O caro leitor viu aqui, na semana passada, tudo sobre a nova Royal Enfield Himalayan: desde nosso test-ride até um comparativo com as concorrentes no mercado brasileiro de motos.
Pois saiba que, de fato, a Himalayan 450 foi uma das motos que mais me impressionaram nos últimos tempos. Naturalmente não é perfeita - nenhuma moto é -, mas tem atributos interessantes para ser a próxima moto de muita gente.
Resolvemos, então, listar cinco motivos pelos quais a Royal Enfield Himalayan 450 deve ser levada em conta como opção por quem busca uma moto trail de média cilindrada. Confira e diga, nos comentários, se você se convenceu - ou se vai descartá-la e pensar em outro modelo.
Nesse aspecto, a Himalayan 450 chegou sem dar sorte para o azar. Ou para as concorrentes Honda XR 300L Tornado e XRE 300 Sahara, assim como para Yamaha XTZ 250 Lander, Kawasaki Versys-X 300, Zontes T 350X, Triumph Scrambler 400X, BMW G 310 GS e Dafra NH 300.
Simplesmente porque é mais barata e mais equipada do que todas as rivais, e mais potente do que quase todas.
A Himalayan 450 é, sobretudo, uma moto bem completinha. Tem motor refrigerado a água com bons níveis de torque e potência, controle de tração, painel de TFT, modos de pilotagem, boa ciclística e maneabilidade muito satisfatória.
Quer uma moto para usar no trânsito urbano sem sofrer com valetas, lombadas e buracos? A Himalayan 450 dá conta do recado. Quer uma moto para uso eventual na cidade e passeios por vias asfaltadas? A anglo-indiana também vai bem, ao permitir velocidades de cruzeiro seguras de 120 km/h com sobra de força.
Ah, vai encarar terra, pedras soltas e um "offzinho" severo? A Hima 450 também aguenta o tranco - só não vale botá-la em trilhas pesadas, pois não é moto para isso.
A Hima 450 é bem completinha, mas além disso tem uns quitutes bem legais. Um deles é o bonito painel de TFT redondo e colorido, que agora incorpora o navegador curva-a-curva Tripper - que, antes, ficava num reloginho separado. E tem um ajuste de altura do banco que é muito útil e prático - daqueles que pensamos "por que não fizeram isso antes?".
Ao longo de nosso test-ride, que não foi exatamente suave ou fácil, pudemos ver como o novo motor Sherpa 450 é eficiente. Foi bem em todas as faixas de giros - melhor em médias e altas -, respondeu sempre bem e deu conta tanto em âmbito urbano quanto na estrada e no off-road.
Com 40 cv e 4 kgfm de torque, proporcionou uma performance divertida e segura, extremamente coerente com a proposta da moto e seu preço na faixa dos R$ 30 mil aos R$ 32 mil.
A antecessora Himalayan 411 foi lançada no Brasil em 2019. Muita gente gostou da moto e comprou, mas uma certa parcela sofreu com problemas de pré-ignição e desgastes prematuros, além da baixa potência do motor (24 cv).
Nos anos seguintes as deficiências foram resolvidas e até ganho uma versão com "roupa de surfista" - a Scram 411. Mas a fama de "manca" continua até hoje. Será que a Hima 450 vai apresentar algum problema crônico? Impossível saber...
A Royal Enfield tem se esforçado para melhorar o pós-venda: expande progressivamente a rede de concessionários, que já passa de 35 no país, quase dobrou o número de posições de serviço (elevadores) nas oficinas das autorizadas, aumentou absurdamente o estoque de peças e treinou mecânicos.
Mas as peças de reposição originais ainda são caras e ainda há um certo número de reclamações de problemas não resolvidos - já descontados os "haters" de internet, que nem têm moto da marca mas gostam de falar mal.
Não é culpa da moto, não é culpa da Royal Enfield, não é culpa do comprador. Mas sim, muito provavelmente a Himalayan 450 será uma moto "visada". É trail, é média, é leve, anda bem e é novidade. Em grande centros como São Paulo e Rio de Janeiro, há de se ter cuidado e fazer seguro.