Guia de Compras - Citroën Xsara Picasso

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Fernando Garcia
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A família cresceu e, por conta disso, você pede um carro mais espaçoso e versátil. Neste caso, por que não considerar o Citroën Xsara Picasso? O modelo começou a ser comercializado em 2001 inaugurando a fábrica da PSA, em Porto Real, RJ um ano depois de ser lançado na Europa e mirava nos concorrentes Renault Scénic e Opel/Chevrolet Zafira. Feita sobre a mesma plataforma do hatch Xsara, a diferença ficava por conta do entre-eixos maior, o que se traduzia em conforto e espaço, principalmente na altura do teto. Com desenho ousado, o Picasso causou polêmica dividindo opiniões, mas era unânime quando o assunto era nível de equipamentos, espaço interno e conforto. Desde a versão GLX já era possível encontrar CD player, painel central digital (sem conta-giros), ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, trio elétrico, airbag duplo frontal e lateral e três bancos traseiros individuais e mesinhas tipo aviação atrás dos encostos dianteiros. Na topo Exclusive, agregava rodas de alumínio, freios ABS e revestimento em couro dos bancos e um prático carrinho para as compras no porta-malas. Outro atrativo era o sistema de ar-condicionado para os passageiros na parte traseira, opcional para as duas versões. Ambas compartilhavam o mesmo motor 2.0 16V de 118 cv a 5.500 rpm e torque de 19,3 kgf.m a 4.100 rpm.

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No ano seguinte vieram as séries limitadas Brasil e  Etoile, que contavam com bancos em couro e sensor de estacionamento, respectivamente. Para 2004, a mudança ocorreu na embreagem que passou a ser hidráulica e o acelerador eletrônico e, ainda no mesmo ano, o motor 2.0 ganhava mais 20 cv, passando a render 138 cv a 6.000 rpm, com torque de 20 kgf.m a 4.100 rpm. Além disso, o modelo passaria a oferecer a versão Automatique, com trocas de marchas sequenciais Tiptronic, emprestada do Peugeot 307.

Em 2005 a Citroën passaria a oferecer nova motorização 1.6 16V flexível com 113/110 cv, mas dois anos depois, a minivan ganhava novos desenhos da grade, faróis, lanternas e para-choques; na parte interna, o acabamento ganhou nova tonalidade e, por fim, novas cores eram disponibilizadas: pérola, cinza, preta e azul.

A série limitada Avatar chegou em 2010 com sistema DVD com tela de 9,5 polegadas instalado no teto. Ainda no mesmo ano - em uma estratégia de marketing aproximá-la das minivans compactas Chevrolet Meriva, Fiat Idea e Nissan Livina - viria a Confort desprovida dos itens da GLX como airbags laterais, apoio de braço dianteiro, mesinhas do tipo aviação e bancos traseiros com ajuste corrediço. Em 2011 era a vez da série especial Movie estrear no mercado cujo grande atrativo do modelo era o DVD Player com tela de 9,5 polegadas, dois fones de ouvido sem fio, controle remoto e entrada auxiliar de áudio e vídeo, rodas de liga-leve de aro 15 e CD Player com comandos na coluna da direção. Nesse ano, a versão 2.0 era retirada da gama e por conta do peso da idade frente ao novo C4 Picasso – importado da Espanha - com quem conviveu por quatro anos, em 2012 toda a linha Xsara Picasso era descontinuada.

De olho na compra

A minivan Xsara Picasso saiu de linha de produção em Porto Real, RJ, em 2012, mas se você não ligara para isso e deseja um carro que ofereça excelente custo-benefício a preço de carro popular, deve considerá-la. Com menos de, acredite, R$ 14.000 no bolso é possível levar para a casa uma 2001 na versão Exclusive que já vinha equipada com ar, direção, trio, quatro airbags, freios ABS, bancos em couro etc. Falando nas primeiras unidades - dos anos 2001 e 2002 - essas costumam gerar muitos ruídos nas portas, por conta do isolamento acústico ineficiente cujas concessionárias foram orientadas a aplicar feltro nas extremidades delas para sanar o problema. Outra reclamação de donos referente aos ruídos vem no conjunto da suspensão por conta de folgas nas buchas de bandeja e pivôs. Porém no geral, é um carro que não apresenta problemas crônicos graves. Aliás, um de seus maiores atributos está no conforto e na versatilidade que oferece. Há até ar-condicionado duplo para os passageiros de trás, que mesmo os mais altos viajam com folga sem raspar a cabeça no teto. Se você tem filhos pequenos, a dica é optar pelas séries especiais Movie ou Avatar, ainda que raras no mercado, mas já contavam de série com DVD player, mas não se esqueça de verificar se o aparelho está em perfeito estado de funcionamento.

Se você prima pela economia de combustível, vá de 1.6, fabricada a partir de 2006 que contava com a tecnologia bicombustível e, por sinal, mais valorizadas na hora da revenda. No caso da 2.0 que já recebia bancos em couro de série, avalie o estado deles e procure por rasgos, furos, desgastes do tempo de uso e até ruídos. O perfeito estado indica um dono mais cuidadoso não só com a aparência, mas como o conjunto todo.  Falando na versão 2.0, se comparado com a concorrência, o consumo não é tão alto: 8,5 km/l no ciclo urbano e 12,2 km/l no rodoviário. A Chevrolet Zafira 2.0 8V, por exemplo, faz 6,6 km/l e 11,9 km/l nesta ordem. Por fim, em alguns modelos fabricados até 2003, a alavanca de câmbio costuma trepidar, problema que só foi corrigido a partir de 2004. Boa compra!

Outra opção de usado é...

Chevrolet Zafira

Quando ela foi lançada em 2001, fez sucesso por ser a única minivan nacional a oferecer capacidade para sete pessoas. Batizado pela GM de Flex7, o sistema possibilitava através de dois bancos adicionais dobráveis aumentar o número da capacidade de pessoas de cinco para sete pessoas e quando não fosse necessário, bastava rebatê-los num compartimento no assoalho do porta-malas. Com 150 litros (com a terceira fileira de bancos armados) o volume crescia para 1.700 litros se rebatesse todos os assentos traseiros.

Entre as motorizações, você pode optar pelo 2.0 8V de 116 cv ou 2.0 16V de 136 cv, mas evite as mais básicas sem o ar-condicionado que, apesar de raras, são micos no mercado. Por pouca diferença, vale procurar pela topo-de-linha que além de oferecer trio elétrico e encostos de cabeça em todos os bancos da versão mais básica, agrega ainda direção eletroidráulica, ar-condicionado, rodas de liga leve e faróis de neblina.

Outra vantagem da Zafira são as peças e mão-de-obra mais baratas, mas a minivan da Citroën rebate quando o assunto é o seguro: R$ 3.096 contra R$ 3.372 da representante da Chevrolet, considerando o perfil masculino, 34 anos, casado e morador em São Paulo.

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