Depois de um mês, chega ao fim o programa do governo federal para incentivar a venda de carro popular. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7) pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, durante a coletiva de imprensa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
A última parte dos R$ 800 milhões direcionados para bancar os descontos nos preços dos carros até R$ 120 mil já foi liberada. A expectativa é que cerca de 150 mil automóveis de passeio e comerciais leves tenham sido vendidos com o benefício ao término do programa.
Apesar de junho ter sido o segundo melhor mês em vendas no ano, a Anfavea projeta que os resultados do mercado devem ser ainda melhores em julho, já que boa parte dos carros de passeio e comerciais leves faturados pelo programa serão emplacados somente neste mês.
A explicação para isso é que o grosso das vendas aconteceu na última semana de junho, quando o setor atingiu a média diária de 16,2 mil unidades faturadas - o melhor resultado em dez anos.
Os mais beneficiados foram realmente os modelos populares. Levando em consideração apenas as vendas para pessoa física, a procura pelos carros até R$ 80 mil cresceu 238% em junho, na comparação com o mês anterior.
No programa, o governo bancou, por meio de créditos tributários, descontos que variaram entre R$ 2 mil e R$ 8 mil do valor de tabela. Na prática, porém, os abatimentos foram maiores, já que vários fabricantes aplicaram reduções adicionais.
A iniciativa não resultou em aumento na produção de veículos, que até baixou - das 251,7 mil unidades de maio para 223,6 mil em junho. Por outro lado, contribuir para a redução nos estoques nos pátios das fábricas e concessionárias, que segundo a Anfavea baixou do equivalente a 40 dias de vendas para 35 dias, no mesmo período.
Para o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a expectativa ainda é positiva para o mercado mesmo após o fim do programa do carro popular, que vai resultar em alta nos preços dos automóveis. Isso porque mesmo modelos não contemplados com o benefício tiveram aumento na procura em junho.
"Os resultados mostram que havia uma demanda reprimida por automóveis. É claro que haverá um aumento nos preços por conta do fim dos benefícios. Porém, quando isso é combinado a uma redução na taxa de juros, que vai acontecer, uma coisa vai compensar a outra e o mercado vai reagir e manter a normalidade", destaca.
O presidente da Anfavea comentou ainda o impacto da Reforma Tributária, aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (6). Segundo o presidente da Anfavea, ainda é cedo para falar no impacto direto sobre os preços dos veículos. A expectativa é de benefícios a médio prazo.
"A Reforma Tributária era fundamental para o setor e para a economia. Estamos celebrando muito. Esperamos, a médio prazo, uma redução no custo administrativo. Atualmente, gastamos 1,2% do faturamento na administração de questões tributárias", pontua Lima Leite.
Quer saber todos os detalhes do carro que você vai comprar? Consulte o Catálogo Webmotors!