A Hyundai foi ousada ao mudar completamente o seu sucesso de vendas, o HB20, para a sua segunda geração, que será lançada no Brasil até novembro. Porém a audácia não ficou apenas do lado de fora, uma das principais mudanças não pode ser vista logo de cara.
Embaixo do capô adotou o motor Kappa 1.0 turbo com injeção direta de combustível, capaz de render até 120 cv de potência . O propulsor está atrelado a um câmbio automático de seis velocidades. Foi justamente nesta combinação que tive o primeiro contato com o novo HB20 na Coreia do Sul.
Antes de falar de como o carro se comporta, vale dizer que não está prevista a opção de motorização 1.6 na segunda geração, pelo menos para o lançamento. A Hyundai irá avaliar a reação do público para decidir se acrescentará esta variante no futuro. Além do 1.0 turbo, o novo HB20 terá ainda um propulsor aspirado (com 80 cv de potência).
O primeiro contato com o novo HB20 aconteceu num centro de tecnologia e desenvolvimento da marca, a aproximadamente 100 km ao sul de Seul. Neste centro acontecem testes com todos os veículos da marca vendidos no mundo. É impressionante a variação de modelos existentes. Infelizmente todos estavam camuflados e o nosso grupo de jornalistas teve que deixar qualquer eletrônico de fora do complexo, sob pena de ser expulso do local.
Além disso, as unidades cedidas para a imprensa eram todas pré-série. Foram montadas numa fábrica piloto na própria Coreia, que serve de base para a linha de produção de Piracicaba, interior de São Paulo. Por isso, vale a ressalva de que algumas percepções podem não ser totalmente fiéis em relação ao modelo que será vendido no Brasil.
A primeira volta com o modelo ocorreu em uma longa reta dentro do complexo, feita para testar aceleração, retomada, frenagem entre outros aspectos. Assim como a primeira geração, o novo HB20 acomoda bem motoristas de diversas estaturas. Eu, com 1,90 metro de altura, não tive dificuldade em achar a melhor posição para guiar. Graças em parte as regulagens de altura e profundidade, tanto do banco quanto do volante.
O primeiro teste foi de aceleração. O HB20 com caixa automática ficou esperto com o motor 1.0 turbo. Saindo da imobilidade, o hatch desenvolve velocidade rapidamente e de forma gradual. Não chega a ser como o Volkswagen Up! TSI (que também traz um 1.0 turbo), mas deixa para trás o seu principal rival, o Chevrolet Ônix.
O câmbio de seis marchas trabalha bem e as trocas, mesmo quando feitas no limite do giro do motor, ocorrem sem trancos. A versão testada contava com paddle shifters atrás do volante (as famosas borboletas). Numa tocada mais esportiva foi possível notar um certo delay na resposta do hatch. Resta saber se trata-se de uma característica ou se ainda haverão ajustes para a versão final. Certo é que o escalonamento do conjunto privilegia o conforto em detrimento da esportividade.
Um ponto que merece destaque é a estabilidade do hatch. A carroceria ficou 19% mais rígida em relação a primeira geração. Num circuito com curvas de variados ângulos, o HB20 se manteve neutro e sem rolar em demasia a carroceria. No limite, o hatch apresentou a tendência de sair de frente, situação esperada para a ocasião.
Aliás, segurança deve ter sido uma das premissas para o novo projeto do HB20. Entre as melhorias para a segunda geração está a adoção dos controles de tração, estabilidade e frenagem (dependendo da versão).
Ainda neste aspecto, o novo HB20 contará com até quatro airbags e, dependendo do pacote, poderá ter sensor de pneus, alerta de saída de faixa e até sistema para evitar colisões frontais (que freia o veículo automaticamente na eminência de uma batida). Vale dizer que vários destes itens serão inéditos na categoria.
Em resumo, o HB20 melhorou em vários aspectos, principalmente em segurança e mecânica. Além disso, manteve alguns pontos que o destacavam, como qualidade do acabamento e espaço interno. Se tiver um preço agressivo tem tudo para ser a nova referência do segmento.