A segunda geração do Ford Focus foi a que fez mais sucesso no mercado brasileiro. Foi com ela que o hatch médio da marca americana alcançou números expressivos de vendas entre os anos de 2010 e 2012. Partes desse bom resultado vieram do visual acertado do modelo, de sua boa dirigibilidade e da bem-fornida lista de equipamentos.
Lançada em 2008, a segunda geração do hatch chegou ao país importada da Argentina. O modelo tinha apenas versões com motor 2.0 Duratec a gasolina, que rendia nele divertidos 145 cv com bons 18,9 kgf.m de torque. A transmissão era manual de cinco marchas ou automática convencional, com quatro marchas.
A partir da linha 2010, foi adicionado à linha o motor Sigma 1.6 flex de quatro cilindros, que entregava 115,6 cv e 10,2 kgf.m de torque. As opções de câmbio seguiam iguais.
Os dois conjuntos eram interessantes e tinham seus pontos fortes e fracos. No 2.0, por exemplo, os números de zero a 100 km/h eram menores: 9,5 segundos - 3 segundos a menos que no 1.6. Neste, porém, o consumo passava a ser o ponto alto, principalmente quando abastecido com gasolina. Nessa condição, o hatch alcançava médias de 12,5 km/l na estrada.
A mecânica, naquele momento, ainda não era considerada um problema para o Focus. Isso porque o polêmico câmbio Powershift só começou a fazer parte da gama na terceira geração, que chegou em 2013, já como linha 2014. Sendo assim, os modelos da segunda geração passaram ilesos nessa questão de transmissão.
Aliás, o câmbio automático de quatro marchas da segunda geração do Focus até hoje é considerado bastante confiável pela maioria dos proprietários. É claro que, no comparativo, o câmbio manual de cinco marchas sai na frente pela manutenção menos trabalhosa e cara.
Vale destacar, ainda, que todos os Focus vendidos no mercado brasileiro tinham suspensão traseira multilink - ou multibraços -, um sistema muito mais eficiente do que o eixo de torção, que é mais simples e mais comum. A suspensão garantia ao Focus uma estabilidade acima da média.
Para além da mecânica, a lista de equipamentos do Focus também era um dos seus pontos fortes. Nessa primeira linha, o modelo tinha uma lista completa para a época - ar-condicionado, airbag duplo, direção assistida, bancos de couro, vidros elétricos, rodas de liga, retrovisores elétricos e rádio.
A lista começou a se enquadrar mais com os pacotes atuais a partir da linha 2012, a penúltima da segunda geração, que adicionou itens interessantes às versões mais completas. Como banco do motorista com ajuste elétrico, teto-solar elétrico, sensor crepuscular, retrovisor fotocrômico, ar-condicionado automático com duas zonas e sensores de estacionamento.
O volante passou a ter comandos de multimídia e do sistema de rádio com conexão USB e bluetooth. Havia, ainda, faróis com duplo projetor e auxiliares de neblina. Atualmente, alguns desses itens só aparecem em versões topo de linha de carros zero-quilômetro.
O design do Focus também pesava e ainda pesa a favor. Com visual interessante e proporções de hatch cupê, o modelo era acertado nesse quesito. O caimento do teto na traseira, com o vidro bem inclinado, e as lanternas verticais, eram uma espécie de "assinatura" do modelo.
O mesmo acontecia na dianteira, com faróis de formato irregular, grade com friso cromado e tomada de ar grande no para-choque dianteiro um conjunto que ainda não sentiu tanto o peso da idade. Mas nem tudo são flores. O Focus nunca foi considerado um carro espaçoso. O entre-eixos tinha razoáveis 2,64 m, e o porta-malas carregava 328 litros - ou seja, bom para quatro pessoas e bagagem limitada.
No geral, o Focus de segunda geração sempre foi atraente e eficiente. Esses dois aspectos ainda valem, então o modelo ainda pode ser considerado uma boa opção. Mas é preciso escolher um carro com procedência e em bom estado de conservação, já que lá e vão mais de 10 anos de estrada, pelo menos.
No estoque da Webmotors encontramos diversas unidades nessas condições. Vale destacar que boa parte desses modelos custa, em média, R$ 20 mil a menos que qualquer carro zero-quilômetro atualmente.
Anunciada por um proprietário de Goiânia, em Goiás, a primeira unidade que encontramos é da versão GL 1.6. O carro tem câmbio manual, pouco menos de 70 mil quilômetros rodados e exibe aparente bom estado de conservação. Na cor preta, tem rodas de liga, retrovisores elétricos, bancos de couro e ar-condicionado digital. O valor pedido pelo dono é de R$ 39.900.
Outro proprietário, desta vez do Rio de Janeiro, aceita se desfazer do seu Focus, ano 2011, com motor 2.0 e câmbio manual por R$ 34.900. Convertido para rodar no GNV, o hatch tem pouco mais de 65 mil km rodados mostrado no hodômetro. A lista de equipamentos é bem completa, com sensor de chuva, faróis xenômio, bancos de couro, central multimídia, controle automático de velocidade, entre outros itens.
Por último, um proprietário de São Paulo anuncia seu Focus 1.6 Titanium, ano 2012, com apenas 29 mil quilômetros. O modelo é anunciado por R$ 51.900, cerca de seis mil acima da Tabela Fipe, mas o proprietário garante que as condições do carro são impecáveis. Segundo o dono, o carro modelo tem todos os manuais, nota fiscal e chave reserva.