O primeiro carro elétrico de produção em série da Porsche foi lançado nesta quarta-feira (4). O Taycan foi exibido simultaneamente em eventos realizados na China, no Canadá e na Alemanha. O WM1 acompanhou a cerimônia alemã, na cidade de Neuhardenberg, a 70 quilômetros da capital Berlim.
O sedã 100% elétrico terá duas versões, com potências distintas. Apesar de não ter turbinas, a Turbo tem 680 cv e preço de 152 mil euros (cerca de R$ 690 mil), enquanto a Turbo S gera 761 cv e sai por 185 mil euros, aproximadamente R$ 842 mil.
Força suficiente para mover os quase 2.300 kg do cupê (Turbo S). Tanto que a Porsche já colocou o desempenho do sedã à prova no tradicional circuito de Nurbugring, na Alemanha. Apesar dos mais de 2.200 kg de peso, virou tempo de 7 minutos e 42 segundos no trecho de 20,6 quilômetros.
Muito beneficiado pelo coeficiente aerodinâmico de 0,22 cx, o melhor entre todos os modelos da Porsche. Segundo a marca alemã, o Taycan Turbo é capaz de fazer o 0 a 100 km/h em 3,2 segundos, enquanto o Turbo S cumpre o mesmo em 2,8 s.
O modelo chega com comprimento de 4,96 m, entre-eixos de 2,90 m, altura fr 1,38 m e largura de 1,96 m. E carrega itens tradicionais de qualquer esportivo da Porsche, como modos de direção, vetorização de torque, suspensão a ar e controle de largada, além de centro de gravidade menor do que o do lendário cupê 911.
O Taycan tem a evidente missão de peitar o norte-americano Tesla Model S. Inclusive, os Estados Unidos será o primeiro país a receber o carro, no início de 2020. A propósito, a lista de reserva para o carro já é grande. O modelo já foi confirmado para o Brasil, mas ainda não há data específica para o começo das importações.
Em relação à recarga da bateria de 93,4 kWh, a marca oferece o primeiro sistema que opera em 800 volts, enquanto os demais elétricos chegam, no máximo, a 400 volts. Há possibilidade de recarga rápida para 100 km em 5 minutos em uma carga de 270 kw
Existem dois bocais para implementação das tomadas nas duas laterais do carro, na coluna dianteira. A explicação é simples: conveniência. A Porsche diz ainda que o Taycan cumpre autonomias de 450 km e 412 km (S), de acordo com o ciclo europeu. A bateria tem garantia de oito anos.
Por dentro, o modelo surpreende até os porschistas mais fanáticos. Tem cinco telas digitais, o que inclui um painel de instrumentos de 16,8 polegadas, além de uma central multimídia central e outra presente na frente do passageiro frontal (esta, opcional). O sedã abriga ainda um display no console central, para controle do ar-condicionado. A mesma função gere a quinta tela, voltada para os passageiros traseiros.
Mas uma pergunta que você deve estar fazendo é "por que a Porsche escolheu estrear a propulsão 100% elétrica em um sedã em vez de um cupê esportivo"? A resposta está na legislação. As montadoras têm que cumprir com um volume de vendas de modelos elétricos, objetivo que a marca jamais conseguiria com um carro meramente esportivo.
Um SUV também foi descartado no primeiro momento porque a Porsche deseja mostrar todo o DNA de esportividade em seu primeiro elétrico, algo que não seria representado em um utilitário. Porém, a marca já avisa que lançará, em 2021, o Cross Turismo, modelo meio station wagon, meio SUV, que usará a base do Taycan.
Vale ressaltar que a história da Porsche em relação aos elétricos está ligada desde o princípio da marca. O primeiro projeto elaborado pelo fundador Ferdinand Porsche foi o Egger-Lohner, ou simplesmente P1. Ele era uma espécie de carroça tracionada por motor elétrico. O modelo que teve quatro unidades produzidas podia chegar aos 30 km/h, uma marca impressionante para 1898, quando foi lançado.