nas arrancadas: pelo fato de o CVT ser mais lento nas arrancadas, alguns fabricantes têm adota soluções para atenuar essa característica. O novo Toyota Corolla, por exemplo, possui a primeira marcha com engrenagem física para aproveitar melhor a força do motor.
- Menor versatilidade: o câmbio CVT geralmente combina melhor com motores de torque mais baixo. Essa é uma das razões para que picapes, SUVs de maior porte e carros esportivos utilizarem transmissões automáticas de conversor de torque ou automatizadas de dupla embreagem.
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