BMW M 1000 R: como é pilotar essa naked furiosa

Mais recente modelo da BMW Motorrad com a grife "M", o modelo é uma espécie de obra de arte. confira análise completa

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Dylan Ruddy/Bikesales

A BMW M 1000 R é o mais recente lançamento da marca de Munique com a grife "M" - ou seja, com alguma preparação feita pela divisão esportiva da BMW. E pode ser considerada uma obra de arte.

O termo "obra de arte" é frequentemente usado injustamente, mas esse não é o caso aqui. Muita raramente, talvez nunca, uma moto chega à perfeição. Pois essa BMW chegou muito perto. Muito mesmo.

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Tudo começa com a letra "M". Para desavisados, por parecer apenas uma nomenclatura. Mas quem conhece a BMW sabe que que a letrinha significa que a moto (ou o carro) tem especificações e performance do mais alto nível possível nas fileiras da marca alemã.

A BMW M 1000 R é uma naked com desempenho e superbike
Crédito: Bikesales
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Motor "M" surgiram em 2017

Historicamente, desde que a divisão de preparação surgiu, em 1972, a designação "M" sempre foi aplicada apenas aos automóveis da BMW. Mas isso mudou em 2017, quando a divisão de motocicletas da marca também passou a ter modelos "M" em duas fileiras - a primeira foi a incrível superbike M 1000 RR.

Naquela época a BMW disse que faria mais motos "M", e a promessa foi cumprida este ano com a chegada dessa M 1000 R. É uma versão da susperbike, sim, mas com visual naked - sem carenagens e apêndices aerodinâmicos extremos. Essa moto, com um "R" só, se propõe a entregar desempenho similar ao da RR, mas de forma um pouco mais acessível em maneabilidade e preço.

O modelo tem motor quatro-em-linha com 210 cv de potência e 11,3 kgf.m de torque
Crédito: Bikesales
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E a BMW passou no teste com folga. A M 1000 R é uma moto espetacular. É emocionante, luxuosa e high tech. Recomendo que o caro leitor faça um test-ride: você vai nos agradecer!

Na Austrália, a M 1000 R custa 32.290 dólares locais. Considerando o nível de equipamentos e especificações da moto, e também o prestígio de ser uma "M", não é um preço injusto.

Apesar de esbanjar força, tanto m potência quanto em torque, a M 1000 R é extremamente maneável
Crédito: Bikesales
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Para comparar, a esportiva carenada BMW S 1000 R (que é a base desta M 1000 R) custa 22.090 dólares australianos. Mas a "M" tem mais potência, mais tecnologia e mais recursos de série - inclusive o comando de válvulas variável BMW ShifCam e o escape da grife eslovena Akrapovic. E, para referência, a inigualável M 1000 RR começa em 55.440 dólares locais.

Mais referências? A Ducati Streetfighter V4 começa em 34.900, a Aprilia Tuono V4 Factory parte de 33.490, a KTM 1290 Super Duke R custa 30.915, a Triumph Speed Triple RS vem de 28.990 e a Yamaha MT-10SP tem preço inicial de 28.499. Todas são furiosas, mas apenas a Duati Streetfighter V4 chega perto da M 1000 R em potência - 208 cv na italiana e 210 cv na alemã.

A moto fica mais à vontade em pistas fechadas e track days, mas seu uso nas ruas e estradas é plenamente controlável
Crédito: Bikesales
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Pacote reforça a esportividade

E quem quiser um pouco mais de pimenta na M 1000 R pode compra, junto, o pacote M Competition (que estava na unidade que testamos). Aí o preço sobe para 39.890 dólares australianos. O pacote inclui rodas de fibra de carbono, pintura diferenciada Black Storm Metallic/M Motorsport, GPS com função de controle de volta em pista e alguns outros componentes mais sofisticados.

Quando a S 1000 R atualizada foi lançada, em 2021, muita gente não ficou feliz com a potência inferior aos 163 cv da carenada S 1000 RR. Mas com a chegada da M 1000 R, não há motivos para tristeza ou decepção: são 210 cv a 13.750 rpm and 11,3 kgf.m de torque a 11,100rpm - e entregues de forma amigável e bem controlável.

De ferntefrente, sobressaem as asinhas aerodinâmicas, cujo efeito só é sentido em altas velocidades
Crédito: Bikesales
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O termo "amigável" aplica-se bem, pois embora a M 1000 R seja extremamente rápida e construída com certo foco em track days, também é muito usável no dia a dia, em ruas e estradas. Você consegue andar em baixas velocidades sem trancos.

Não vou me alongar em performance porque as especificações da moto falam por si. O que você pecisa saber é que há potência e torque sempre que você precisar, em absolutamente quaisquer condições e situações. A moto é muito rápida e veloz, mas não é indomável.

O quichshifter, dispositivo que permite trocas ar marchas sem uso da embreagem, é item de série
Crédito: Bikesales
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Eletrônica reforça a seguança

A parte eletrônica também é interessante. Tem mapas de injeção, quatro modos de condução inclusive um "Race Pro" customizável, controles de tração e de escorregamento lateral, ABS de última geração, luzes de LED adaptativas e suspensões semi-ativas, entre outros recursos.

Mas, calma: tem mais. A "M" também com quickshifter, painel de TFT de 6,5 polegadas com conectividade, aquecimento nos punhos, cruise control, chave presencial e baterial "M" levinha. Vale dizer que o uso dos recursos é fácil e intuitivo.

A ponteira de escape da grife eslovena Akrapovic faz parte do pacote de acessórios Competition
Crédito: Bikesales
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Na maneabilidade, a M 1000 R é incrivelmente leve e super ágil. Muda de trajetória facilmente e contorna as curvas com destreza. Essa "M" é apenas um pouco mais leve do que S 1000 R, mas seu comportamento dinâmico é muito superior.

O banco proporciona bom encaixe para o piloto, mas conforto não é um dos pontos fortes da moto
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A suspensão Marzochi é bastante firme, mas é semi-ativa e ajustável. Então você pode regulá-la da maneira que achar melhor, e para o local onde for pilotar - estrada, rua ou pista. A moto também um amortecedor de direção cuja pressão é ajustável, o que também ajuda na incrível maneabilidade da moto.

O que mais posso dizer? Sim, sempre há muito a falar sobre uma moto desse nível: você pode olhar para a BMW M 1000 R o dia inteiro e ainda assim vai achar novos aspectos interessantes.

Por fim, o visual da moto é coerente com sua proposta. As asinhas aerodinâmicas laterais reforçam sua proposta esportiva, mas você só sentirá seu efeito se for pilotar em altíssimas velocidades, em uma pista.

O belíssimo painel de TFT de 6,5 polegadas foi herdado de outros modelos
Crédito: Bikesales
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O que não gostei na BMW M 1000 R?

Não sou muito fã dos motores quatro cilindros em linha em motos. Para mim, eles não têm algumas características interessantes presentes nas outras configurações e frequentemente exibem uma vibração incômoda em altos giros.

Isso se aplica ao motor da M 1000 R, mas é difícil criticá-la por isso, pois o motor trabalha incrivelmente bem. Performance, estilo e tecnologia forma, aqui, um conjunto excepcional.

E é só isso. De fato, meu único "senão" com essa moto é que é realmente muito fácil andar rápido com ela. É fácil de usar em ruas e estradas, mas me parece até errado não usá-la em pistas fechadas, em track days, sob pena de não aproveitar todo o seu potencial.

A BMW M 1000 R não é moto para qualquer pessoa. Embora seja fácil de pilotar, suas respostas incrivelmente rápidas exigem experiência e destreza. Se você tem isso, essa provavelmente será a melhor moto que você já pilotou na vida.

As rodas em fibra de carbono também estão no pacote de acessórios Competition
Crédito: Bikesales
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Ficha técnica - BMW M 1000 R

Motor: quatro cilindros em linha, 16 válvulas, comando de válvulas variável, 999 cm³, potência de 210 cv a 13.750 rpm e torque de 11,3 kgf.m a 11.100rpm

Transmissão: câmbio de seis marchas com quickshifter e secundária por corrente

Suspensões: dianteira Marzochi invertida, semi-ativa e ajustável, com 45 mm de diâmetro e curso de 12 cm. Traseira monochoque, semi-ativa e ajustável, com curso de 11,7 cm

Freios: disco duplo na frente de 320 m e disco simples atrás de 220 mm, com ABS.

Pneus: dianteiro 120/70 R17 e traseiro 200/55 R17

Dimensões e peso: 2,08 m de comprimento, , banco a 83 cm do solo e peso de 199 quilos a seco

Tanque: 16.5 litros

Confira aqui as impressões de pilotagem da BMW M 1000 R

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