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Seca-suvaco: pode ou não pode? Cansa ou não cansa?

O guidão alto sempre foi polêmico. Veja aqui as vantagens e as desvantagens desse acessório, e também o que diz a lei

por Roberto Dutra

O guidão alto, também chamado de "ape-hanger" no termo original em inglês e de "seca-suvaco" na gaiata tradução para o português, sempre foi um tema polêmico. Afinal, é permitido ou não instalá-lo na moto? E mais: quais as vantagens e desvantagens do acessório, que à primeira vista parece ser apenas uma opção estética?

Objetivamente, o guidão - palavra que vem do francês "guidon" - alto é, inicialmente, apenas uma escolha estética. Normalmente é aplicado em modelos custom e o objetivo primordial é apenas conferir um visual mais "bandido" à moto. Porém, também pode ser uma solução ergonômica.
Há motos que saem de fábrica com um guidão pouco prático ou mesmo desconfortável. Em alguns casos baixo demais, como em algumas Harley-Davidson XL 883 Sportster, e em outros largos demais, caso da primeira geração da Honda Shadow 750 e da já extinta Yamaha XVS 950 Midnight Star.
Aí, a troca por modelos mais altos e estreitos pode efetivamente trazer mais conforto. Porém, há modelos como as Harley-Davidson Street Bob e Heritage Classic que têm guidões cuja altura é bastante satisfatória para pilotos de diferentes estaturas.

Quem vai trocar o guidão por um mais alto - ou qualquer outro - deve ficar atento ao que diz a lei sobre isso. O assunto está na Portaria nº 159 de 26 de julho de 2017 do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Nesse caso, a legislação é até simples. São permitidos os guidões cuja altura máxima seja equivalente à dos ombros do condutor, em posição de pilotagem. Além disso, a largura permitida pode variar entre 60 cm e 95 cm. Estas regras, em alguns casos, tornam alguns modelos ilegais - mais especificamente aqueles altos demais, que superam a altura dos ombros do piloto.

Na pilotagem, o guidão alto - mas sem exageros - tem como principais vantagens a posição mais descansada dos braços e o fato de deixar o piloto com a coluna mais reta. Por tabela, aumenta o tempo de condução sem que haja necessidade de parar para descansar.
As desvantagens aparecem justamente nos modelos exageradamente altos, que fazem com que os braços fiquem esticados demais e também "apontados" para cima. Esses modelos limitam a capacidade de esterço natural e exigem que o piloto incline o corpo para a frente para poder virá-los nas manobras e trajetos muito sinuosos, o que no fim das contas é algo que pode comprometer a segurança. Se nas retas não chegam a incomodar, nas curvas e manobras são incômodos e até perigosos.

Sobre o cansaço que os guidões altos podem causar, algo que gera discussões intermináveis e motiva até a confecção de camisetas bem-humoradas (veja foto mais abaixo) para os motociclistas, a maioria dos usuários diz que não cansam. E alguns, mais modestos, admitem que cansam um pouco, mas que valem a pena pelo visual. Na prática, guidões altos, mas sem exageros, até a altura dos ombros, como determina a portaria do Denatran, não cansam mesmo.

Ao trocar o guidão, o proprietário da moto deve estar atento à questão da altura e também à qualidade do acessório que será instalado. Não é raro guidões seca-suvaco quebrarem nas soldas ou junções por conta da má qualidade, o que pode causar acidentes se isso acontecer durante a pilotagem - ainda mais em velocidade.
Alguns vêm com reforços estruturais na dobra superior, o que é um bom recurso. Em resumo: se for trocar, pense na sua segurança, não economize e escolha uma peça de qualidade comprovada.

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