Honda CG 2022: aceleramos a guerreira de 45 anos

Em test-ride pelas ruas de São Paulo, modelo mostrou porque é o mais vendido do país desde seu lançamento, em 1976

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Roberto Dutra
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Em meados de junho publicamos aqui o lançamento da linha 2022 da Honda CG. Agora, pouco mais de um mês depois, participamos de um evento organizado pela marca para celebrar os 45 anos de vida dessa best-seller e aproveitamos para fazer um test-ride pelas ruas de São Paulo para conferir as razões de tanto sucesso - a CG é a moto mais vendida do país há 45 anos. Ou seja, desde que foi lançada -  confira uma bem detalhada linha do tempo da CG.

De lá para cá já foram vendidas mais de 13,5 milhões de unidades. É CG pra tudo que é lado, de Norte a Sul do país, em aplicações extremamente variadas - é a moto de baixa cilindrada mais usada para trabalho, para lazer, para mobilidade individual, para transporte de cargas, para ir ao Alasca e para o que mais o caro leitor puder imaginar. Então, vamos dar uma volta?

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Dar um rolé de Honda CG é algo extremamente prazeroso. Claro que passear com a moto é diferente de ralar com ela o dia inteiro, mas nos dois casos vale dizer: a CG é, de fato, a melhor moto do segmento. Existem outras boas opções? Sim. Mas a CG tem uma espécie de "alma" que a difere do resto.

Leve, ágil, eficiente e divertida, a CG chega a 2022 em plena forma: acima a versão Titan
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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Pra começar, essa "alma" está na história que a moto carrega. Quem não sente uma ponta de orgulho ao pilotar um modelo que existe há 45 anos? Claro que o modelo atual é muito diferente daquele lançado em 1976, mas na essência é a mesma moto. Aquela que nasceu bolinha, ficou quadrada, ganhou muitas versões, virou flex...

Outra parte dessa "alma" está na ciclística da CG, quase incompreensível de tão boa. É uma moto leve, ágil, completamente dominável, que interage com o piloto de forma muito dinâmica e obedece a quaisquer comandos em praticamente quaisquer situações. Serpentear entre os carros, passar pelos corredores, andar o dia inteiro sem dar problemas: essa é sua vocação.

A CG é o veículo mais vendido do país: são mais de 13,5 milhões de unidades. Acima a versão Fan
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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A posição de pilotagem é correta e o banco, se não é extremamente confortável, pelo menos tem boa anatomia. Os comandos já foram melhores - o antigo botão de buzina ficava em posição mais intuitiva e era mais amigável que o atual, com uma parte incomodamente pontuda. Do outro lado, o botãozinho de start transmite sensação de fragilidade e pobreza. E cadê o corta-corrente? Sumiu!

O botão da buzina mudou na nona geração. A nova posição é micou menos intuitiva
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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Mas tudo funciona a contento, é fato. E, em contrate, o painel de instrumentos tem uma sacada bacana. A tela de LCD muda de cor de acordo com a luz natural - assim, dá pra ver todas as informações em quaisquer situações. É bem completinho, embora só tenha um hodômetro parcial - uma economia difícil de entender.

O painel tem as informações necessárias e luz de fundo que muda conforme a luz natural
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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O desempenho da moto, porém, é mais que satisfatório. Dentro das limitações naturais de um modelo de baixa cilindrada, a CG responde bem em todas as marchas, enche o motor com relativa rapidez e dá plena conta do recado dentro de sua proposta.

Divertida, também é ótima de curva. Já as frenagens são apenas corretas, mas nada impressionantes. O CBS ajuda e entendemos que um ABS encareceria a moto - que não já não está barata -, mas seria muito melhor.

As suspensões têm cursos de 13,5 cm na frente e de 10,6cm atrás, e oferecem razoável nível de conforto desde que não se pegue uma buraqueira sinistra com a moto. Leve, ágil, divertida, histórica e sobretudo muito confiável, a Honda CG ainda é a rainha das motos de baixa cilindrada. E parece que seu reinado ainda vai durar muitas décadas.

Modelo responde por 27% das vendas de motos no país

A CG chega a quase meio século de vida em plena forma. Das 629.937 motos vendidas no país este ano, de janeiro a julho, nada menos que 170.314 foram CG. Ou seja, sozinho, o modelo responde por 27% das vendas de motos no Brasil. Na linha 2022, foram mantidas as quatro versões de antes e as mudanças foram apenas visuais e pontuais. A moto ainda está em sua nona geração.

Versão top de CG 160 Titan: cores vibrantes, abas de tanque compridas e acabamento caprichado
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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A CG 160 Start é a mais básica e simples. Agora exibe novo design na moldura do painel de instrumentos e na carenagem frontal, mas não tem acabamentos especiais, adornos estéticos nem apêndices aerodinâmicos. Será vendida em três opções de cores - prata metálico, vermelha e preta.

As CG 160 Fan e Cargo também receberam moldura de painel e carenagem de farol novas, mas agregam também acabamentos nas laterais do tanque - agora redesenhadas interna e externamente.

A Fan será vendida em três opções de cores - azul perolizada, vermelha e preta. Para a Cargo a única opção de cor é a branca. Vale destacar que esta versão voltada para o trabalho também sai de fábrica com um bagageiro capaz de suportar até 20 kg.

A rabeta na versão Titan da CG 160 Titan também foi redesenhada e ganhou porte
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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Já a topo de linha, CG 160 Titan, também ganhou moldura do painel, carenagem de farol e laterais do tanque novas - mas estas são exclusivas da versão mais completa, com desenho mais esportivo. Lá atrás, a Titan também exibe rabeta com laterais redesenhadas e mais gorduchas. A topo de linha também terá três opções de cores - cinza metálica, vermelha perolizada e amarela perolizada.

A versão intermediária Fan tem pequenas diferenças em relação à top de linha Titan
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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A mecânica não mudou e continua a mesma para todas as CGs. O mesmo vale para a suspensão dianteira tipo Separated Function Fork (SFF), presente nas CG desde 2018, que usa mola em uma das bengalas e amortecimento hidráulico na outra. Atrás, vai um bichoque com amortecedores de dupla ação e cinco regulagens na carga da mola.

Todas continuam sem opção de ABS e mantém apenas o sistema de freios combinados CBS - quando o piloto aciona somente o dianteiro, parte dessa força é jogado também para o freio traseiro. Na versão Start, os dois freios são a tambor. Nas outras, há disco na roda dianteira.

O motor usa apenas gasolina na versão básica start, mas é flex nas outras versões
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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E o motor é aquele velho conhecido: o monocilíndrico com duas válvulas no cabeçote, refrigeração a ar, injeção eletrônica e 162,7 cm³ de capacidade cúbica. Na Honda CG versão Start, só trabalha com gasolina. Nas versões Fan e Titan, é flex.

Rende potência máxima de 15,1 cv com etanol ou 14,9 cv com gasolina a 8.000 rpm, e torque de 1,5 kgf.m com etanol ou 1,4 kgf.m com gasolina, a 7.000 rpm. O câmbio tem cinco marchas, embreagem com acionamento por cabo e secundária por corrente.

Outra diferença entre a versão básica e as outras está nas rodas, que são raiadas na Start e de liga leve com cinco raios duplos nas outras. Além disso, todas usam o mesmo pneu 80/100 R18 na frente, mas atrás a medida é de 90/90 R18 para Cargo, Start e Fan, e 100/80 R18 para a Titan. Curiosamente o tanque de combustível é menor na topo de linha - 14,6 litros com 3,1 de reserva contra 16,1 litros e 3,2 de reserva nas outras.

Versão básica, a CG 160 Start tem rodas raiadas, tanque sem abas e freio dianteiro a tambor
Crédito: Caio Matos/Divulgação
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Os preços dos modelos são os seguintes: CG 160 Start, R$ 10.520; CG 160 Fan, R$ 11.760; CG 160 Cargo, R$11.900; e CG 160 Titan, R$ 13.040. Esses valores têm como base o Distrito Federal (DF) e não incluem frete. Todas as versões têm garantia de três anos, sem limite de quilometragem, com de sete trocas de óleo gratuitas.

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