Se você sempre sonhou em ter um utilitário esportivo com pinta de importado e bem equipado, mas sempre pensou duas vezes antes de adquiri-lo devido ao alto preço no valor de mercado, as possibilidades podem ressurgir quando o assunto for uma Mitsubishi Pajero Sport.
O modelo foi lançado no Japão em julho de 1996 com o nome de Challenger. Por aqui chegou dois anos depois, já como modelo 1999, equipada com motor V6 3.0 de 150 cv e tração 4x2 ou 4x4. Ambas recebiam câmbio automático de quatro marchas, além de itens como duplo airbag, CD player com antena elétrica, freios ABS, rodas de liga-leve e cintos de três pontos no banco traseiro, tudo de série, mas bancos em couro eram um opcional.
Em 2000, o SUV ganhou uma renovação na linha com nova grade, faróis, lanternas, rodas e para-choques exclusivos. Junto a esta novidade estreava a diesel com 2,8 litros de quatro cilindros e 125 cv, equipada com câmbio automático opcional. Quatro anos depois era lançada a HPE (High Performance Equipment) com motor a diesel 16% mais potente: 145 cv a 4.000 rpm (torque de 38 kgf.m) novamente acompanhada de uma reestilização que desta vez se estendia a carroceria. Além desta, havia também a versão GLS com motor diesel de 125 cv (torque de 29,8 kgf.m) e a gasolina, 3.0 litros de 177 cv e torque de 26 kgf.m.
A Pajero Sport nacionalizada só veio em 2007 acompanhada de novas mudanças estéticas que se estendia à dianteira e traseira que recebeu a maior mudança de toda a história: a tampa do porta-malas passou a ter desenho mais ovalado. Apesar de parecer menor, a Sport ganhou 7,2 cm no comprimento com 4,69 cm, 14 cm na largura ficando com 1,87 m. Além de novas rodas calçadas em pneus 265/70 R16, o modelo ganhava direção hidráulica progressiva sistema Bluetooth, bancos em couro de dois tons e CD player com disqueteira e sensor de estacionamento conjugados e freios ABS com EBD. O motor de 3,5 litros V6 de 24 válvulas passava a render 200 cv disponíveis nas 5000 rpm. A opção a diesel, por sua vez, passava a contar com motor VGT-i Electronic de 2,5 litros com bomba eletrônica de combustível, Intercooler e turbina de rotor variável (VGT - Variable Geometry Tubocharger), de 141 cv a 4.000 rpm e torque de 30,6 kgf.m a 2.000 rpm, mas no ano seguinte ganhou 150 cv. Na linha 2009, ganhou CD player com entrada para MP3 e USB, mas dois anos depois, o modelo se despedia da linha de montagem dando lugar ao Pajero Dakar.
DE OLHO NA COMPRA
Com menos de R$ 44.000, você pode levar para casa uma 2006 com motor 2,5 litros a diesel de 150 cv, além de tração 4x4 e câmbio automático de quatro marchas. O mesmo não se pode dizer do preço do seguro - que custa, em média, R$ 4.000 para este modelo, considerando perfil masculino, 34 anos, casado e morador em São Paulo - e de algumas peças. Para você ter uma ideia, se for precisar trocar um farol dianteiro, terá de arcar com mais de R$ 2.500. Por isso, é sempre bom até verificar se a unidade em vista não está com esta peça quebrada, o que não é difícil se o antigo dono costumava fazer trilhas. Não é comum apresentarem manchas ou entrada de água, principalmente após duchas com sistemas de lavagem pressurizados. Para isso, faça um teste em um posto de combustível ou em lava-rápidos. Outra dica importante é evitar as unidades com o assoalho raspado, amassado ou ainda com os eixos, tanque de combustível e protetor de cárter arranhados que podem denunciar um uso mais severo.
Em contrapartida, se bem cuidada, a Pajero Sport costuma ter boa durabilidade, sobretudo as com motor a diesel. Só lembre que a manutenção delas costuma ser mais dispendiosas em relação às versões à gasolina. Mesmo assim, dê preferência às versões a diesel, mais econômicas e potentes em baixas rotações.
Se a unidade que estiver olhando for uma 4X4, teste todo o funcionamento do sistema da tração integral e verifique se não há ruídos, que denuncia ser de uma possível folga no diferencial ou do rolamento do eixo cardã. Para isso, nada melhor do que um teste no 4x4 e a reduzida, verificando se o engate é fácil e se não há barulhos. Atente também aos vazamentos de óleo do câmbio, diferencial e caixas de transferência.
Outro item que merece atenção é a caixa de direção que costuma apresentar folgas, mesmo nas unidades menos rodadas. Às vezes, o problema pode estar na folga dos acoplamentos deslizantes estriados da coluna de direção, na fixação dos rolamentos ou do terminal que liga a coluna à caixa de direção. Tome cuidado, pois algumas concessionárias chegam a cobrar mais de R$ 700 pelo serviço que nem sempre é tão complicado assim.
Na parte interna, veja o estado geral do painel, portas e bancos e verifique se há ruídos, consequência dos componentes de plásticos e dos parafusos aparentes. Para sanar o problema, um simples aperto pode ajudar, ou em outros casos, o aplique de blocos de espuma por dentro do forro das portas, vendidos em casa de materiais escolares pode eliminar os rangidos. Avalie também o estado das guarnições da tampa do porta-malas que podem acumular água e consequentemente apresentar ferrugem nas partes da lataria. Para evitar o problema, só fazendo a manutenção preventiva, secando bem depois de lavagens e aplicar um óleo de silicone.
Quanto ao recall, veja se as unidades fabricadas em 2007 possuem o parafuso da arruela-trava do cubo da roda, cuja ausência poderia provocar a soltura das rodas, folga no cubo dianteiro e ruído metálico, com possível perda do controle. Em 2011, o chamado foi para a verificação da mangueira de combustível do reservatório de partida a frio que caso aparecessem fissuras poderia vazar combustível, correndo o risco de incêndio. Boa compra!
OUTRA OPÇÃO DE USADO É: TOYOTA HILUX SW4
Melhor para enfrentar pequenas trilhas, a Toyota Hilux SW4 chegou ao Brasil em 1992 - já como modelo 1993 - importada do Japão com duas opções de motor: 2,8 litros a diesel de 77 cv e V6 de 3,0 litros a gasolina de 170 cv, ambas equipadas num único pacote de equipamentos que incluía ar-condicionado, direção hidráulica, rádio com toca-fitas, rodas de liga, trio elétrico, para-brisa dégradé, volante com regulagem de altura e tração 4x4 com acionamento feito por alavanca no assoalho e liberação da roda livre no cubo da roda.
Igualmente bem equipada e potente, na Toyota prevalece a imagem da marca, sendo muito elogiada numa roda de amigos jipeiros. Quer um exemplo? As versões a diesel costumam passar dos 200.000 km sem apresentar problemas mecânicos. A suspensão bem acertada e de longo curso, câmbio direto e de boa empunhadura são algumas das características mais elogiadas pelos proprietários.
Porém quando o assunto é o preço do seguro, a Toyota perde feio. Para o perfil masculino, 34 anos e morador em São Paulo, os valores ficam em R$ 5.598 contra R$ 3.835 da Pajero Sport (cotação feita no dia 12/06), considerando o ano e modelo de 2006 nas versões diesel. Outro ponto a favor é bom nível de equipamentos.
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