Enquanto o mundo inteiro aposta na eletrificação de seus modelos em um futuro próximo, a Kawasaki escolheu um outro caminho, o híbrido, no qual as motos serão movidas por motores a combustão e elétricos. Já havíamos revelado essa decisão da marca japonesa, e agora mais detalhes começam a aparecer: é que a marca registrou novas patentes da Kawasaki híbrida no Japão e na Europa.
A Kawasaki pretende lançar nada menos que 10 motos híbridas (ou somente elétricas) até 2025. Ou seja, em um prazo curtíssimo. Para conseguir isso, e com custos razoáveis de produção e venda, os sistemas híbridos serão relativamente simples e adaptados em alguns modelos que já existem. Em um primeiro momento, a marca aposta em um motor a combustão que trabalhe em conjunto com uma unidade elétrica de 48 volts. Depois, esse conjunto servirá de base para o desenvolvimento de outras combinações.
A ideia é que a moto seja movida apenas pelo motor a combustão em percursos de alta velocidade. Já em trajetos urbanos, de baixa velocidade, o modo elétrico será ativado, inclusive para contribuir para reduzir o consumo de combustível e, no fim das contas, também para aumentar a autonomia da moto. Eventualmente os dois motores poderão funcionar conjuntamente, o que proporcionaria uma espécie de "sobrealimentação" momentânea, que otimizaria o desempenho.
Por falar em desempenho, vale destacar que essa combinação de motores a combustão e elétrico ainda teria outra virtude: proporcionar, ao mesmo tempo, toda a potência do primeiro com a força absolutamente imediata do segundo. Afinal, em motores elétricos todo o torque gerado já está disponível a 1 rpm. Não por acaso a moto escolhida para servir de "cobaia" nas primeiras fases de desenvolvimento do sistema foi a esportiva H2.
Mas, no mundo real, provavelmente a aplicação do sistema híbrido começará por motores menores, como o bicilíndrico de 400 cm³ que equipa o menor modelo da família Ninja.
Pelos desenhos das patentes, o motor elétrico seria instalado próximo à transmissão com uma embreagem adicional para acoplar e desacoplar. Já sua bateria ficaria embaixo do banco. O desafio dos engenheiros é desenvolver componentes compactos, que não aumentem muito o peso total da moto nem ocupem muito espaço.
Outro detalhe interessante é que as baterias serão refrigeradas a ar, e não por líquido como acontece em muitos modelos de propulsão apenas elétrica. Aí surge outra necessidade: aprimorar a aerodinâmica da moto para que essa refrigeração seja eficiente. Será que Kawasaki conseguirá atingir suas metas?