O caro leitor viu aqui, essa semana, em nossa cobertura do Festival Interlagos, que a Kawasaki Eliminator 500 foi um dos lançamentos que pintaram por lá. A moto já havia sido exibida no mesmo evento, na edição do ano passado, e agora foi lançada de fato - inclusive com preço divulgado.
A Eliminator 500 chegará às lojas nos próximos dias. O preço, com frete, é R$ 41.490 para a versão standard e R$ 42.490 para a versão SE - que, a mais, tem tomadinha USB no guidão, pintura bicolor, sanfonas nas bengalas, protetor de escape preto fosco e carenagem de farol.
Aproveitamos o Festival Interlagos para dar umas voltas no autódromo homônimo com a Eliminator 500. São primeiras impressões, fora do habitat natural do modelo - é indicada para uso urbano e pequenas viagens -, mas já pudemos sentir como a moto se comporta.
Monto na moto ali nos boxes e a primeira sensação é de que a Eliminator 500 é menor do que parece. Apesar de ser uma moto de média cilindrada e médio porte, é compacta, magrinha e bem leve. Uma adequada irmã menor da Vulcan 650S - que, diz a Kawasaki, não sairá de linha com a chegada da Eliminator 500.
À minha frente, um painel de instrumentos bonito, porém minimalista. Redondo, tem velocímetro, indicador de marcha, conta-giros, nível de combustível e luzes-espia. E também pode ser conectado ao celular via aplicativo Rideology The App. O guidão exibe boa altura e os punhos têm pegada satisfatória. Até aqui, a Eliminator 500 já deixou boas impressões. Vale destacar que o banco fica a apenas 73,5 cm do solo. Então, mesmo o piloto de baixa estatura vai botar os pés no chão com facilidade.
Saio dos boxes e já nos primeiros metros essa sensação de leveza é reforçada. Bem, de fato 176 quilos em ordem de marcha é um excelente peso, ainda mais se bem distribuídos (a recém-lançada Royal Enfield Super Meteor, também bicilíndrica e com 650 cm³, pesa 240 quilos). E aqui estamos em um modelo cruiser/custom típico: baixo e comprido. Então o centro de gravidade também é relativamente rebaixado.
Chego às duas primeiras curvas no circuito, o "S" do Senna - e a Eliminator proporciona aquela sensação de ser uma velha conhecida. Não é uma moto que você estranha no começo e tem que se habituar com o tempo. Maneável, transmite segurança e confiabilidade.
Entro na reta oposta em terceira e acelero progressivamente, subindo as marchas. O motor bicilíndrico de 451 cm³ despeja seus 51 cv de potência e 4,3 kgf.m de torque de forma suave e progressiva, mas não há aquela sensação de motor "cheio" típica das motos custom - ainda mais das movidas por motores V2.
Aqui vale lembrar que este motor bicilíndrico é o mesmo da Ninja 500 e da Z 500. Ou seja, tem uma calibragem mais voltada para estes tipos de moto, nos quais a potência é mais importante do que o torque.
Não por acaso o pico do torque só vai aparecer lá nas 7.500 rpm e o da potência, nas 10.000 rpm. Então é preciso reduzir as marchas com certa frequência para ter o motor mais "cheio" e respostas mais vigorosas. Do contrário, você terá uma performance relativamente comportada.
Reduzo o que é necessário, o motor se anima e a condução fica mais divertida. Na prática a Eliminator é uma custom/cruiser com performance de naked ou esportiva média. Não é algo ruim, mas não espere botar o câmbio na sexta marcha e esquecer da vida, como nas custom V2 médias ou grandes. De toda forma, a embreagem é assistida e deslizante, então não tenho que fazer força no acionamento repetido e nem me preocupar com travamentos nas reduções mais fortes.
Lá do outro lado do circuito passo pelo trecho mais sinuoso - Ferradura, Laranjinha, "S", Pinheirinho, Bico de Pato e Mergulho - com a mesma leveza e tranquilidade. Percebo, ainda, que é possível inclinar bem a moto sem raspar as pedaleiras no asfalto, o que é ótimo.
Chego à reta principal e ali dou a acelerada mais forte. Vejo que, trabalhando bem o câmbio, a Eliminator chega sem reclamar aos 140 km/h com sobra de potência e força - certamente chega nos 160 km/h. Ou seja, ainda iria bem além disso. Mas, de fato, sua velocidade de cruzeiro e conforto é ali pelos 120 km/h.
Conforto, aliás, também é umas virtudes dessa moto. A posição de pilotagem é agradável, pedaleiras e guidão estão em posições que "conversam" bem e o banco deu a impressão de ser macio o suficiente para não sacrificar o piloto em trajetos curtos e médios.
O mesmo não pode ser dito do espaço dedicado a um eventual garupa: o assento, ali, é licença poética. Além disso, o curso das suspensões - 12 cm nas bengalas convencionais dianteiras e 9 cm no bichoque traseiro - foram muito bem no asfalto lisinho de Interlagos, mas em ruas e estradas cheias de buracos podem ser insuficientes para livrar o piloto dos impactos.
Menos mal que as rodas de liga leve calçam pneus com medidas generosas - 130/70 R18 e 150/80 R16 -, que ajudam bastante nas nesses impactos e também nas paradas. Fiz algumas frenagens fortes e a moto parou dentro de parâmetros esperados - os freios são a disco simples nas duas rodas, mas com ABS em ambas.
Cheguei aos boxes como quem deu uma volta no parque e confesso que essa moto me deixou um gostinho de "quero mais". Mas será que o tanque para apenas 13 litros me deixaria ir muito longe?
A Kawasaki Eliminator é um bom caminho para quem tem alguma moto de baixa cilindrada e quer subir para uma custom/cruiser de média cilindrada leve, ágil, perfeitamente domável, com potencial para acessórios e customizações, e que não vai dar sustos na pilotagem.
Oferta Relacionada: Marca:KAWASAKI Modelo:VULCAN-S