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As principais configurações de motores de motos

Listamos os tipos de propulsores mais comuns nas motocicletas atuais, dos simples monocilíndricos aos loucos radiais

por Roberto Dutra

O caro leitor vira e mexe se depara com matérias, reportagens e fichas técnicas de motocicletas e, quase sempre, lá está a configuração do motor, com número de cilindros e suas posições.
Mas será que todo mundo entende o que significam essas configurações? Com isso em mente, montamos uma lista com os tipos de motores mais comuns nas motocicletas atuais - e, desta forma, tentamos esmiuçar esse tema. Confira:
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Os principais motores de motos:

1. Motor monocilíndrico:

É aquele com apenas um cilindro e um pistão. Pode ser refrigerado a ar (maioria dos casos) ou água. Está na maior parte das motos pequenas, como Honda CG Titan e Yamaha Fazer, por exemplo. Suas virtudes são a robustez, a manutenção fácil e barata e o baixo consumo.

2. Dois cilindros em linha:

Configuração frequentemente escolhida para as motocicletas de cilindrada média, como a Yamaha MT-03. Tem dois cilindros posicionados lado a lado, sempre transversalmente ao chassi da moto, com refrigeração a ar ou água, de acordo com o projeto. Em relação aos monocilíndricos, acrescentam alguma potência e torque e continuam sendo robustos e econômicos.

3. Três cilindros em linha:

Normalmente está em motocicletas grandes, como é o caso das Triumph Tiger 800 e 900, e nas Yamaha MT-09. São três cilindros lado a lado, em posição transversal ao chassi e sempre refrigerados a água. Aqui, a virtude é equilibrar potência e torque bem generosos em motores muito giradores. Vale destacar que a grandona Triumph Rocket III usa a configuração três-em-linha, mas em posição longitudinal em relação ao chassi (e com enormes 2.500cm³!).

4. Quatro cilindros em linha:

A coisa aumenta mais e aqui temos quatro conjuntos compostos por cilindro, pistão, biela, anel de segmento e afins. Sempre em posição transversal ao chassi, estes motores são bem elásticos e sua aplicação é grande, vai desde os blocos com 650cm³ aos enormes 1.600cm³, entre outros. A refrigeração é sempre a água. Os quatro-em-linha são amados pelo funcionamento redondo, com pouca vibração, e pelo excelente desempenho principalmente em altas rotações.

5. Seis cilindros em linha:

Configuração bem rara e pouco usada, ficou famosa na Honda CBX 1.050 criada em 1.978. Os seis canequinhos dispostos lado a lado ficavam em posição transversal ao chassi e davam à moto uma largura peculiar. Imagine o que era equalizar esse conjunto com seis carburadores, seis boias, seis giclês, seis estiletes e por aí vai... Muitos anos depois, as BMW K 1.600 GT e GTL de 2010 repetiram a dose com um seis-em-linha extremamente compacto.

6. Dois cilindros em V:

Configuração habitualmente usada nas motocicletas da Harley-Davidson e da Indian - e em poucos outros modelos -, tem os dois cilindros posicionados um à frente do outro, em forma de V, normalmente a 45 graus. Durante décadas, a refrigeração foi a ar, mas nos últimos anos ganhou um arrefecimento parcial a água, nos cabeçotes. Nas motos americanas a posição dos cilindros é longitudinal em relação ao chassi, mas a Moto Guzzi italiana chegou a usar motores em V transversais. Vale destacar que os L2 das Ducati e de outras motos italianas são apenas o V2 com ângulo maior de distância entre os cilindros (90 graus ou mais). Nos V2, o astro principal é o torque, enquanto a potência não costuma ser muito alta.

7. Quatro cilindros em V:

Configuração rara nos últimos anos, renasceu com os mais recentes lançamentos da marca italiana Ducati - Multistrada V4, Streetfighter V4 e Panigale V4. Mas não é novidade: nos anos 90, a Honda e a Yamaha já usavam esse desenho em modelos custom como a Magna 750 e a V-Max 1.300. São dois cilindros inclinados à frente e dois inclinados para trás, que formavam dois "vês", tudo abrigado em um mesmo bloco. OS V4 unem o torque vigoroso dos V2 (vezes dois!) com bons números de potência.

8. Oito cilindros em V:

Esse aqui é mais uma curiosidade: apenas protótipos criados em esquema artesanal arriscaram botar um motor V8 em uma moto. A exceção é a marca americana Boss Hoss, que fabrica em série enormes motos (e triciclos) que usam motores V8 fornecidos pela Chevrolet. Ficam em posição longitudinal ao chassi da moto, que não por acaso tem dimensões superlativas.

9. Cilindros contrapostos (boxer):

Essa configuração é vista desde quase sempre nas motos da marca alemã BMW. Posicionados transversalmente em relação ao chassi, os dois cilindros ficam um para cada lado da moto, abertos em ângulo de 180 graus um em relação ao outro. As Honda Goldwing nasceram com esta configuração aplicada a quatro cilindros - dois de cada lado - e depois cresceram para seis cilindros, com três em cada lado. Torque e potência costumam ser satisfatórios, mas o barato aqui é que a posição boxer joga o centro de gravidade da moto lá para baixo, o que melhora sobremaneira sua maneabilidade.

10. Motor radial:

Experimentos tentaram implementar esse tipo de motor - habitualmente usado em aviões monomotores nem tão novos - em motocicletas, tanto em posição transversal quanto em posição longitudinal. Nunca deu certo mas, ao ver a foto abaixo, responda com sinceridade: qual motociclista não gostaria de experimentar uma moto assim?

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