Guia de Compras - Alfa Romeo 145

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Fernando Garcia
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Você é um fã inveterado pelo design italiano dos automóveis e sempre sonhou em levar para casa um modelo acessível diferenciado, mas que não custasse tanto dinheiro, mesmo que fosse um modelo mais antigo. Se pensa assim, chegou a hora de pensar no Alfa Romeo 145. Apesar de sua idade, suas linhas bem delineadas – obra do renomado Centro Stile Alfa – ainda atrai olhares curiosos por onde passa. O hatch esportivo surgiu em 1994 na Europa o qual tinha a missão de substituir o Alfa 33. Após um ano, chegou por aqui através de importação pela Fiat na versão com motor 2.0 de quatro cilindros e 16V Twin Spark (com duas velas por cilindro) de 150 cv e torque de 18,9 kgf.m a 4000 rpm em um único acabamento, denominado de Elegante. O pacote de equipamentos era completo e incluía: ar-condicionado, trio elétrico, abertura elétrica do porta-malas, rodas de alumínio nas medidas 185/60 em aro 14, cheque control, banco do motorista com regulagem de altura, entre outros itens. Opcionalmente podia ser oferecidos o teto solar, airbag duplo e freios ABS.

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Em 1996 foi a vez da 145 Quadrifoglio (Quatro Folhas) chegar por aqui, esta equipada somente com motor 2.0 da Elegante. Batia de frente com outros esportivos de peso como o BMW 318 Ti, Citroën ZX 16V, Peugeot 306 S-16 e no ano seguinte com Audi A3. Sua lista de acessórios contava a mais com bancos Recaro, pomo do câmbio e forrações de porta em couro, rodas de liga-leve 195/55 R15, maçanetas internas cromadas e painel de instrumentos com detalhes em vermelho. Por fora, alguns detalhes sutis a diferenciava da Elegante como as novas grades bipartidas, saias laterais mais largas, ponteira de escape em aço inoxidável, faróis de neblina, além do tradicional logo do trevo de quatro folhas (símbolo dos carros de competição da marca) que acentuavam ainda mais a esportividade do modelo.

A versão com 1.8 Twin Spark 16V só apareceria em fevereiro de 1998 em substituição ao 145 Elegante. Apesar da cilindrada menor, o novo motor prometia agilidade e prazer ao dirigir em qualquer ocasião. Rendia 138 cv a partir das 6300 rpm e na aceleração de 0 a 100 Km/h bastavam 9,3 segundos, números bem próximos aos 9,0 s declarado do 2.0 Quadrifoglio. Esteticamente suas diferenças ficavam por conta das rodas de aço 195/60 R14 estampadas com calotas integrais e a ausência de alguns acessórios como o brake light, freios ABS e alarme antifurto. Por dentro, tanto a 1.8 quanto a Quadrifoglio recebiam um novo console e difusores de ar redondos, além de outros pequenos detalhes.

No ano seguinte, a primeira e leve reestilização marcava o último ano do Alfa 145 no país. Para-choques, faróis auxiliares, grade e rodas foram redesenhados denotando ainda mais a sua esportividade da nova linha 99. Após pouco mais de 1.800 unidades comercializadas no Brasil, o modelo se despedia deixando uma lacuna entre o segmento de hatches esportivos da fábrica milanesa até ser substituído pelo 147, em 2002.

 

De olho na compra

Importado oficialmente entre 1995 e 1999, o Alfa Romeo 145 teve uma presença tímida por aqui e, por conta disso, achar um em bom estado não é fácil; por isso é necessário muita calma antes de assinar o cheque, mesmo que aparentemente esteja em bom estado de conservação. Cheque com cuidado a parte mecânica de um modo geral e veja se a unidade apresenta o manual carimbado com todas as revisões feitas em concessionárias. Se não tiver, esqueça, pois você terá um mico nas mãos e revendê-lo será uma missão quase impossível. De acordo com Gino Muraca, proprietário da Alfas World, oficina especializada em Alfa Romeo, a regra é comprar de pessoas que tenham tido a preocupação principalmente com a parte mecânica. “É interessante salientar que este carro dá pouca manutenção, mas se o antigo dono não levou em oficinas especializadas, a dor de cabeça no futuro poderá ser certeira”, comenta. Outra dica básica é procurar um veículo que passou por poucas pessoas, pois assim fica mais fácil de descobrir o tipo de cuidado que o antigo dono teve. Falando na manutenção, fuja dos 145 trazidos para cá via importação independente como os argentinos, já que estas versões não tiveram a correta calibração no conjunto da suspensão para encarar os pisos irregulares brasileiros.

Na parte interna, avalie com cuidado a capa do painel de instrumentos e de portas que são feitos em plástico preto fosco e vulneráveis a arranhões. Dependendo do estado, uma dica simples é aplicar produtos como silicones em gel que não deixam engordurados e ainda renovam o brilho e a aparência destas peças. No forro do teto, nos modelos equipados com teto solar, procure por possíveis manchas d´água que pode ser provenientes de vazamentos quando chove ou mesmo de lavagens. O problema pode estar na guarnição que já apresenta vida útil comprometida.

No conjunto mecânico, dê uma atenção especial ao cárter que é feito em alumínio e, sensível a raspões ou mesmo rachaduras devido ao seu baixo vão livre do solo. Uma dica é instalar um protetor de cárter em lojas especializadas. Quanto ao variador de fase, escute atentamente o ruído do motor, semelhante ao de um movido a diesel trabalhando. O problema pode estar no desgaste do componente que funciona como um atuador hidráulico movimentando o eixo comando de válvulas em relação à polia. A peça custa R$ 2.250, mas se não for trocada junto com as correias e tensionadores (R$ 2.500), pode travar arrebentando a correia causando sérias consequências aos componentes do motor, tais como bielas, pistão e bloco. Por fim, avalie o correto funcionamento da ventoinha. Caso não estiver funcionando corretamente, o problema pode estar no fusível de temperatura queimado, um problema simples de se resolver, mas que se deixar de lado, pode causar superaquecimento provocando a pane no motor. Boa compra!

Outra opção de usado é...

BMW Compact 318i (E36)

Custando mais caro mas oferecendo um nível de equipamentos superior que o concorrente italiano 145, o BMW Compact também pode ser uma opção interessante, se você tem entre R$ 18.000 e R$ 25.000. Com R$ 18.000, por exemplo, dá para você encarar o modelo de entrada 318i equipado com motor de quatro cilindros em linha, 1.8 16V – na Europa foi ofertada também o 1.6 – que desenvolve 140 cv de potência, ou 2 cv a mais se comparado com o Alfa 145 1.8. Se você quer mais diversão, opte pela 323 Ti, equipada com um seis cilindros em linha de 170 cv e acabamento Motorsport, que agregava volante, bancos, rodas e para-choques esportivos.  Outro atrativo é o espaço interno que apesar da opção duas portas, no BMW a solução foi mais resolvida em relação ao Alfa. Seu porta-malas, por exemplo, leva 25 litros a mais do hatch italiano que conta com apenas 300 litros. A única ressalva é o preço das peças que costumam ser mais caras se comparado com o Alfa Romeo.

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