A Ducati Streetfighter V4 foi lançada na Itália exatamente um ano atrás e logo fez sucesso em todos os países onde passou a ser vendida. No Brasil, onde começou a ser vendida há apenas um mês, foi a mesma coisa: o primeiro lote já chegou todo vendido, apesar do preço estratosférico de R$ 146.990. Quem comprou, comprou; quem demorou agora deve esperar as próximas remessas.
Agora, a marca italiana reforça suas fileiras com uma nova versão da Streetfighter - a V2. A estratégia é ganhar volume, pois é uma moto mais simples, leve e barata, ao mesmo tempo em que mantém o design arrebatador e a proposta de pegada esportiva mesmo sendo uma naked - moto sem carenagens e com mecânica exposta.
Na Itália, a Streetfighter V2 custa iniciais 16.990 euros (uns R$ 107.500), valor abaixo dos 20.690 euros (R$ 131.900) cobrados pela V4 mais barata. Com este motor, ainda existem as versões V4 S, de 23.990 euros (R$ 152.000), e V4 S SP, de 32.990 euros (quase R$ 209.000!).
A principal diferença está, claro, na motorização. A V2 sai de fábrica com o chamado Superquadro, que tem 955 cm³ e entrega 153 cv de potência a 10.750rpm e torque de 10.3 kgf.m a 9.000rpm para seus 178 quilos - relação peso/potência de 1,1 kg/cv.
Já a V4 tem 1.103 cm³, 208 cv de potência a 12.750 rpm e torque de 12,5 kgf.m a 11.500 rpm para seus 180 quilos - peso/potência de 0,8 kg/cv. Ou seja, a diferença de desempenho entre as duas existe, mas não é tão distante.
Vale lembrar que, da mesma maneira que a Streetfighter V4 herdou o motor da superbike Panigale V4, esta aqui seguiu o mesmo caminho - seu motor é usado na versão mais barata da mesma superesportiva (Panigale V2). O câmbio tem seis marchas, mas a relação final é mais curta que na carenada - o pinhão tem os mesmos 15 dentes, mas a coroa tem 43 dentes, em vez de 45. A embreagem é deslizante e assistida.
O visual é o mesmo, com a frente agressiva e em cunha e o conjunto ótico/carenagem que intencionalmente remetem ao sorriso invocado e irônico do personagem Joker - o Coringa, da DC Comics. Mas as asinhas laterais que sobressaem na V4 são opcionais para a V2, assim como um escape completo de competição da grife Akrapovic (que reduz o peso da moto em 7 quilos e aumenta a potência para 157 cv)
As tais asinhas, a propósito, são feitas em material termoplástico reforçado com fibra de vidro e levemente inclinadas para baixo. Para que servem? Ao receber o impacto do vento geram a chamada "downforce" - a força física que empurra a moto para baixo.
O resultado é maior aderência ao solo e, consequentemente, a possibilidade de uma pilotagem mais radical. Outras diferenças em relação à V4 são o banco mais largo e macio, as pedaleiras mais avançadas e a balança monobraço de alumínio 16 mm mais comprida, entre outras.
Com iluminação full-LED, luzes de rodagem diurnas (DRLs), a Streetfighter V2 certamente vai agradar aos fãs da marca que, agora, têm a opção de compra uma das mais bonitas e agressivas motos já feitas em Borgo Panigale por um precinho mais em conta.
Outras especificações importantes da Streetfighter V2 são o painel com telinha de TFT colorido e com 4,3 polegadas, o tanque para 17 litros, as suspensões dianteiras Showa BP e traseira monochoque Sachs (ambas ajustáveis) e as rodas de liga leve com cinco raios calçando pneus Pirelli Diablo Rosso IV nas medidas 120/70 R17 na frente e 180/60 R17, atrás.
Os freios com pinças radiais Brembo têm pegada menos agressiva do que na Streetfighter V4, mas são os mesmos da Panigale V2 - com calibragem mais adequada ao uso em estradas do que em pistas fechadas. A eletrônica inclui plataforma inercial IMU de seis eixos e controles que atuam inclusive nas curvas - ABS, tração, antiempinamento, quickshifter bidirecional, ajuste de freio-motor, três modos de pilotagem (sport, road e wet, para piso molhado).
As vendas na Itália só começam em dezembro, então dificilmente teremos essa versão no Brasil antes do segundo semestre de 2022 - se ela vier para cá...