Seis vantagens e desvantagens dos carros elétricos

Menos poluente e mais eficientes, modelos ainda são "novidade" no nosso mercado - e, por isso, alvos de muitas dúvidas

  1. Home
  2. Dicas
  3. Seis vantagens e desvantagens dos carros elétricos
Lucas Cardoso
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

O mercado de elétricos engrenou de vez. Certamente a chegada de modelos que entregam mais conteúdo por menos custo, como os BYD Dolphin e Mini-Dolphin, entre outros, ajudaram nesse processo.

Mas será que esse é o momento de comprar um carro elétrico? Essa pode ser a dúvida de muitas pessoas que vivem um momento de decisão pelo carro novo, e avaliam a compra do modelo recarregável. Quais os pontos positivos e negativos dessa compra ?

Pensando nisso, fizemos uma lista com seis vantagens e seis desvantagens dos carros elétricos. Confira!

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

Vantagens dos carros elétricos

Os carros elétricos não emitem poluentes durante a circulação
Crédito: Reprodução/EBC
toggle button

Zero missões de poluentes

Quando falamos de modelos elétricos, o principal ponto positivo é sempre o fato desse tipo de veículo não poluir. Em um país como o Brasil, onde a matriz energética é considerada exemplar por ter maioria das fontes renováveis e limpas, essa condição fica ainda mais positiva.

Nessa conta, ainda sobra a poluição gerada no processo de fabricação, mas especialistas do setor defendem que ela se paga no uso. Segundo projeções feitas por estudiosos, em um ciclo de 100 mil quilômetros todo o CO² gerado na produção e no uso do elétrico já é anulado. O carro a combustão, por outro lado, polui mais com o passar dos anos.

Baixo nível de ruídos

Outra poluição reduzida pelos carros elétricos é a sonora. Sem a atuação de motores térmicos, esses modelos fazem pouquíssimo barulho, o que acaba reforçando o conforto ao dirigir - e também do ambiente em volta.

Eficiência energética

Diferentemente dos motores a combustão, as unidades instaladas nos carros elétricos são consideradas bem eficientes. Enquanto os modelos movidos a bateria têm, em média, 90% de aproveitamento da energia gerada, os motores convencionais ficam entre 30% e 40%.

O desempenho das unidades elétricas também é bastante superior. Sem perdas causadas pelas partes mecânicas, a unidade usada nos modelos verdes é capaz de entregar todo o torque logo nas primeiras rotações.

Os elétricos têm conjunto mecânico mais simples, que dispensam componentes comuns nos carros com motores térmicos
Crédito: Reprodução
toggle button

Baixo custo de manutenção

A manutenção é outro ponto positivo dos carros elétricos. Isso porque, ao contrário dos motores térmicos, que costumam ter mais de mil peças, a unidade elétrica não chega nem a ter um décimo disso.

São duas peças principais, o rotor e o estator, além de outros componentes, como o inversor de corrente e a caixa de engrenagens. Com isso, não há necessidade de óleo no motor, filtros e outros lubrificantes, o que faz da manutenção um processo mais de acompanhamento do que de reparo ou substituição de peças, em si.

É claro que alguns componentes, comuns entre os dois carros, ainda precisam ser trocados - como pneus, pastilhas e fluidos dos freios. Sem esquecer, é claro, da bateria que, embora tenha uma vida útil bem longa, com a previsão de até 1.000 ciclos, será substituída em algum momento.

Gasta-se bem menos para recarregar um elétrico do que para encher o tanque de um carro convencional
Crédito: Reprodução
toggle button

Sem gasto na bomba

Certamente, quem compra um carro elétrico está pensando também na economia de combustível que terá. E isso é fato: basta colocar na ponta do lápis o valor do quilômetro rodado nos elétricos frente o dos carros a combustão.

Recarregar a bateria de 26,8 kWh de um Renault Kwid E-Tech, por exemplo, custa atualmente R$ 18,42, se considerarmos a tarifa de São Paulo. Isso resulta num custo de R$ 0,09 por cada quilômetro percorrido pelo elétrico, que tem autonomia de 186 quilômetros (Inmetro).

Para fins de comparação, o mesmo quilômetro rodado na gasolina em um Kwid com motor 1.0 custa R$ 0,35.

Descontos em impostos

Para estimular a aquisição dos modelos verdes, alguns estados oferecem benefícios como a liberação do rodízio, como acontece em São Paulo, ou a isenção do IPVA vista em outras praças.

Desvantagens dos carros elétricos

A autonomia dos carros elétricos ainda é um dos pontos que afastam o grande público
Crédito: Reprodução
toggle button

Autonomia reduzida

Os carros elétricos, especialmente os de entrada, em sua grande maioria, ainda têm autonomia de rodagem inferior às dos modelos com motores térmicos. Esse número vem melhorando nos últimos anos, mas ainda é uma questão importante quando se avalia a compra de um veículo eletrificado.

O número limitado de carregadores públicos e o tempo de recarga ainda são limitações dos elétricos
Crédito: Reprodução
toggle button

Tempo de recarga

Diferentemente dos carros convencionais, nos quais o reabastecimento completo pode levar até 10 minutos, ainda são raros os modelos elétricos que permitem uma recarga desse nível. Quando isso acontece, geralmente está vinculado aos pontos de recarga super rápidos, com potência acima dos 10 kWh, que nem sempre estão disponíveis. No geral, as recargas normais fornecem uma potência de até 7 kWh e a carga total demora entre quatro e oito horas.

Infraestrutura de recarga

Alguns carros elétricos vendidos atualmente, como o já citado BYD Dolphin, fornecem o carregador Wallbox para que o comprador instale na sua residência. Quando demanda aquisição, esses equipamentos podem custar de R$ 2 mil a R$ 10 mil. Ainda pesa o fato de que, nos centros urbanos, boa parte das moradias fica em condomínios de apartamentos, que nem sempre permitem ou pelo menos dificultam esse tipo de instalação.

Sem essa alternativa, o motorista ficará refém das ainda escassas alternativas públicas de recarga disponíveis. Não é fácil encontrar uma tomada dessas disponível, fora outros problemas alheios ao proprietário, como uma eventual fila ou algum defeito.

Sendo assim, as viagens de carro também podem ser um problema. Hoje, alguns percursos possuem pontos de recarga espalhados, como o trecho Rio-São Paulo, mas isso ainda não é padrão.

Investimento inicial

O preço inicial dos carros elétricos ainda pode ser um impeditivo para muitos. É claro que isso vem mudando, mas ainda é uma das questões levantadas por quem pensa em comprar um modelo. Mas se compararmos com modelos a combustão, vemos que muitos preços já se equiparam.

Um BYD Dolphin Mini, por exempo, custa atualmente R$ 115.800. Já o irmão maior Dolphin está em R$ 149.800, enquanto o Renault Kwid E-Tech, que já custou R$ 142.990, sofreu um corte brusco de preço para competir com o rival e é negociado por R$ 99.990.

Em cada faixa de preço, os elétricos competem com versões intermediárias e topo dos modelos a combustão.

A bateria dos modelos elétricos representa uma fatia grande do valor dos carros
Crédito: Reprodução
toggle button

Vida útil e descarte das baterias

Componente mais caro do conjunto mecânico de um elétrico, a bateria continua sendo um dos pontos de maior insegurança por parte do público. Feita normalmente de lítio-níquel-manganês-cobalto (NMC), lítio-níquel-cobalto-alumínio (NCA) ou lítio-ferro-fosfato (LFP), a peça tem vida útil longa, mas mesmo assim limitada.

Em caso de troca, o valor costuma ser salgado, podendo ultrapassar, por exemplo, 50% do valor do carro. Fora essa questão, as baterias ainda são consideradas um problema do ponto de vista da reciclagem.

Incertezas sobre a revenda

Diferentemente do mercado automotivo tradicional, a venda de elétricos ainda dá seus primeiros passos no Brasil, o que também levanta uma dúvida sobre como será a desvalorização desses modelos. As recentes reduções nos preços dos modelos de entrada feitas pelas fabricantes revelam uma grande incerteza sobre essa questão.

Os primeiros proprietários de modelos como o Kwid E-Tech, que pagaram R$ 142.990, já viram o valor do bem cair consideravelmente, uma vez que os modelos zero-quilômetro passaram a custar R$ 99.990.

Comentários