O monitoramento da pressão dos pneus, também conhecido pela sigla TPMS, já está presente em boa parte dos carros novos vendidos no Brasil. Mas você sabe exatamente para o que serve essa tecnologia muitas vezes ignorada pelos proprietários? Calma que nós estamos aqui para explicar.
Na maioria dos casos, o sistema consiste em uma luz de alerta no painel de instrumentos, na cor amarela e com o sinal de um pneu murcho, que permanece acesa após a ignição do motor, apontando que um ou mais pneus estão com a calibragem mais baixa que a especificada em pelo menos quatro libras, em geral. Alguns modelos, em geral mais sofisticados, são capazes de informar a pressão individual de cada pneu.
O monitoramento da pressão dos pneus não é apenas um recurso tecnológico a mais, e sim um item importante para manter a segurança a bordo e evitar gastos desnecessários com manutenção e combustível. Pneu com baixa pressão expõe os ocupantes do veículo a riscos, pois compromete a estabilidade, aumentando a distância de frenagem, especialmente em piso molhado, e elevando o risco de aquaplanagem com chuva. Pneu murcho aumenta a superfície de contato com o solo, elevando o atrito e o consumo de combustível. Além disso, a calibragem baixa reduz a vida útil dos pneus, que sofrem desgaste prematuro e são mais sujeitos a danos e rasgões, sobretudo nas laterais e nos chamados "ombros" (as extremidades da banda de rodagem).
Monitor de pressão do pneu hoje é algo muito mais útil e importante que o marcador de temperatura do motor no painel, que está caindo em desuso. A pressão dos pneus afeta muito mais coisas que você imagina, envolve toda a área de contato do veículo com o solo.
Pneu com calibragem correta pode ter a durabilidade ampliada em 25% e um estudo aponta que, a cada 3 psi abaixo da especificação, o gasto de combustível sobe 2%.
Vale destacar que pneu com pressão muito alta também não é indicado, pois concentra o desgaste na parte central da banda de rodagem e ainda por cima sobrecarrega a suspensão.
Por outro lado, o tipo de tecnologia usada no TPMS também vai determinar a forma como é utilizado e também sua manutenção. Alguns carros trazem sistema do tipo indireto, que usa os sensores de rotação de cada roda presentes no ABS para identificar se um ou mais pneus estão com a calibragem baixa - quando mais vazio o pneu, menor o seu diâmetro e mais rapidamente ele vai rodar. Os sensores conseguem a diferença de velocidade entre as rodas de cada deixo e, assim, "percebem" o problema.
A vantagem do TPMS indireto é que ele não precisa praticamente de manutenção. A desvantagem é que, a cada calibragem, o sistema requer ser reiniciado, geralmente apertando um botão com a inscrição "Set" junto ao painel ou no console central - o procedimento também é necessário ao trocar um pneu ou mudar suas posições, no caso do rodízio.
O outro tipo de monitoramento da pressão é o direto. Nessa modalidade, a válvula de pressão de cada pneu, popularmente conhecida como ventil, tem embutido um sensor com bateria, responsável por aferir a pressão. Esse sensor é capaz de enviar por rádio os dados para a central eletrônica do veículo, que emite o alerta luminoso no painel em caso de calibragem baixa.
Na teoria, a vantagem do monitoramento direto é a maior precisão, por medir a pressão real e de forma individual, mas isso varia de modelo a modelo de veículo. No entanto, alguns inconvenientes são certos: para começar, é preciso ter mais cuidado na hora da desmontagem de pneus para não danificar a válvula e/ou o sensor - é possível trocar somente a parte externa da válvula, porém, se por necessário substituir o conjunto, não espere gastar menos de R$ 120 por roda. Quando acaba a bateria, o sensor também deve ser trocado e sua vida útil em média é de dois anos.
Ele alerta que, no TPMS direto, ao trocar o conjunto de válvula e sensor, é necessário fazer uma reprogramação da peça nova, com o uso de um equipamento específico de calibragem, que pode ser encontrado em oficinas especializadas ou concessionárias. A reprogramação também é exigida, por exemplo, ao realizar o rodízio de pneus, uma vez que a posição dos sensores é alterada.
O monitoramento de pressão dos pneus também pode ser instalado em veículos que não saem de fábrica com o equipamento. Há kits no mercado paralelo (foto acima), compostos pelos sensores e respectivas válvulas e uma central de controle com tela, exibindo a pressão individual, por cerca de R$ 500.