A menção à Pan America não é por acaso: a Sportster S usa o mesmo motor da big trail - o Revolution Max com dois cilindros em V2, refrigeração líquida e 1.250 cm³. Mas tem outras calibragens e diferenças importantes.
As válvulas são menores e as câmaras de combustão têm formato diferente, para aumentar a velocidade do fluxo da queima em seu interior e melhorar o torque em rotações baixas e médias (entre 3.000 rpm e 6.000 rpm). Por tabela, os pistões também são diferentes dos usados na Pan America.
Para completar, os dutos de admissão de ar e a própria caixa de ar também são próprios da Sportster S, e o comando de válvulas variável também tem outro ajuste (são quatro válvulas por cilindro). A potência é de 121 cv a 7.500 rpm e o torque, de 12,9 kgf.m a 9.500 rpm - na Pan America, são 150 cv a 9.500 giros e 13 kgf.m a 6.750 rpm.
Ou seja, o torque chega mais tarde, mas a potência máxima vem mais cedo. É uma calibragem coerente, que busca esportividade, enquanto que a Pan America exige mais força. Segundo a Harley-Davidson, a velocidade máxima da Sportster S é de 220 km/h!
Motor é integrado ao chassi
Quer mais novidades? Como vemos em muitas motos japonesas, o motor é parte do chassi. Assim essa Sportster S não tem o tradicional berço duplo embaixo, algo tradicional nas motos da marca americana. O motor como parte da estrutura do chassi é algo que reduz significativamente o peso da moto e dá mais rigidez ao conjunto.A balança traseira, por sua vez, tem desenho treliçado, é feita em aço tubular soldado e tem uma peça em "X" para aumentar sua rigidez. Já o câmbio tem seis marchas com secundária por correia e embreagem acionada por cabo.
Com visual agressivo, a Sportster S tem detalhes inspirados na XR750 que compete em provas de flat track (aquelas com circuito oval e pista de terra), como o escape "2-1-2" e o banco solo. Mas está mais para "drag bike" - moto de arrancada - do que para flat track.
Baixa e comprida, a moto tem tem 2,27 m de comprimento, 1,52 m de entre-eixos e 228 quilos. Assim, pouco tem a ver com as antecessoras que levavam o nome "Sportster" - inclusive porque deixou de ser "a menor das Harley V2" e passou a compor a linha graúda. Mas o tanque é pequeno como nas antigas: leva apenas 11,7 litros. Aqui, aliás, vale lembrar que a Harley-Davidson usa o nome Sportster desde 1957.
As suspensões dianteira e traseira totalmente ajustáveis. Na frente, garfos invertidos da japonesa com 43 mm de diâmetro e na traseira, monochoque também da Showa, com piggyback - lá a regulagem é feita por uma "torneirinha".
Já os freios são da Brembo italiana, ambos com disco simples. Na frente, pinça radial monobloco de quatro pistões e disco de 320 mm de diâmetro. Atrás, pinça de dois pistões e disco de 260 mm. Aliás, as rodas são de liga leve com cinco raios e calçam pneus Dunlop/Harley-Davidson Série GT503.
Os comandos avançados e o guidão baixo dão uma postura agressiva de condução, como nas antigas V-Rod 1.250: o piloto vai com braços e pernas enas esticados.
Assim, aparentemente a Sportster S não é uma moto para viagens longas, mas para passeios curtos e desfiles na Faria Lima, em São Paulo, ou na Vieira Souto, no Rio. O que, aliás, é garantido, pois visualmente é uma moto bem impressionante.
Pelo menos o banco está a 76,5 cm do solo, o que facilita a condução e manobras por pilotos de baixa estatura. Outro barato da moto são as manetes do freio e da embreagem ajustáveis, para melhor corresponder ao tamanho da mão ou preferência do piloto.
Eletrônica embarcada
Na parte eletrônica, muitos recursos. A Sportster S tem três modos de pilotagem de fábrica - Sport, Road e Rain - e mais dois modos "custom" que permitem ao piloto personalizar os ajustes dos assistentes eletrônicos de pilotagem.Além disso, tem o "pacote" Cornering Rider Safety Enhancements (CRSE), um conjunto de tecnologias: unidade de medição inercial (IMU) de seis eixos, ABS com atuação em curvas, controles eletrônicos anti-empinamento e de tração (este, desligável) e piloto automático, entre outros.
O painel é uma bonita tela de TFT, redonda e colorida, com 4 polegadas de diâmetro. O piloto pode parear seu smartphone a ela por Bluetooth e, assim, ouvir música e atender e fazer chamadas. Pode, ainda, se orientar por GPS - nesse caso, é preciso usar um aplicativo da Harley.
As informações aparecem na tela, mas o áudio requer um fone instalado dentro do capacete. A moto também tem monitoramento de pressão dos pneus, entrada USB-C para carregamento de dispositivos, controle de velocidade de cruzeiro e chave por aproximação. Opcionalmente, pode ser equipada com aquecimento de punhos e conexão para vestimentas aquecidas.
Lá fora, existem vários acessórios originais para a moto: comando recuado de pedaleiras do piloto, banco solo esportivo, para-brisa, mochila adaptável ao bagageiro e pedaleiras, banco e encosto para garupa Provavelmente alguns deles serão vendidos nas concessionárias brasileiras.
A Harley-Davidson Sportster S chegará será vendida nas cores Vivid Black, Bright Billiard Blue, Gray Haze e White Sand Pearl, sempre combinadas com um acabamento na cor Chocolate Satin nas tampas de magnésio do motor.
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