A injeção eletrônica é o sistema de alimentação criado para substituir os carburadores e melhorar a eficiência dos motores a combustão interna. Já abordamos aqui no WM1 que essa tecnologia contribui na redução do consumo de combustível e nas emissões de poluentes sem comprometer o desempenho do automóvel.
Embora esteja presente em praticamente todo carro fabricado no Brasil nos últimos 25 anos, muita gente não sabe que existem diferentes tipos de injeção eletrônica.
A injeção indireta é o sistema mais utilizado por ser mais simples e barato. Em contrapartida, é menos eficiente na administração do consumo de combustível em comparação com a injeção direta. O seu funcionamento consiste em injetar o combustível no coletor de admissão, ainda fora da câmara de combustão.
Nos motores com injeção direta não há uma mistura prévia do ar com o combustível. O ar entra no motor por meio dos coletores de admissão, enquanto o combustível é injetado em altíssima pressão diretamente na câmara de combustão. O resultado é uma queima mais eficiente, o que gera mais potência sem elevar o consumo.
Em contrapartida, o sistema direto tem manutenção e componentes mais caros em razão da tecnologia mais sofisticada. Os seus bicos injetores, por exemplo, precisam ser mais resistentes para suportar a pressão muito maior do sistema (150 a 200 bar ante 3 a 4 bar da injeção indireta).
Embora a injeção direta tenha se tornado mais conhecida há alguns anos, o sistema já existe desde a década de 1950. A tecnologia foi introduzida, primeiramente, em protótipos de competição e modelos esportivos. O Mercedes-Benz 300 SL utilizava um sistema mecânico, sem gerenciamento eletrônico.
Os primeiros carros de grande volume de produção a contarem com injeção direta eram modelos movidos a diesel. O precursor foi o Fiat Croma TDI, lançado na Europa em 1988. Um ano mais tarde, o Audi 100 chegava ao mercado.
Nos motores a diesel, a injeção direta também é responsável por acelerar ou desacelerar o motor, uma vez que a ignição que detona a mistura de ar e combustível é feita pela compressão, e não pelo centelhamento das velas. Isso dispensa uma borboleta para controlar a rotação do motor, pois o sistema de injeção aumenta ou diminui o volume de combustível injetado na câmara de combustão.
A injeção direta é mais comum em motores turbinados, mas existem carros com propulsores naturalmente aspirados que utilizam o sistema para maior eficiência energética (como o novo Toyota Corolla 2.0 flex, por exemplo). E também há modelos turbo que apelam à injeção direta simplesmente por questões de custo e facilidade de manutenção (motores dos novos Chevrolet Onix e Tracker).
Por outro lado, há marcas que combinam os dois sistemas para aproveitar o melhor que cada um deles pode oferecer. Alguns motores do Grupo Volkswagen, como por exemplo o do Audi A3, utilizam a injeção indireta em situações que não demandam tanta potência, enquanto o sistema direto entra em ação quando a eletrônica identifica a necessidade de entrega de mais desempenho.