A BMW S 1000 RR foi lançada em 2009 e, desde então, se tornou uma das principais referências no segmento das motos superesportivas premium no mundo. Suas grandes virtudes: a maneabilidade e a facilidade de pilotagem, apesar de ser extremamente potente como várias das concorrentes.
O tempo passou e a S 1000 RR evoluiu. Ganhou aprimoramentos, uma segunda geração, o curioso conjunto ótico dianteiro "caolho" foi invertido e a versão atual, lançada lá fora em setembro do ano passado, agora chega ao mercado brasileiro como linha 2023 - e mostra que a moto está melhor do que nunca.
Fomos ao autódromo de Interlagos conhecer a fera e, também, pilotá-la. Hoje detalhamos aqui as novidades, upgrades, características, versões preços.
Mais adiante, revelaremos como é pilotar a BMW S 1000 RR em seu habitat natural!
Vale lembrar que a S 1000 RR é a superesportiva de alta cilindrada mais vendida do mercado brasileiro. À frente dela nos rankings mensais de vendas só costuma aparecer a Yamaha YZF-R3, que custa muito menos. E mesmo assim a diferença nos volumes não é muito grande.
Mas a moto alemã vende mais que suas principais concorrentes diretas - Honda CBR 1000 RR-R Fireblade SP, Kawasaki ZX-10R, Ducati Panigale e Suzuki GSX-R 1000R, entre outras menos cotadas. Quer mais? O Brasil é o segundo país do mundo que mais compra o modelo, depois dos Estados Unidos.
Mas vamos às novidades: a S 1000 RR ganhou um para-brisa um pouco mais alto (que gera menos turbulência no capacete do que antes), carenagens laterais redesenhadas e rabeta mais curta com tomadinha USB. E, mais importante, asas aerodinâmicas frontais e laterais, que chegam a produzir 17,1 quilos de força aerodinâmica (downforce) sobre a frente da moto.
Essa carga reduz substancialmente a tendência da roda dianteira se desgarrar do asfalto, inclusive nas acelerações nas acelerações. Aí o controle de tração atua menos, mais potência é convertida em aceleração e o desempenho da moto é otimizado. As asas também compensam o maior arrasto causado pelo para-brisa mais alto.
Na parte mecânica, a moto passa a ter como item de série em todas as versões o kit "chassi M" na suspensão traseira, ponteira de escape Akrapovic em titânio e fibra de carbono, roda traseira com remoção simplificada e bateria de lítio (bem mais leve que a normal).
Além disso, todas as versões passam a ter o cabeçote, o coletor de admissão e a caixa do filtro de ar que antes eram exclusivos da versão M 1000 RR. Essas mudanças deram ao motor 3 cv a mais de potência - agora são 210 cv.
Na parte eletrônica, os upgrades são dois novos assistentes de pilotagem: o brake slide assist e o slide control. O primeiro auxilia o piloto a controlar o deslizamento na entrada das curvas e o segundo, a manejar o deslizamento da roda traseira nas saídas das curvas.
A implementação desses recursos foi permitida pela instalação de um novo sensor de ângulo de direção, que fica na mesa inferior da suspensão dianteira. O sensor mede o ângulo de posição do guidão e, em conjunto com o controle de tração, garante os deslizamentos ideais. Além disso, os modos 2 e 3 do controle de tração foram otimizados para pistas de corrida e uso de pneus slick.
Ainda na parte eletrônica, mais uma novidade no painel de instrumentos: agora, a última tela configurada aparece depois que a moto é ligada. Ou seja, não é mais necessário reconfigurar todos os ajustes a cada pilotagem. E cabe lembrar que a moto tem sete modos de pilotagem, sendo quatro fixos e três customizáveis
Além disso, o painel de instrumentos pode exibir quatro opções de tela - Pure Ride, com velocímetro em destaque; Core Ride 1, que destaca o conta-giros e exibe ângulo de inclinação, controle de tração e indicador de desaceleração em frenagens; Core Ride 2, com o mesmo conta-giros em destaque mas com cronômetro de voltas; e Core Ride 3, que foca no conta-giros em escala e acrescenta ângulo de inclinação e cronômetro de voltas.
O chassi da moto ganhou abertas nas seções laterais. Com isso, sua flexibilidade estrutural foi melhorada. Afinal, chassi de moto não pode torcer demais, mas também não pode torcer "de menos".
As alterações trouxeram uma nova geometria, com roda dianteira 6m mais à frente e entre-eixos 1,6 cm mais comprido. Segundo a BMW, as novas medidas aumentaram a precisão e a sensibilidade do controle da roda dianteira.
O motor da S 1000 RR é o conhecido quatro cilindros em linha de 999 cm³ injetado, refrigerado a água e com comando de válvulas duplo e variável.
Agora, são 210 cv a 13.750 rpm com torque de 11,4 kgf.m a 11.000 rpm. O peso a seco é de 197 quilos, mas em ordem de marcha encosta nos 210 quilos - o que dá uma notável relação peso/potência de 1 quilo pra cada cavalinho-vapor produzido pelo motor.
O câmbio tem seis marchas, com secundária por corrente, enquanto tanque pega 16,5 litros.
A BMW S 1000 RR 2023 será vendida em três versões, que englobam três opções de cores. Confira abaixo cada uma delas:
Premium preta Blackstorm ou vermelha Racing Red - R$ 125.900
M Package Motorsport (branco predominante e detalhes em azul e vermelho) - R$ 149.900
M Carbon Motorsport (branco predominante e detalhes em azul e vermelho) - R$ 169.900
Todas as versões obviamente são bem equipadas, mas há diferenças entre as versões. Confira abaixo as listas, de forma simplificada:
Itens de série: ABS Pro, suspensões dianteiras e traseira com ajustes de compressão, retorno e pré-carga, amortecedor de direção, assistentes de partida em rampas e de trocas de marchas Pro (quickshifter), batéria de lítio, BMW ABS Race, brake slide assist e slide control, controle de tração, corrente endurance, iluminação full-LED, imobilizador eletrônico, manetes de freio e embreagem ajustáveis, modos de pilotagem rain, road, race, race pro e dynamic, painel de TFT com 6,5 polegadas com conectividade e rodas em liga leve.
Pacote Premium: controle de suspensão ativa, controle de velocidade de cruzeiro, kit passageiro/monoposto, manoplas aquecidas, monitoramento de pressão dos pneus, escape Akrapovic e tomada USB na rabeta.
Pacote Premium M: banco M, rodas forjadas, pinças de freio M e protetor de manete de freio.
Pacote Premium M Carbon: rodas em fibra de carbono, para-lamas, capa da corrente, capa do pinhão e carenagens laterais em fira de carbono.