A Dafra não participou do Festival Interlagos na edição do ano passado, mas esteve lá no evento deste ano - que aconteceu em são Paulo na semana passada. E acelerando forte: a marca exibiu novidades interessantes e acaba de confirmar a chegada de duas delas às lojas nos próximos meses.
Conforme antecipamos aqui, a street NHX 190 será lançada no próximo mês de outubro. Derivada da crossover NH 190, com a qual compartilha vários componentes, é um modelo para uso urbano.
O motor é o mesmo da NH 190: o monocilíndrico com quatro válvulas, refrigeração líquida, injeção eletrônica, 183 cm³ e 18,4 cv de potência a 8.500 rpm com torque de 1,6 kgf.m a 7.500 rpm. Já adequado à norma Promot 5, que entrara em vigor em janeiro de 2025, tem câmbio de seis marchas.
A moto ainda é equipada com ABS nas duas rodas, painel digital, iluminação full-LED e, claro, partida elétrica. O preço deverá ser próximo ao da NH 190, que atualmente custa R$ 18.490.
A outra novidade quente será o scooter Joyride 300,que chegará às lojas um pouco depois, em dezembro. A mecânica é nossa velha conhecida: o motor é praticamente o mesmo dos bem-sucedidos Citycom 300 CBS, Citycom HD 300 e Cruisym 300 - o monocilíndrico com quatro válvulas, refrigeração líquida, injeção eletrônica e 278,3 cm³.
No Citycom HD, o motor entrega 27,6 cv de potência a 8.000 rpm e 2,6 kgf.m a 6.000 rpm. No Joyride, serão 25,8 cv e os mesmos 2,6 kgf.m, sem mudança nas faixas de rotação.
Embora seja um pouco menos potente, o Joyride tem controle de tração, recurso que os Citycom nunca tiveram. Além disso, tem ABS nas duas rodas.
O Joyride também exibe um design bem mais moderno e quitutes como iluminação full-LED, painel de LCD colorido, tomadinha USB, para-brisa ajustável e chave presencial. O Joyride deverá custar um pouco mais que os modelos atualmente em linha que usam o o mesmo motor de 300 cm³.
O Citycom 300 CBS e o Citycom HD custam, atualmente, R$ 26.490. Já o Cruisym 300 parte de R$ 32.490. Ou seja, deverá ficar na faixa dos R$ 35 mil, até para se manter abaixo do grandão Maxsym 400i, que hoje custa R$ 37.990. Em tempo: o Citycom deverá continuar em linha com apenas uma versão, e é provável que HD saia de cena.
Além destes dois lançamentos confirmados, a Dafra avalia a viabilidade de lançar no mercado brasileiro outro scooter, que também estava presente no Festival Interlagos: o ADX 150.
É um modelo superior ao Joyride 300, pois não tem apenas iluminação full-LED, tomadinha USB, controle de tração e ABS nas duas rodas, mas também start/stop e painel colorido de TFT. O lançamento dependerá das avaliações de receptividade feitas durante o evento, mas acreditamos que chegará, sim, no ano que vem.
O design é diferente do visto nos demais scooters da marca no Brasil, mas um tanto parecido com o do concorrente Honda ADV 150 - inclusive com a mesma pegada "aventureira". Pura coincidência?
Toda essa "virada de chave" da Dafra tem a ver com o fim da parceria com a indiana TVS (lembram da Apache RTR 200?) e o fortalecimento da união com a SYM Sanyang, a gigantesca fabricante com sede em Taiwan que é parceira da Dafra há tempos - e que, recentemente, se tornou a única.
Todos os modelos atualmente vendidos pela Dafra são produzidos, originariamente, pela SYM, e apenas montados em Manaus (AM) pela marca brasileira.
Vale lembrar que os scooters e motos da SYM são vendidos em toda a Europa, e têm qualidade reconhecida. No Brasil, ainda não são tão bem vistos quanto os modelos vendidos pelas marcas japonesas. Mas isso se deve mais pelos volumes de produção reduzidos e à pequena rede de concessionários, que resultam em um número discreto de veículos da marca rodando.
A linha de montagem da Dafra tem capacidade para fazer 28 mil veículos por ano. Mas, em 2023, fez apenas pouco mais de 6 mil. Ou seja, se investir na ampliação de sua ainda limitada rede de concessionários, poderá voltar a ser uma das principais vendedoras de motocicletas e scooters do país.
Nunca é demais lembrar que, em 2014 - portanto 10 anos atrás -, a Dafra chegou a vender 20 mil motos e foi a terceira do país. Ficou atrás apenas de Honda e Yamaha. Não é pouca coisa, ainda mais se lembrarmos que a Dafra nasceu em 2007, apenas sete anos antes. Já no ano passado, com as tais 6 mil e poucas, a marca foi apenas a 11ª vendedora de motos e scooters do Brasil.