Diversão: aceleramos a Royal Enfield Classic 350

Confira como anda a nova motoquinha clássica da marca anglo-indiana, que foi lançada esta semana por iniciais R$ 18.490

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Roberto Dutra
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Não é todo dia que temos a chance de fazer um "passeio à moda antiga". A convite da Royal Enfield, fomos às cercanias do Parque Estadual Pedra Azul, próximo à cidade de Domingos Martins, no Espírito Santo, para experimentar a Classic 350, lançada no início desta semana - conforme mostramos aqui, quando revelamos, em primeira mão, vários detalhes da moto.

A Royal Enfield Classic 350 Chrome-Red deslizou suave pelo asfalto e proporcionou um passeio muito agradável
Crédito: Divulgação/ClapMe
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Falamos de suas versões e preços, de sua inspiração na Classic 500 e da base mecânica. Para quem não lembra (ou não leu, que feio!), chassi, motor e vários outros componentes são absolutamente iguais aos da irmã quase gêmea Meteor 350 - que é um sucesso no país: é a custom mais vendida desde seu lançamento, em junho do ano passado.

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Quanto custa a nova Royal Enfield Classic 350?

Agora, é hora de contar como foi a experiência ao guidão dessa moto, que aposta no visual retrô e nos preços competitivos. Aqui, vale recordá-los, de acordo com a versão: Halcyon, R$ 18.490; Signals, R$ 19.490; Dark, R$ 20.490; e Chrome, R$ 21.490.

Aproveitamos, também, para lembrar ao caro leitor das principais especificações da moto. O motor é monocilíndrico, injetado e refrigerado a ar, e rende 20 cv a 6.500 rpm e torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm. O câmbio tem cinco marchas, a secundária é por corrente, os freios são a disco com ABS e as suspensões convencionais têm garfos telescópicos na frente e um monochoque atrás.

Vista assim de frente, a Classic até parece um "motão". De fato, seu porte é grandinho para uma 350 monocilíndrica
Crédito: Divulgação/ClapMe
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Então, é hora de acelerar!

Naturalmente escolhi a versão Chrome para rodar. Não por ser a topo de linha ou a mais cara - o que muda para as outras são as pinturas e os acabamentos -, mas por contrastar peças cromadas com uma linda pintura na cor vermelha e por combinar com meu capacete - afinal, é importante sair bem na foto (a moto, não eu).

Subi na moto e a primeira impressão foi de que esta Classic 350 tem uma posição de pilotagem bem mais confortável que a da finada Classic 500. O banco é anatômico, os braços chegam ao guidão naturalmente e os pés se apoiam nas pedaleiras sem forçar a barra. Na Classic 500, o trio banco-guidão-pedaleiras não conversava tão bem.

A Dark é a única versão com rodas de liga leve e pneus sem câmara. Mas a condução não muda
Crédito: Divulgação/ClapMe
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A posição também é ligeiramente diferente da que vemos na Meteor 350, que usa o mesmo conjunto chassi/motor, entre outras partes - nela, o guidão é um pouco mais alto, as pedaleiras discretamente mais avançadas e o banco um pouco mais baixo. Na Classic você fica mais ereto, enquanto na Meteor fica um tantinho mais inclinado para trás.

Saí com o grupo por um trecho inicial de paralelepípedos e a Classic 350 até que pulou pouco e não gerou grandes incômodos. Assim como estradas de terra, ali não era seu habitat natural. Mas os bons 13 cm de curso da suspensão dianteira e os razoáveis 8 cm de curso na traseira deram conta.

O painel fica ali na frente, em cima do farol, quase na horizontal. Às vezes consultá-lo não é tão fácil
Crédito: Divulgação/ClapMe
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Logo depois chegamos ao asfalto e aí a vida ficou boa. A Classic 350 tem mesmo uma posição de condução bem cômoda, apesar do guidão que poderia ser um tantinho mais alto. Mas o banco é muito mais confortável do que aparenta.

Minha Chrome-Red estava com apenas 170 quilômetros rodados. Ou seja, motor ainda amarrado e nada amaciado. Não se pode esperar desempenho arrasador de um monocilíndrico refrigerado a ar com baixa potência, e muito menos novo assim.

E também vale destacar que, assim como a Meteor, a Classic não é uma moto leve. São 195 quilos de peso em ordem de marcha. Com mais 75 quilos do piloto, são 270 quilos - relação peso/potência de 13,5 quilos. Aqui não é moto de plástico, não...

Mas não houve muito sofrimento. Esperta, a Royal Enfield programou um trajeto bem dentro da proposta da moto: estradinhas secundárias de asfalto e cheias de curvas, com serrinhas e muitas subidas e descidas, em sintonia com o conceito de "moto turismo" e "moto contemplação" que fez questão de destacar seguidas vezes durante a apresentação da moto.

Coerência é isso aí e a Classic 350 é para esse uso: passeios sem compromisso com a hora. Então rodamos pelas tais estradinhas em velocidades de 60 km/h a 90 km/h com eventuais esticadas para 110 km/h sem pressa e com bastante prazer.

Todas as versões da Classic 350 vendidas no Brasil têm freios ABS nas duas rodas. Mas as frenagens não impressionaram
Crédito: Divulgação/ClapMe
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Com baixíssimos níveis de ruídos e vibrações, a rodagem é bastante suave. O barato aqui não é potência e velocidade, mas torque e retomadas - quem sabe manter o ritmo quase não precisa reduzir marchas. Vai dosando no acelerador, o que é muito agradável.

Nada de abusar

Nas curvas, a Classic 350 foi segura e tranquila, mas não incentiva abusos. As frenagens foram corretas, mas não impressionaram mesmo com a assistência do ABS  - algo que já vimos na Meteor 350. Ah, esses conjuntos Bybre...

Os engates no câmbio me pareceram mais precisos e fáceis do que na Meteor 350 com a qual viajei de São Paulo ao Rio de Janeiro em julho do ano passado - aliás, foi a primeira viagem-teste com a pequena custom da marca feita no Brasil por um veículo de comunicação.

Ficou curioso? O caro leitor pode conferir esse rolê aqui.

A Royal Enfield Classic 350 é para quem curte um visual bem retrô. Repare nessa charmosa lanterninha redonda
Crédito: Divulgação/ClapMe
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E assim como na irmã custom, tudo aqui é leve: acelerador, manetes de embreagem e freio e pedal do freio traseiro - e sem ser borrachudo. O painel de instrumentos está à frente da mesa superior, praticamente em cima da cuba do farol e em posição quase horizontal. Então consultá-lo nem sempre é uma tarefa muito fácil.

No meio do test-ride ainda troquei de moto com o colega Téo Mascarenhas, de Minas Gerais. Peguei a versão Dark, preta, única versão com rodas de liga leve. Não notei mudanças na condução nem na rodagem.

Conclusão

Apesar do visual bem diferente, a Classic 350 tem proposta bem similar à da Meteor 350: ser uma moto de cilindrada quase média com preço acessível para quem está vindo de modelos menores.

Ou, além disso, ser uma segunda moto na garagem de quem já tem algo maior - e quer outra moto, mais leve e ágil para trajetos rápidos e curtos, mas que não seja uma "perereca" 125 ou 150.

Antes da partida, dei uma paparicada na versão Signals, que tem inspiração militar. Essa também vai tirar uma ondinha!
Crédito: Divulgação/ClapMe
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A Classic 350 atende bem a essas propostas, desde que o interessado também curta um visual totalmente retrô - algo que também será prazeroso, pois pode ter certeza de que chamará a atenção no trânsito e, não raro, terá sua "moto antiga" elogiada. Porém, vale frisar novamente: não é moto para quem busca performance.

Por fim, não custa lembrar: é devagar e sempre que se chega longe.

Ficha técnica

Royal Enfield Classic 350

Preços: Halcyon, R$ 18.490; Signals, R$ 19.490; Dark, R$ 20.490; e Chrome, R$ 21.490.

Motor: monocilíndrico, refrigerado a ar, 350 cm³, potência de 20 cv e torque de 2,7 kgf.m a 4.000 rpm

Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente

Suspensões: dianteira com garfos telescópicos e 13 cm de curso; traseira monochoque com 8 cm de curso

Freios: a disco nas duas rodas, com 30 cm na frente, 276 cm atrás ABS

Pneus: 90/90 R19 na frente e 110/90 R17

Dimensões: comprimento de 2,14 m, largura de 78,5 cm, altura de 1,09 m, entre-eixos de 1,39 m, banco a 84,5 cm do solo, vão livre de 13,5 cm e peso de 195 quilos em ordem marcha

Tanque: 13 litros

Consumo: não divulgado

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