Acredite, seu combustível pode estar fora do padrão correto para uso. Não só ele, mas também outros fluidos do veículo (seja um automóvel, moto, ônibus, caminhão, enfim) - e ainda os pneus.
Entre todos os itens citados, os que têm menor validade são os combustíveis. Não existe prazo exato, mas, segundo especialistas, três meses é o tempo limite da gasolina, seja comum ou aditivada.
Uma série de fatores contribui para sua degradação, como temperatura, umidade e contato com metais.
Se você deixar o carro parado na rua, por exemplo, certamente sua gasolina vai se desgastar mais rapidamente do que se estivesse dentro de uma garagem coberta.
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Já a gasolina premium, de acordo com os especialistas, tem o dobro da "validade" da gasolina comum. É um combustível que pode ficar até seis meses parado sem perder seu poder de explosão, justamente pelo maior nível de octanagem - exatamente por isso que é recomendada para carros com tanquinho para partidas a frio.Independentemente de qual seja o tipo de gasolina, se você se encontrar nessa condição, o certo a se fazer é esvaziar o tanque e abastecer novamente para poder rodar sem maiores preocupações.
È até possível rodar com a gasolina velha, mas a prática, se feita com regularidade, pode danificar várias partes do sistema de injeção e do motor.
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Já quem deixou o carro parado com etanol pode ficar um pouco mais tranquilo, já que a validade do combustível vegetal é maior que a da gasolina.Segundo Eduardo Buarque de Alcazar, especialista da BR Distribuidora, o etanol não tem um prazo determinado de deterioração por ser mais resistente ao tempo.
Contudo, não está imune. "Dependendo das condições ambientais, como temperatura, o etanol pode absorver umidade do ar, o que certamente piora sua qualidade", alerta.
Já o diesel "estraga" mais rápido justamente por ser o mais sensível à umidade. "O diesel pode ser contaminado por micro-organismos, o que pode provocar até formação de borra", explica Alcazar. O recomendado é que o óleo não fique sem uso por mais de três meses.
Outros fluidos
Fique atento: não são só os combustíveis que são considerados perecíveis em um automóvel. Fluidos de motor, câmbio e outros componentes também têm vida útil e precisam ser trocados."Fluidos são perecíveis porque têm aditivos, que vão perdendo suas características com o tempo, mas que são essenciais para manter a viscosidade e funcionalidade do componente. Às vezes, precisamos trocá-los mesmo sem uso", explica Ricardo Dilser, assessor técnico do Grupo Stellantis.
O óleo lubrificante do motor, principal, precisa ser trocado a cada seis ou 12 meses, independentemente da quilometragem. O fluido do sistema de arrefecimento - o famoso radiador - também precisa ser renovada periodicamente, porque o tempo sem uso o torna incapaz de cumprir suas funções.
Mais um fluido que sempre precisa de revisão é o do sistema de freios, principalmente por ser de um componente diretamente ligado à segurança dos ocupantes. Felizmente é fácil descobrir qual é a validade de todos esses óleos: basta olhar no manual do proprietário.
Há mais dois fluidos que precisam de manutenção: o das caixas de câmbio e do sistema de direção hidráulica ou eletro-hidráulica.
São fluidos que podem não precisar de troca em um período de poucos meses, mas isso varia de acordo com o veículo e tipo de óleo. Para saber, novamente, consulte o manual.
Pneus
Até os pneus têm validade, mesmo que - acredite -, estejam aparentemente em boas condições e não tenham sido utilizados. Mas o período é muito maior: 10 anos."Recomenda-se que todos os pneus (inclusive estepes) que foram fabricados há mais de 10 anos sejam substituídos por novos", adverte, por exemplo, a Bridgestone.
Segundo a empresa, pneus devem ser trocados mesmo se a aparência ou profundidade dos sulcos da banda de rodagem não indicarem desgaste.
Mesmo armazenados, eles ficam expostos a condições não controláveis de umidade, temperatura, luz, ozônio, produtos químicos e outros fatores que influenciam em seu envelhecimento.
Quer descobrir a data de fabricação do pneu? É simples: ache um conjunto de 11 dígitos gravados na lateral. Os quatro últimos números informam a semana e o ano de produção.
Um pneu que tenha a sequência com final "3019", por exemplo, foi fabricado na 30ª semana de 2019. Esses dígitos recebem o nome de "DOT", sigla de "Department Of Transportation", órgão regulador dos EUA.
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