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Ford Fiesta Sedan usado é boa opção para família

Guia de Compras - confira os pontos positivos e negativos do modelo lançado em 2004

por Fernando Garcia

A sua família cresceu e você precisa trocar aquele hatch por um sedã, mas ele precisa ter bom espaço interno, porta-malas grande, mecânica robusta e que caiba no seu orçamento. Com todos estes parâmetros, o Ford Fiesta Sedan pode ser uma boa opção, já que o modelo tem boa oferta no mercado de usados e sua manutenção não é cara.

Desenvolvido a partir do projeto Amazon, o sedã da Ford foi lançado em 2004 em três opções de motor: Personnalité 1.0 de 66 cv, Supercharger 1.0 de 95 cv e 1,6 litro com motor flexível (111 cv - etanol / 105 - gasolina), nas versões de acabamento First ou a mais requintada Trend, que ganhava a mais forro em tecido nas portas e grade do radiador, retrovisores, frisos e maçanetas pintadas. Em equipamentos diferenciava pela direção hidráulica, travas elétricas com controle remoto, vidros dianteiros e porta-malas com acionamento elétrico, aquecedor, desembaçador traseiro, banco do motorista com regulagem de altura, entre outros itens. O CD-Player, vidros elétricos nas portas traseiras, air-bag duplo, freios ABS e rodas de liga leve estavam como um dos opcionais oferecidos no pacote mais caro. A versão bicombustível para o motor 1.0 só chegaria em 2006 rendendo 73 cv com etanol e 71 com gasolina.

No ano seguinte o Fiesta ganhava um novo estilo - conhecido como Kinetic - que incorporava novos faróis, grade e capô cuja ideia da marca era trazer movimento a nova linha 2008. Junto a isso, melhoravam também o isolamento acústico das forrações de painel e portas, assim como as suas guarnições, feitas de uma borracha mais durável. A ausência das indesejáveis rebarbas presentes nos plásticos e o aumento da capacidade do tanque de combustível para 54 litros foram outra das mudanças significativas para que a Ford conseguisse satisfazer seus antigos clientes.

Em abril de 2010 era apresentada outra reformulação na linha 2011 com novo visual na dianteira, mas na traseira a mudança mais visível ficava por conta das lanternas escurecidas. Internamente, também mudava os grafismos do painel, bem como o acabamento do plástico empregado e revestimento dos bancos. A 1.0 era batizada de Fly e contava com travas elétricas, controle remoto para abertura de portas e porta-malas, alarme, aquecedor, preparação para rádio, cintos de segurança traseiros retráteis e espelho de cortesia para o motorista. Já a topo de linha Pulse (1.6) adicionava detalhes externos na cor do veículo, faróis com máscaras cromadas, computador de bordo e faróis de neblina. Opcionalmente havia o pacote Class que incorporava faróis de neblina, computador de bordo, ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos (dianteiros).

De olho na compra

A primeira dica para quem optar pelo Fiesta Sedan é evitar de comprar as primeiras unidades nas versões 1.0 e 1.0 Supercharger, as quais não eram oferecidas com motor bicombustível. Além de serem verdadeiros micos no mercado de usados, estes modelos são menos potentes e mais beberrões. Para empurrar seus 1.030 kg do 1.0, o baixo torque de 8,9 kgf.m só desperta a partir das 2.750 rpm, o que se traduz em pouca agilidade, principalmente com o carro carregado. No caso da Supercharger - desenvolvida para ser uma opção para quem não queriam a letargia dos motores 1.0 e preço mais em conta do 1.6 - além do alto consumo de combustível, tinha o inconveniente do barulho que vinha do motor que incomodava bastante. Por estes motivos, suas vendas nunca foram motivos para comemorações o que acabou decretando seu fim. Neste caso, é preferível você economizar um pouco e optar pela 1.6, que é mais elogiada por seus proprietários. No caso das versões flexíveis, tanto 1.0 (73/69 cv) quanto 1.6 (111/105 cv) vendem bem, segundo lojistas consultados, mas aí a decisão recai mais pela necessidade e orçamento de cada um, mas ainda assim vale a pena pechinchar pela 1.6 que, dependendo do caso, a diferença pode ser pequena em relação a 1.0 litro.

Seu porta-malas não faz feio para quem costuma abarrotá-lo e dá para se aproveitar bem todos os seus 478 litros de capacidade (78 litros a mais em relação à antiga versão Street mexicana), graças à adoção das dobradiças pantográficas que não rouba o espaço e nem amassa a bagagem. Mas não se deixe enfeitiçar pela sua beleza e espaço interno. Atrás desta “maquiagem” sobram reclamações quanto à qualidade de acabamento e construção que na antiga linha Street, importada do México, era mais bem resolvida.

Um ponto positivo do sedã da Ford é preço do seguro, que costuma ser barato. Para o 1.6 2010, por exemplo, considerando o perfil de um casado, 34 anos e morador de São Paulo o valor não sai por mais de R$ 1.821. Quer outra vantagem? Suas peças são fáceis de serem encontradas e assim como elas, a mão-de-obra também não costuma sair cara.

Falando em manutenção, não custa checar se o antigo dono foi cuidadoso e deu toda a atenção necessária. Neste caso, o manual de revisões carimbado com todos os serviços realizados de acordo com a fabricante pode ser um bom aliado na hora de fechar o negócio.

Um ponto crítico deste modelo é o desgaste prematuro da embreagem, que costuma surgir com menos de 20.000 Km. A primeira evidência é o pedal da embreagem que apresenta trepidações ou, em outros casos, a clássica patinada a cada troca de marcha. Portanto, na hora do test drive verifique com atenção este componente, bem como o conjunto da suspensão que é alvo de críticas por parte de seus donos. Os amortecedores, por exemplo, costumam apresentar ruídos.

Outro problema comum é o desalinhamento de peças como portas, capô, porta-malas, para-choques, faróis e lanternas. Por isso, avalie se todos os vãos entre essas peças possuem a mesma espessura.

Por fim, verifique se foi feita a substituição do reservatório de gasolina de partida a frio (modelos flex), caso a unidade tenha sido convocada no recall em 2006. Algumas dessas unidades foram chamadas para trocar a peça que podia apresentar fissuras, ocasionando vazamentos e prejudicando a eficiência do sistema, quando o veículo estiver abastecido somente com etanol. Para saber se o serviço foi realizado, basta ligar no Centro de Atendimento da Ford 0800 703 36 73 e passar o número do chassi. Boa compra!

Outra opção de usado é...

Chevrolet Prisma

A vantagem do sedã da GM está no seu conserto. Segundo um teste realizado pelo Centro de Experimentação e Segurança Viária – CESVI, em 2007, no qual avalia o grau de reparabilidade, o Prisma conseguiu a classificação 15 - a melhor em uma escala de que vai em ordem crescente de 10 a 60 - contra 19 do Fiesta e 30 do Siena. Ou seja, de todos os sedãs compactos é o que é mais fácil, rápido e barato de efetuar qualquer reparo de funilaria ou pintura. Quer outra vantagem? Ele oferece mais em termos de níveis de equipamentos, se escolhido na versão intermediária Maxx.

O motor 1.4 Econo.Flex (que tem 89 cv com gasolina e 97 com etanol), apesar de possuir a menor cilindrada anda mais e tem melhor aceleração e retomada comparado ao sedã da Ford.

Porém, se você faz questão de um porta-malas maior, vá de Fiesta que possui 39 litros a mais de volume: 478 litros contra 439 litros do Prisma.

Confira: Embate Chevrolet Prisma X Ford Fiesta 1.0

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