Entra geração e sai geração, as picapes médias são praticamente sempre as mesmas. O último novo nome no segmento foi a Volkswagen Amarok, lançada no já distante ano de 2010. Mas a Fiat Titano promete acabar com essa monotonia no mercado brasileiro. Será que terá potencial para bater concorrentes tão tradicionais?
Prestes a ser lançada por aqui, a Titano é um daqueles automóveis que já são bem conhecidos antes mesmos do primeiro carro aparecer nas lojas, já que teve uma "gestação" bem longa. Baseada na chinesa Changan Kaicene F70 e montada no Uruguai, deveria ter chegado em 2023, como Peugeot Landtrek.
Mas a mudança na estratégia da Stellantis e as melhorias solicitadas pela engenharia brasileira para transformar a Landtrek em Titano atrasaram o lançamento do modelo no Brasil. No final das contas, a promessa é de uma picape mais sofisticada que o modelo com o logotipo da Peugeot, mas sem fazer milagre.
Nós aqui do WM1 acreditamos que um bom preço será fundamental para o sucesso da Titano no Brasil. Será uma aposta no custo-benefício justamente por dois pontos: motorização e equipamentos.
Tendo como base a ficha técnica da Landtrek vendida em outros mercados latinos, dá para saber que teremos uma picape bem equipada, mas que não irá saltar aos olhos como os concorrentes de projeto e proposta mais sofisticada, como a Ford Ranger.
Típica picape média com chassi de vigas, já se sabe que a Titano irá entregar para o 2.2 turbo diesel BlueHDI, com 180 cv de potência e até 40,8 kgf.m de torque, a tarefa de mover suas mais de duas toneladas de peso.
É menos cavalaria que na Toyota Hilux (204 cv e 50,9 kgf.m) e que na Chevrolet S10 (200 cv e 51 kgf.m). Mas suficiente para enfrentar em pé de igualdade médias de entrada como a Ford Ranger 2.0 (170 cv e 41,3 kgf.m) e a Nissan Frontier S (163 cv e 43,3 kgf.m).
Olhando mais uma vez para a ficha da gêmea da Peugeot, dá para saber que a Titano será uma picape bem completa em itens de conforto e segurança nas suas versões mais caras, com equipamentos como seis airbags, ar-condicionado digital de duas zonas, sistema de câmera 360°, chave presencial e sensor de estacionamento dianteiro.
Por outro lado, ficam de fora equipamentos tecnológicos que já estão presentes nas versões mais caras de concorrentes como a Toyota Hilux e a Ford Ranger, como frenagem autônoma, controlador adaptativo de velocidade e alerta de mudança involuntária de faixa.
Ligando os pontos, dá para notar, caro leitor, que a Titano estará mais próxima das picapes médias abaixo de R$ 250 mil do que daquelas acima dessa faixa de preço.
Se for essa a decisão da Fiat, o novo modelo da marca italiana terá boas armas para concorrer justamente com as versões de entrada da concorrência. Confira na lista a seguir:
Vale destacar que o argumento preço é fundamental principalmente no segmento de vendas diretas. E, nessa área, a Fiat é craque.
Basta ver que boa parte do desempenho impressionante da Fiat Strada no mercado brasileiro é resultado direto das vendas da picape leve para empresas. Terá a Titano a mesma sorte da irmã menor? Bons atributos ela (aparentemente) tem...