Carro popular: programa de incentivo chega ao fim

Segundo a Anfavea, o impacto positivo do programa nos emplacamentos deve ser sentido ainda em julho

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Evandro Enoshita
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Depois de um mês, chega ao fim o programa do governo federal para incentivar a venda de carro popular. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7) pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, durante a coletiva de imprensa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

A última parte dos R$ 800 milhões direcionados para bancar os descontos nos preços dos carros até R$ 120 mil já foi liberada. A expectativa é que cerca de 150 mil automóveis de passeio e comerciais leves tenham sido vendidos com o benefício ao término do programa.

Fiat Mobi Trekking 0668
Os carros de menos de R$ 80 mil, como o Fiat Mobi, foram os mais beneficiados com o programa
Crédito: Ricardo Rollo/Webmotors
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Apesar de junho ter sido o segundo melhor mês em vendas no ano, a Anfavea projeta que os resultados do mercado devem ser ainda melhores em julho, já que boa parte dos carros de passeio e comerciais leves faturados pelo programa serão emplacados somente neste mês.

A explicação para isso é que o grosso das vendas aconteceu na última semana de junho, quando o setor atingiu a média diária de 16,2 mil unidades faturadas - o melhor resultado em dez anos.

Os mais beneficiados foram realmente os modelos populares. Levando em consideração apenas as vendas para pessoa física, a procura pelos carros até R$ 80 mil cresceu 238% em junho, na comparação com o mês anterior.

Produção

No programa, o governo bancou, por meio de créditos tributários, descontos que variaram entre R$ 2 mil e R$ 8 mil do valor de tabela. Na prática, porém, os abatimentos foram maiores, já que vários fabricantes aplicaram reduções adicionais.

A iniciativa não resultou em aumento na produção de veículos, que até baixou - das 251,7 mil unidades de maio para 223,6 mil em junho. Por outro lado, contribuir para a redução nos estoques nos pátios das fábricas e concessionárias, que segundo a Anfavea baixou do equivalente a 40 dias de vendas para 35 dias, no mesmo período.

O sucesso do programa do carro popular ajudou a reduzir os estoques nos pátios
Crédito: Reprodução
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Como ficam os preços?

Para o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a expectativa ainda é positiva para o mercado mesmo após o fim do programa do carro popular, que vai resultar em alta nos preços dos automóveis. Isso porque mesmo modelos não contemplados com o benefício tiveram aumento na procura em junho.

"Os resultados mostram que havia uma demanda reprimida por automóveis. É claro que haverá um aumento nos preços por conta do fim dos benefícios. Porém, quando isso é combinado a uma redução na taxa de juros, que vai acontecer, uma coisa vai compensar a outra e o mercado vai reagir e manter a normalidade", destaca.

E a Reforma Tributária?

O presidente da Anfavea comentou ainda o impacto da Reforma Tributária, aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (6). Segundo o presidente da Anfavea, ainda é cedo para falar no impacto direto sobre os preços dos veículos. A expectativa é de benefícios a médio prazo.

"A Reforma Tributária era fundamental para o setor e para a economia. Estamos celebrando muito.  Esperamos, a médio prazo, uma redução no custo administrativo. Atualmente,  gastamos 1,2% do faturamento na administração de questões tributárias", pontua Lima Leite.

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Tags:Mercado
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