Assim como a caçula, a nova X500 tem visual mais naked do que custom, e pouco lembra os modelos vendidos pela Harley-Davidson no resto do mundo. A diferença é que a X500 tem tanque mais arredondado, porte um pouco maior e rabeta mais curtinha, inspirada - aí, sim - na de modelos como a Softail FXDR.
Aliás, o visual das duas motos, X350 e X500, remete vagamente à da Sportster XR 1200X, um raro modelo da Harley-Davidson com pegada mais esportiva e nada custom. E que, inclusive, foi vendida inclusive no Brasil entre 2010 e 2014.
As duas motos foram desenvolvidas especificamente para o mercado chinês. Serão produzidas e vendidas apenas lá, pelo menos inicialmente. Mais adiante pode ser que cheguem a outros países asiáticos, mas as chances de serem vendidas nos Estados Unidos, na Europa e até mesmo na América Latina - inclusive no Brasil - são remotíssimas.
Na terra do Tio Sam a Harley-Davidson é uma marca icônica e seus compradores são muito conservadores. Então jamais aceitariam modelos feitos na China, de estilo não custom e com motores bicilíndricos. Na Europa, as Harley são motos de nicho, caras, e com seu alto valor agregado, então estes modelos não teriam espaço por lá.
E no Brasil, como em alguns outros países "emergentes", a Harley-Davidson tem adotado, há alguns anos, um posicionamento premium, comercializando uma linha enxuta de modelos completos e caros.
Modelos 500 e 750 foram cogitados para o Brasil
Vale lembrar que, alguns anos atrás, a Harley-Davidson cogitou vender no mercado brasileiro os modelos Street 500 e 750 - que eram bons produtos e teriam preços competitivos. Certamente aumentariam significativamente os volumes de venda da marca por aqui.Mas na época o cenário político e econômico degringolou, a moeda brasileira derreteu e o plano foi abatido antes mesmo de decolar. Uma pena. Depois disso, a marca americana mudou sua política de negócios para o mundo todo e Harley-Davidson, no Brasil, voltou a ser "moto de rico".
Voltando à X500, trata-se de um projeto racional que visa aumentar as vendas da Harley-Davidson na China, atualmente o maior mercado de motos do mundo. Criada em parceria com a Qinjian, a moto também usa como base um modelo da italiana Benelli, marca também controlada pela chinesa.
Então temos uma moto até bonita e interessante, mas genérica. O motor é bicilíndrico, injetado e refrigerado a água, e rende 47,5 cv de potência com 4,7 kgf.m de torque. Números um pouco superiores à da X350, cujo motor de 353 cm³ com refrigeração líquida entrega 36,2 cv de potência e 3,1 kgf.m de torque máximo.
Outras especificações importantes da X500 são a suspensão dianteira com garfos invertidos e a traseira monochoque, e os freios a disco nas duas rodas - duplo na frente. Em resumo, um conjunto legal, mas nada impressionante.
Comentários