Estilo de condução reduz o consumo em 10% ou mais

Não é segredo que a manutenção do veículo em dia é um item essencial para o bom funcionamento de um veículo e redução no consumo de combustível, mas o estilo de condução também é fator importante na equação. De acordo com a Renault, verificar regularmente  itens como calibragem dos pneus, alinhamento e balanceamento das rodas e estado dos filtros e velas de ignição por si só pode diminuir o gasto com combustível em 10% e outros 10%, pelo menos, correspondem ao jeito como você dirige. Ou seja, trocar as marchas no tempo certo, frear e acelerar com suavidade e evitar levar cargas sem necessidade no veículo, dentre outros hábitos, faz toda a diferença no fim do mês.

Segundo estimativa da montadora, com essa redução de 20% no consumo, é possível economizar cerca de R$ 820 com combustível em um ano, considerando um carro como o subcompacto Kwid, abastecido com gasolina e rodando cerca de 15 mil km no período - considerando o preço do combustível na capital paulista.

Muitos modelos de automóvel hoje trazem de fábrica um ou mais marcadores no painel de instrumentos para incentivar uma condução mais econômica e "verde", com menos emissões de poluentes. Alguns, equipados com câmbio manual, contam com indicador de troca de marchas, que aponta a hora cerca para subir ou reduzir a marcha.

INDICADOR DE TROCA DE MARCHAS E ECONÔMETRO

Além desse recurso, podem também oferecer um marcador popularmente chamado de "econômetro", que traz uma escala do verde ao vermelho, geralmente, apontando quando você está dirigindo de forma mais econômica (verde) ou mais "gastona" (vermelho). O objetivo é manter o motor funcionando sempre na faixa de torque ideal, levando em conta velocidade, carga no acelerador e inclinação do terreno.

O Kwid tem esses recursos, chamados pela Renault de "GSI" (Gear Shift Indicator ou indicador de troca de marchas) e Eco Monitoring. O primeiro é uma marcação que aparece no topo da tela LCD do painel, à esquerda, mostrando o símbolo de uma alavanca de câmbio ou seta para cima ou para baixo, apontando, respectivamente, a hora de subir a marcha ou reduzi-la. O segundo é uma barra colorida, que vai do verde até o vermelho, passando pela cor laranja, intermediária.

KWID DÁ NOTA AO MOTORISTA RELATIVO AO CONSUMO

Além disso, na versão de topo Intense (R$ 41.990), o hatch também traz central multimídia Media NAV com a opção "Driving Eco ²", que agrega três opções: Relatório de Viagem, "Eco Scoring"e "Eco coaching". A primeira, como o nome indica, é um sumário da condução em um determinado trecho, apontando distância percorrida, tempo de deslocamento, consumo médio, consumo total, velocidade média e distância sem consumo - a quilometragem "extra" obtida com a condução econômica. O segundo dá uma nota de zero a 100 ao estilo de direção, além de classificar com uma a cinco estrelas o desempenho na aceleração, troca de marchas  e antecipação, que é tirar o pé do acelerador antes de uma parada, usando o freio-motor (nessa condição, a injeção de combustível é cortada, fazendo o carro "beber" menos. Por fim, o "Eco Coaching" traz 21 dicas para uma condução mais eficiente (veja algumas delas abaixo), abordando os seguintes aspectos: orientações gerais, aceleração, troca de marcha e antecipação. Após gerar o relatório, o "Eco Coaching"apresenta dicas baseadas no desempenho do condutor.

"Você pode medir o mesmo trajeto todos os dias, como a ida ao trabalho, zerando o Relatório de Viagem antes de rodar. Isso ajuda a avaliar o quanto é possível reduzir o consumo no seu percurso diário apenas mudando o estilo de condução, considerando que a manutenção preventiva está em dia", destaca Carlos Henrique Ferreira, diretor de comunicação da Renault.

Em evento da marca a respeito de condução econômica, a reportagem do WM1 foi convidada a testar o Kwid, rodando em dois trechos diferentes na cidade de São Paulo, por volta do meio-dia, com tráfego pesado. No primeiro trecho, a orientação era dirigir "pianinho", seguindo as orientações do indicador de troca de marchas e do "econômetro" e com vidros fechados e o ar-condicionado desligado. No segundo, a ideia era guiar de forma "gastona", subindo os giros do motor e esticando as marchas, com o ar ligado e sem usar a quarta nem a quinta marcha.

RELATÓRIO DE VIAGEM

Após cada trecho, geramos o Relatório de Viagem com o consumo médio para cada situação - o carro, que é  flex, estava com gasolina no tanque. No trecho "econômico", este repórter foi avaliado com 94 de cem pontos, apresentando consumo médio de bons 18,9 km/l. No teste com o pé embaixo, a nota caiu para 64 pontos e o consumo, para 13,6 km/l. Uma senhora diferença e bate com relatos de clientes, que obtiveram média ainda melhor.

Os números foram melhores que as médias oficiais em homologação feita em laboratório no programa de etiquetagem veicular do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que classifica o Kwid com médias de 14,9 km/l na cidade e de 15,6 km/l.

Apesar de não contar com tecnologias como turbo e injeção direta, bem como comando de válvulas variável, o motor 1.0 flex SCe tem concepção moderna para beber menos. Isso significa que conta com recursos como duas válvulas por cilindro (são três cilindros), bloco e cabeçote de alumínio, redução de atrito interno e dutos independentes de arrefecimento do cabeçote. Esses itens, aliados ao baixo peso de 786 kg e a itens como pneus de baixa resistência ao rolamento e kit aerodinâmico, ajudam a explicar o consumo baixo do compacto, que rende 70 cv de potência e 9,8 kgf.m de torque.

DICAS DE CONDUÇÃO ECONÔMICA:

1 - Não deixe objetos desnecessários no veículo. A cada 50 kg transportados, o consumo aumenta em aproximadamente 2%.

2 - Caso seja possível, remova acessórios como rack de teto, que aumentam a resistência da carroceria ao ar, exigindo mais do motor e fazendo o carro gastar mais combustível.

3 - Mesmo no inverno, não é necessário aquecer o motor. Rodar assim que ligar o veículo é menos poluente e mais econômico, pois motor ligado com o veículo parado e desengrenado acaba fazendo o propulsor injetar mais combustível para manter as rotações.

4 - Confira a calibragem dos pneus regularmente,  seguindo a pressão indicada no manual do veículo. Se houver essa indicação, dê preferência à pressão em PSI "econômica" ou para rodar na estrada.

5 - Não rode com os vidros abertos a velocidades acima de 80 km/h, pois a resistência ao ar eleva consideravelmente o consumo. Em situação de estrada, rode sempre com os vidros fechados e o ar-condicionado ligado.

6 - Mantenha a aceleração constante quando estiver em uma subida e libere o acelerador completamente quando estiver rodando em um declive, com o carro sempre engrenado. Isso corta a injeção de combustível do motor e reduz o consumo. Rodar com o veículo na "banguela" não é recomendado: além de trazer mais riscos, o combustível segue sendo injetado, fazendo o propulsor beber mais.

7 - Quando avistar um semáforo vermelho a mais de 300 m, reduza suavemente a aceleração  a fim de dar tempo que o sinal fique verde e não seja necessário parar o veículo.

8 - Procure dirigir a uma velocidade constante, evitando acelerar e frear desnecessariamente. Faça tudo com suavidade.

9 - Não permaneça muito tempo na primeira e na segunda marchas. Use as marchas superiores assim que for possível e coloque a quinta sempre que estiver em velocidade constante, em piso plano.

10 - Use, sempre que possível, o freio-motor retirando o pé do acelerador ao perceber lentidão ou tráfego parado logo adiante. Ao fazer isso com uma marcha engatada, o propulsor corta a injeção de combustível e aproveita a inércia para rodar alguns instantes sem gastar nada. Se for necessário, dá para subir ou descer até duas marchas de uma vez.