Apresentados na última edição do Salão do Automóvel de São Paulo na forma de conceito, os Volkswagen Polo e Virtus GTS ressuscitarão a sigla que fez sucesso com o Passat Pointer e o Gol quadrado nas décadas de 1980 e 1990. A dupla será lançada no início de 2020, ainda sem data e preços definidos.
No entanto, o fabricante adianta alguns detalhes dos modelos, que são bem parecidos com os conceitos do salão, porém, com pequenas mudanças voltadas à redução de custos de produção. As rodas de liga leve de 18", por exemplo, foram substituídas por um conjunto de aro 17", homologado para Polo e Virtus no Brasil.
A mecânica é a mesma compartilhada entre o sedã Jetta e o SUV T-Cross: motor 1.4 turbo flex, que rende 150 cv de potência e 25,5 kgf.m de torque, sempre com câmbio automático Tiptronic de seis velocidades.
Para efeito de comparação, o motor AP 1.8 aspirado a gasolina do Gol GTS de 1993 entregava 99 cv e cerca de 15 kgf.m, atrelado a uma caixa manual de cinco marchas. Contudo, Polo e Virtus GTS contam com ajustes e componentes exclusivos direcionados à proposta mais esportiva.
As mudanças no motor ficaram restritas ao remapeamento do acelerador e da injeção direta de combustível. Há um seletor com quatro modos de condução, que altera a entrega de potência e torque de acordo com a escolha do motorista.
Na função esportiva, as respostas do carro ficam mais ágeis e um dispositivo conectado à central eletrônica do carro emula um ronco encorpado para dentro da cabine.
No rápido teste no Autódromo da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo, provamos um pouco do que o Polo GTS é capaz de proporcionar. A Volkswagen não divulgou dados de desempenho, mas o comportamento do hatch é consideravelmente mais esperto que o das versões 1.0 TSI de 128 cv.
O motor 1.4 turbo trabalha sempre "cheio", empurrando o hatch com vigor nas acelerações em retomadas e acelerações nas saídas de curva.
Já o câmbio automático pode não agradar aos entusiastas, porém não desaponta numa tocada mais agressiva. Verdade que a transmissão não empolga como uma caixa manual, mas permite acelerar o hatch até próximo da faixa de corte do motor e aceita reduções a giros elevados no modo esportivo.
Mas o que realmente instiga quem está ao volante a levar o carro perto do seu limite (numa pista fechada, obviamente) é o acerto de chassi. As suspensões receberam amortecedores com carga mais firme e componentes próprios da versão GTS.
Na dianteira, a barra estabilizadora teve a espessura ligeiramente aumentada de 20 milímetros para 21 mm, enquanto o sistema traseiro recebeu eixo de maior rigidez torcional. Os freios, a disco nas quatro rodas, são os mesmos do Polo Highline 1.0 TSI.
De acordo com José Luiz Loureiro, engenheiro responsável pelo desenvolvimento dos modelos, os controles de estabilidade e tração também foram reconfigurados para lidar com a potência maior.
Visualmente, a dupla adota estilo inspirado no Polo GTI europeu. A dianteira recebeu para-choque com entradas de ar redesenhadas e faróis full LED com uma faixa vermelha que atravessa horizontalmente a frente do carro.
Na traseira, o Polo GTS vem com ponteira dupla de escape e spoiler sobre a tampa do porta-malas, enquanto o Virtus ganhou um pequeno aerofólio pintado de preto.
Por dentro, o toque da sigla GTS está no volante de base achatada e nos contornos em vermelho nas molduras das saídas do ar-condicionado e nas costuras dos novos bancos. Estes são parcialmente revestidos de couro com encosto inteiriço e abas laterais mais envolventes.
A lista de equipamentos deve ser parecida com a da versão Highline, agregando os principais opcionais, como painel digital configurável Active Info Display, central multimídia Discover Media com tela tátil de 8 polegadas, câmera de ré, sensor de chuva e faróis com acendimento automático.
Outros detalhes ainda serão definidos na versão de produção. As rodas, por exemplo, terão acabamento e desenho diferentes do jogo preto fosco instalado nos protótipos.