Incrementar e personalizar o automóvel são sonhos tão ou mais importantes do que até adquirir o primeiro veículo. Rodas, frisos, spoilers, multimídias, sensores... a lista de acessórios para o carro é extensa e ampla. Porém, são equipamentos que demandam cuidados por parte do dono. Itens mal colocados ou não originais podem fazer o proprietário gastar mais depois.
A primeira regra é, se for 0 km e estiver na garantia, só colocar acessório no carro vindo de concessionária. Caso contrário, você corre o risco de perder a cobertura de fábrica. Isso porque aqueles equipamentos originais comercializados na rede foram homologados pelo fabricante. Se der qualquer problema na peça, ou defeito no carro, o serviço e o veículo estarão assegurados pela garantia.
Segundo as marcas, esses acessórios dos carros são feitos em parceria com empresas em um processo que pode levar o mesmo tempo de desenvolvimento do veículo - coisa de até três anos. Tais equipamentos passam por testes de validação e também por etapas de homologação até serem autorizados para oferta nas concessionárias.
As avaliações implicam até em segurança da peça. Quando o veículo é submetido ao testes de colisão, os ensaios incluem modelos com acessórios, para verificar se nas batidas as peças podem causar ferimentos em passageiros ou pedestres. Além disso, outro argumento é de que os mecânicos da rede foram treinados para instalar tais itens corretamente.
"São testes muito rigorosos, que também precisam seguir as normas exigentes dos órgãos reguladores. O acessório original tem de atender a várias situações e a própria instalação é feita dentro da fábrica, para gerar procedimento para a rede. E tem questão para os técnicos, que são qualificados e treinados para fazer a instalação dentro dos padrões de fábrica", diz Marcio dos Santos, diretor de Pós-Venda da Caoa.
Mesmo passada a garantia, é preciso ter critérios para instalação de acessórios no carro. Com a oferta de multimídias cada vez mais avançadas e veículos cada vez mais complexos em termos de parte elétrica, a atenção deve ser redobrada quando o dono for instalar uma central mais bacana.
Atualmente, a elétrica de um automóvel tem poucos cabos e é repleta de condutores, que funcionam por pulsos elétricos controlados pela central eletrônica do veículo. A instalação errada de um acessório no carro que mexa nesta parte pode causar perda de corrente e interferências em outros sistemas, como painel, luzes e bateria - inclusive com risco de queima.
O mesmo cuidado vale para os acessórios de carro estéticos. Frisos e borrachas podem se ressecar e descolar facilmente, o que pode afetar a pintura. Já saias laterais e spoilers podem comprometer o comportamento dinâmico do veículo, a estabilidade em curvas e retas e aumentar o consumo de combustível. Isso sem falar que tendem a interferir no funcionamento dos airbags em um acidente.
Lembre-se que aquele nefasto engate do tipo pino bola, quando instalado erradamente, ainda afeta o funcionamento dos sensores de ré e acaba com seu para-choque em uma batida - muitos são instalados na chapa, em vez de na estrutura do veículo. E ainda são passíveis de multa. Pelo Código de Trânsito Brasileiro, o veículo que estiver com o engate em desacordo com as normas comete infração grave, com multa de R$ 127,69 e cinco pontos na CNH.
As montadoras e concessionárias oferecem cobertura própria para os acessórios de carros. Ao mesmo tempo, os fornecedores dos equipamentos também costumam conceder uma garantia estendida, que, no total, pode chegar a dois anos.