Festival Interlagos: as motos que não apareceram

Saiba porque Honda Sahara, Yamaha Ténéré 700 e Royal Enfield Hunter 350 não foram lançadas no evento da semana passada

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Roberto Dutra
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A edição deste ano do Festival Interlagos Motos foi, provavelmente, a melhor de todas as cinco já realizadas. Além de toda a função que o público gosta, com shows, variadas exibições de destreza e afins, também teve muitos lançamentos.

A lista incluiu Ducati DesertX 950, Kawasaki Eliminator 450 e Ninja ZX-4R, Suzuki GSX-S1000 GT, Zontes E 350, Kymco 350, Triumph Street Triple 765 RS e Yamaha R15, entre outras atrações. Mas algo de errado não esteve certo e pelo menos três modelos muito esperados não deram as caras: Honda XRE 300 Sahara, Yamaha Ténéré 700 e Royal Enfield Hunter 350.

Festival Interlagos: as motos que não apareceram

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Nós, do WM1, apostamos alto na chegada da Sahara e da Hunter, e bem menos na "T7" - já que a vinda desta trail é um drama sem fim, qual uma novela mexicana -, no Festival Interlagos Motos. E procuramos descobrir o que houve. Com base em informações de fontes ligadas às marcas, conseguimos algumas explicações - ou, pelo menos, sorrisos enigmáticos.

  • Honda XRE 300 Sahara
  • Honda Xre 300 Sahara Festival Interlagos Motos
    A Honda XRE 300 Sahara foi muito falada na mídia, mas no mundo real jamais apareceu
    Crédito: Reprodução
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    A história do surgimento de uma nova geração da XRE 300 com o sobrenome Sahara começou há uns quatro meses, durante o lançamento da CB 300F Twister. Uma fonte ligada à marca nos disse que em breve a XRE 300 ganharia a tal nova geração, com chassi revisado, o motor da própria CB 300F Twister e o sobrenome Sahara.

    Fazia muito sentido: a moto manteria sua cilindrada e seu posicionamento, mas com motor novo e mais moderno, e um sobrenome (os últimos foram Rally e Adventure, então por que não uma Sahara?) que evocaria a NX 350 Sahara, modelo com vocação parecida que fez muito sucesso nos anos 90.

    Dois meses depois a XRE 300 sumiu do site da Honda sem maiores explicações. E nesse meio tempo foi revelado que o nome Sahara fora registrado no país pela Honda. Aí tudo parecia se encaixar e levar à conclusão de que a "nova Sahara" estava para sair do forno. E o Festival Interlagos seria o palco perfeito para sua estreia.

    Mas a moto não apareceu e, pouco antes do evento, a "velha" XRE 300 voltou a aparecer no site. A Honda nos disse que jamais confirmou oficialmente uma "nova Sahara" e que o sumiço do site se deu por conta da interrupção na produção, ocasionada por problemas com fornecedores de peças.

    Agora esses problemas estão sanados e a moto voltou a ser produzida normalmente, mas ainda em ritmo menor - tanto que a entrega para quem compra hoje só acontecerá em setembro.

    Apesar disso tudo, batemos o pé: vem aí uma nova XRE 300, que terá o motor de 300 cm³ da Twister atual e pelo menos uma versão com o sobrenome Sahara.

    • Yamaha Ténéré 700
    • A Yamaha Ténéré 700 já completou seu primeiro ciclo de vida lá fora, onde existe desde 2019
      Crédito: Divulgação
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      A primeira Yamaha Tenéré 700 foi lançada lá fora em 2019 e, desde então, criou muita expectativa no mercado brasileiro. Sucessora de uma clássica e eficiente linhagem de motos trail da Yamaha (Ténéré 600, Super Ténéré 750 e 1200, XT 600E, XT 660R...), obviamente a moto já tinha uma legião e fãs no país antes mesmo de chegar por aqui.

      Pois é, mas isso nunca aconteceu. Várias vezes cogitada, a "T7", como também é chamada, esbarrou na homologação de emissões de ruídos exigida pela legislação brasileira. É que, aqui, um dos testes desse quesito é diferente do que é feito no resto do mundo.

      Não surpreende, não é mesmo? Afinal, muitas regras brasileiras parecem ser criadas apenas para complicar. Por que não aplicar testes de homologação similares aos que são usados em países já bastante exigentes? Não por acaso várias motos são vendidas em diversos países do mundo, mas não chegam por aqui.

      Pois bem: a Yamaha não homologava a moto e os investimentos necessários para conseguir isso não compensariam diante de um modelo de nicho, cujas vendas seriam até rentáveis mas em volumes discretos.

      Mas eis que, em março último, o presidente da divisão de Pesquisa e Desenvolvimento (Research & Development) da Yamaha Motor Europa, Alessandro Ghezzi, disse em uma entrevista à revista italiana Motociclismo que a "T7" seria produzida "em breve" no Brasil.

      De março para junho são três meses. Em teoria, é tempo suficiente para a moto, que já vinha tentando o processo de homologação, concluí-lo e fazer sua aguardada estreia no maior evento de motos do país.

      E aí a "T7' não apareceu de novo e a Yamaha não se pronunciou sobre o modelo. Nos bastidores, questionei uma importante fonte ligada à marca sobre a moto. A resposta foi um largo sorriso e um "passar bem".

      O que tal sorriso me diz? Que a "T7" ainda chegará ao país e será montada em Manaus (importada não teria preço competitivo), mas que isso acontecerá mais para o final do ano. Enquanto isso a marca se dedicou principalmente ao lançamento da esportivinha R15 e da reedição dos modelos de baixa cilindrada criadas em parceria com a Marvel.

      Os decepcionados fãs da "T7" podem criticar à vontade. Mas se pensarem friamente, verão que é algo lógico: no Brasil, a Yamaha é marca de volume, como a líder Honda, e não de nicho, como Kawasaki ou Suzuki. Então, dá preferência a investir em modelos de preço mais baixo, que venderão bons volumes e serão plenamente rentáveis, enquanto os modelos de nicho ficam em segundo plano.

      • Royal Enfield Hunter 350
      • A Royal Enfield Hunter 350 virá para compor a família com os modelos Classic 350 e Meteor 350
        Crédito: Divulgação
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        Aqui o caso é relativamente mais simples. A Royal Enfield já confirmou mais de uma vez que a Hunter 350 será vendida no mercado brasileiro, para compor a família de modelos médios com a Classic 350 e a Meteor 350 - e ser seu modelo mais barato.

        Oficialmente, porém, a marca nunca disse quando isso aconteceria. Porém, lá no lançamento da Scram 411, há dois meses, uma fonte ligada à marca nos disse que seria no Festival Interlagos.

        Essa mesma fonte, contudo, ressaltou que, para qualquer marca, é importante que um lançamento não ofusque outro. Sem declarações oficiais, então, deduzimos que a chegada da Hunter 350 foi adiada um pouco porque a Scram 411 ainda está "fresquinha" no mercado.

        E, não por acaso, foi a estrela no estande da Royal Enfield no Festival Interlagos. De toda forma, é questão de tempo: a Hunter 350 já está no Brasil, apenas aguardando a hora certa de ser lançada com pompa e circunstância.

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