Ducati Panigale V4 S 2023: as primeiras impressões

Pouco tempo depois do primeiro contato, apenas visual, recebemos o convite para experimentar a Ducati Panigale V4 S 2023 em seu habitat natural: a pista.

Vale destacar que a Panigale V4 S ficou mais potente - agora tem 215,5 cv de potência -, recebeu atualizações eletrônicas e, consequentemente, agora exibe desempenho ainda mais forte. O preço sugerido pelo modelo 2023 segue o mesmo praticado para a antecessora: R$ 162.990.

Motor e chassi da Ducati Panigale V4 S 2023

A moto usa o grande motor Desmosedici Stradale de quatro cilindros em V e 1.103 cm³, que entrega 215,5 cv de potência a 13.000 rpm (1,5 cv a mais que antes) e 12,6 kgf.m de torque a 9.500 giros, sendo que a 6.000 rpm o motor já entrega 80% desse torque.

A Panigale V4 S 2023 incorporou melhorias no "corpo", no chassi e no pacote aerodinâmico - com novas asas duplas mais compactas e eficientes. E também foram feitos aprimoramentos na ergonomia, na ciclística, na eletrônica e no motor. Também foram feitos ajustes no acelerador eletrônico e no controle de tração.

Como anda a superesportiva

O espaço selecionado pela Ducati para as primeiras impressões com a nova Paningale V4 S foi o Autódromo Capuava, circuito localizado em Indaiatuba, no interior de São Paulo. A pista é bastante travada para motos esportivas do porte da V4 S, mas isso de certa forma foi bom para demonstrar, na prática, a melhora nas relações das marchas do modelo 2023, já que primeira e segunda marchas ficaram mais longas, fazendo com a o motor não fique "esgoelando" no miolo das curvas.

Além disso, a moto recebeu um novo esquema para o quickshifter, com o objetivo de implementar um funcionamento mais suave para facilitar a pilotagem fora dos trackdays. Em vez de cortar a injeção durante uma mudança com aceleração parcial, o novo sistema retarda o ponto de ignição – o que significa que as trocas de marcha são feitas sem qualquer corte no motor, justamente para que a mudança seja mais suave. O "upgrade" também pretende tornar mais fáceis as trocas de marcha em aceleração máxima.

Na pista, isso fica bem perceptível e agradável, tanto para subir, facilitando a aceleração e o desenvolvimento de velocidade, como para reduzir as marchas. Quando você chega com o motor cheio no fim da reta, e reduz as marchas, a moto não é brusca e nem "dá coice" ou destraciona a roda traseira, por exemplo. Isso passa muita segurança para quem está tentando domar a fera, ou melhor, pilotando a motocicleta.

Ou seja, pelos números das especificações técnicas, a moto é verdadeiramente bruta, mas na pista é bem controlável e não passa insegurança para o motociclista. Isso é resultado de toda a tecnologia e também dos assistentes de segurança, sem falar no excelentes freios de alto desempenho.

Eletrônica embarcada

A nova Ducati Panigale V4 S é equipada com o software Engine Brake Control (EBC) EVO 2, que tem três níveis selecionáveis com diferentes calibrações de marcha em cada modo. À medida em que a carga na roda traseira aumenta, mais freio-motor é aplicado. Isso significa que é menos intrusivo em uma frenagem forte inicial e, depois, aumenta em intensidade à medida que a moto atinge o centro de uma curva. O objetivo é melhorar a estabilidade e reduzir a chance de travamentos da roda traseira. Isso foi observado nessas primeiras impressões no Autódromo Capuava.

A moto tem ainda quatro modos de pilotagem, chamados pela marca de "power modes": full, high, medium e low. Cada configuração do motor proporciona entregas de potência e torque diferentes. O modo full é o mais esportivo já usado em uma Panigale V4 S. Um novo sistema de gestão do mapa do acelerador foi desenvolvido para os modos high e medium - agora dedicado a cada uma das seis marchas, o que garante ao piloto a possibilidade de ter sempre a aceleração ideal quando gira o punho direito.

Também há ajustes no ventilador de resfriamento, para manter o calor do motor longe do piloto. As superbikes V4 de Bolonha sempre lutaram contra isso e podem causar algum desconforto em velocidades mais lentas nos dias quentes. Aqui, outro ponto positivo para a moto. Durante as primeiras impressões, no uso em pista em um dia quente, a moto não esquentou a ponto de incomodar, apesar do potente motor com quatro cilindros em V ter sido exigido com intensidade.

Conclusão

A Ducati Panigale V4 S pode ser a escolha certa para quem busca uma moto muito potente para acelerar na pista e curtir com segurança. Isso porque, apesar de ser bruta, a superesportiva está totalmente sob controle com suas diversas ajudas eletrônicas.

Veja a galeria de fotos:

Ficha técnica - Ducati Panigale V4 S 2023

Preço: a partir de R$ 162.990

Motor: quatro cilindros em V com 1.103 cm³, 215,5 cv de potência a 13.000 rpm e 12,6 kgf.m de torque a 9.500 rpm

Transmissão: câmbio de seis marchas com secundária por corrente com quickshifter bidirecional

Freios: dianteiro com dois discos semiflutuantes de 330 mm na roda dianteira, com pinças Brembo Stylema de quatro pistões, radialmente montadas com ABS Bosch Cornering EVO. Traseiro com pinça de dois pistões e ABS Bosch Cornering EVO

Suspensões: na dianteira, garfos Öhlins NPX25/30 pressurizados de 43 mm de diâmetro totalmente ajustáveis. Compressão e retorno eletrônicos com ajuste pelo sistema Öhlins Smart EC 2.0 event-based mode. Na traseira, amortecedor TTX36 eletrônico totalmente ajustável com ajuste de compressão e retorno pelo Öhlins Smart EC 2.0 event-based mode. Balança em alumínio monobraço

Pneus: dianteiro 120/70 R17 e traseiro 200/60 R17

Dimensões e peso: 1,46 m de entre-eixos, banco a 85 cm do solo e 195,5 quilos de peso em ordem de marcha

Tanque de combustível: 17 litros