Usado Novo: o injustiçado Renault Fluence

Sedã médio lançado por aqui em 2011 tinha espaço interno agradável, boa lista de equipamentos, mas nunca emplaco

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Lucas Cardoso
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O mercado dos sedãs médios no Brasil atualmente não é tão badalado, mas nem sempre foi assim. Há cerca de dez anos, as opções eram das mais variadas, com os clássicos japoneses, da Toyota e Honda, o alemão, da Volkswagen, entre outros. A lista era grande, mas nem todos chamavam a merecida atenção.

Um desses modelos, o Renault Fluence, tinha os predicados para ser um concorrente de peso no segmento, mas nunca foi a primeira escolha dos proprietários. O que era estranho de se pensar, já que o sedã francês era bom no espaço interno, conforto à bordo, desempenho e também em nível de equipamentos.

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Renault Fluence foi lançado no Brasil em 2011, mas nunca decolou em vendas
Crédito: Divulgação/Renault
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RENAULT FLUENCE

Mecânica mantida

Lançado em 2011, o Fluence chegou ao Brasil importado em três versões. Todas elas usavam o motor flex quatro cilindros 2.0 aspirado. Com injeção multiponto e duplo comando de válvulas no cabeçote, o propulsor rendia ao três volumes 143 cv de potência e 20,3 kgf.m de torque.

O conjunto poderia ser casado com uma transmissão manual de seis marchas, usada na versão de entrada Dynamique, ou com a CVT de seis velocidades. Essa última opção de transmissão vinha instalada nas versões Dynamique AT e Privilege AT, que era a topo de gama.

Renault Fluence utilizava motor 2.0 aspirado, mas teve uma versão com bloco 2.0 turbo de 180 cv
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Versão turbo

A mecânica não fazia do sedã um carro com desempenho invejável, é claro, mas ainda assim era forte o suficiente para um rodar confortável. Dois anos depois, em 2013, porém, o modelo deu um salto para atingir o público que pedia por mais potência. Foi  nesse ano que a Renault trouxe a icônica versão GT.

Nessa configuração, o Fluence era equipado com um motor de mesma litragem 2.0, mas em vez de aspirado, entrava em cena um sistema turbo a gasolina. O conjunto mecânico entregava interessantes 180 cv de potência e 30,6 kgf.m de torque. Para mandar força às rodas dianteiras, a transmissão era manual de seis marchas.

Com essa dupla, o Fluence era capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 8 segundos. Uma combinação para deixar qualquer um amante das quatro rodas apaixonado.

Versão GT Line tinha apenas um visual mais invocado.
Crédito: Divulgação/Renault
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Fim do turbo

Apesar dos números interessantes, o motor não foi mantido para as versões GT dos anos seguintes. Com nome de GT Line, as configurações "esportivas" agora traziam o mesmo motor 2.0 aspirado e CVT das demais configurações. A única diferença era no visual, que tinha para-choques exclusivos e detalhes internos. Aliás, já falamos bastante do Fluence GT na nossa seção Fast ou Fake.

Depois da mecânica considerada sóbria e capaz, o Fluence também era bem avaliado pelo seu espaço interno. O modelo tinha 2,70 metros de entre-eixos e 530 litros de capacidade de porta-malas. Medidas interessantes para quem buscava um carro para famílias grandes. O único ponto negativo, citado diversas vezes por motoristas, era a altura da segunda fileira. Para pessoas mais altas, o teto acabava encostando na cabeça e os joelhos nos bancos dianteiros.

Interior do Renault Fluence evoluiu com o passar do tempo, ganhando, por exemplo, velocímetro digital
Crédito: Divulgação/Renault
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Completo já de série

A lista de equipamentos era bem completa já desde as versões de entrada. Mesmo nessas configurações mais baratas, o sedã tinha seis airbags, faróis de neblina, cintos de três pontos para todos os ocupantes, com encosto de cabeça, direção assistida eletricamente e controles automáticos de velocidade.

Em conforto, o modelo também oferecia ar-condicionado de duas zonas, vidros e travas elétricas, chave presencial, central multimídia, volante multifuncional, com ajustes de altura e profundidade. As versões mais completas só adicionavam bancos em couro e teto solar elétrico.

Concorrente atual

A lista era completa até mesmo para a época, onde boa parte dos carros no segmento ainda não oferecia itens mencionados de segurança, especialmente nas versões de entrada. Dito isto, o Fluence se enquadrava no perfil mais elevado dos sedãs médios, então qual era o problema? A disputa com modelos de marcas com maior confiabilidade do brasileiro.

Apesar desse detalhe, o três volumes seguiu firme a sua trajetória de 2011 até 2018, quando deixou de ser importado pela Renault. Nesse tempo de vida, os melhores anos de vendas foram 2013 e 2014. Mesmo nesses anos, os números não eram tão altos, o que faz com que o carro seja mais difícil de se achar rodando por aí.

Mas se você quer um sedã médio de andar suave e confortável, o Fluence ainda pode ser a sua escolha. É claro que você precisa procurar por uma unidade com boa procedência, estado de conservação e, de preferência, com quilometragem baixa. No estoque da Webmotors, por exemplo, achamos três unidades que podem ser interessantes para quem busca um salto de um sedã compacto ou hatch para um carro mais espaçoso.

Honda Civic e Toyota Corolla foram os grandes rivais do Renault Fluence no Brasil
Crédito: Divulgação/Renault
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A primeira unidade que listamos está em Niterói, no Rio de Janeiro. Um Fluence na versão Dynamique Plus 2.0 com câmbio automático, ano 2017, com pouco mais de 45 mil quilômetros rodados. O modelo está adaptado para rodar no GNV, tem bancos de couro com costuras e central multimídia com função de espelhamento. A pedida do proprietário é de R$ 67.900, o que é pouco mais de R$ 1 mil acima da tabela Fipe.

Em São Paulo, encontramos outra unidade em boas condições. O modelo da versão Dynamique 2.0 automático, ano 2015, tem pouco mais de 48 mil quilômetros rodados e lista completa de itens, com sensor de estacionamento, rodas de liga, sensor de chuva e outros itens. O modelo parece ter bom estado de conservação e o proprietário pede R$ 55 mil para se desfazer.

Um proprietário de Salvador, na Bahia, aceita vender seu Fluence GT Line, ano 2015, por R$ 64.999. O modelo tem motor flex 2.0, câmbio automático e a pintura é branca. Como diferencial, a unidade tem teto solar elétrico e está anunciado com 60 mil quilômetros.

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