Quem dirigiu, gostou. Eu dirigi. E gostei. Confesso que fiquei bastante satisfeito com o que vi depois de rodar alguns bons quilômetros com o Renault Kardian pelas estradas de Gramado, na Serra Gaúcha.
Na verdade, digo mais: fiquei bastante surpreso. Fazia muito tempo que não me encantava com um carro da Renault feito no Brasil como ele.
Isso posto, pensei que seria bacana enumerar alguns motivos que me levaram a crer que o Kardian é o melhor produto brasileiro da marca nos últimos anos.
A Renault nunca deixou de fazer visual empolgante no exterior. Mas, aqui no Brasil, nos acostumamos nos últimos anos a ver só produtos da Dacia, a divisão romena da marca.
Ou seja: carros extremamente racionais e robustos, embora não necessariamente arrojados. Foi assim com Sandero, Logan e Duster.
O Kardian rompe com isso. Não chega a ser belo como o Clio de quinta geração vendido lá fora, mas é mais sofisticado e tem desenho (bem) mais empolgante.
Isso tem mudado nos últimos anos. Durante muito tempo, os Renault brasileiros eram conhecidos por seus conjuntos conservadores e sem grandes arrojos.
O Kardian também muda essa visão. Além de um novo motor 1.0 turbo com injeção direta, o SUV da Renault tem, pela primeira vez em um compacto nacional, câmbio de dupla embreagem banhado a óleo.
Conjunto de rendimento superior aos automáticos vistos normalmente em carros de seu segmento.
O Kardian também é o primeiro automóvel da marca feito sobre a nova base modular RGMP (Renault Group Modular Platform), que em breve estará em outros compactos feitos no Brasil e no mundo.
Vale ressaltar que essa plataforma já permite a produção de carro híbridos - o que não é o caso do Kardian (ainda), mas dá uma ideia do potencial dessa estrutura.
Tradicionalmente, a racionalidade dos Renault brasileiros está mais na simplicidade e bom preço do que em uma lista de equipamentos bem recheada.
O Kardian segue um caminho diferente, mais uma vez.
Com bom conteúdo de conforto e segurança desde a versão de entrada, o SUV se destaca por ter itens como controlador adaptativo de velocidade, seletor de modos de condução e iluminação de cabine configurável. Todos, aliás, indisponíveis no Duster mais caro.
Modelos como o Sandero e o Duster são carros cheios de qualidades e que recomendamos para muita gente. Mas (tirando o esportivo Sandero R.S.) não são máquinas para agradar quem valoriza o prazer ao dirigir.
O Kardian é diferente. Tem a direção bem acertada e a suspensão firme que transformam o SUV em um belo carro para guiar, mesmo em estradas sinuosas. E o conjunto entrega rendimento na medida certa para garantir a diversão.