Polêmicas envolvendo automóveis aparecem e somem de tempos em tempos. Uma delas, que está em alta novamente, diz respeito à necessidade de troca de óleo de transmissão banhadas... a óleo.
A primeira coisa que você precisa saber é que o manual do proprietário é soberano nessa questão. Algumas marcas irão recomendar, enquanto outras trabalham com lubrificantes do tipo "lifetime", ou seja, que tem a mesma vida útil da transmissão.
Parar tirar as dúvidas e acabar com a polêmica, equipe do WM1 consultou o engenheiro Erwin Franieck, da comissão técnica de transmissões da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade - a SAE Brasil.
Para Franieck, há sim a necessidade da troca de óleo de câmbio, uma vez que "o uso aumenta a temperatura em conjunto com as elevadas pressões de contato, que geram intensas interações metal x óleo x metal, onde por vezes pode haver pequenas remoções de materiais metálicos que ficam no óleo".
No entanto, esse tipo de lubrificante é exclusivo para transmissões e possuem características próprias, bem diferentes dos óleos de motor, por exemplo. Ainda de acordo com o engenheiro, o óleo da transmissão trabalha em temperaturas menores, mas com pressão muito maior. Sendo assim, necessita de maior viscosidade e resistência à quebra do filme de óleo.
E vale ressaltar que, caso o manual indique a troca do óleo, a não realização do procedimento pode trazer sérios problemas. Há possibilidade de desgaste, aquecimento e até mesmo a perca da função de automação em caixas automáticas - bem como, obviamente, cancelamento da garantia do componente.
Apesar disso, o modo como se dirige o carro não interfere na vida útil desse lubrificante - somente casos muito extremos ou de trancos nas trocas de marchas podem reduzir o período necessário da troca.