Era questão de tempo para o Festival Interlagos - Motos se consolidar como um dos maiores e mais importantes eventos de duas rodas do mundo. Longe de ter apenas estandes para serem vistos e com forte aposta na interação - principalmente ao proporcionar a possibilidade de experimentação dinâmica das motos no circuito do autódromo José Carlos Pace -, o festival passou a atrair cada vez mais gente a cada edição.
Desta forma, virou a principal vitrine para os lançamentos das marcas presentes no mercado brasileiro de motocicletas. E este ano não é diferente - e muito mais: o Festival Interlagos, que acontece em Interlagos até amanhã, domingo (9/6), teve mais atrações, maior área útil e muitos lançamentos. Alguns, inclusive, muito surpreendentes. Vamos a eles.
A marca indiana cresce progressivamente no Brasil e mostrou os modelos Dominar 160 e Dominar 200 renovados. As motos serão montadas na fábrica da marca em Manaus (AM), e estarão disponíveis nas concessionárias em julho. A planta já está operando, mas a inauguração oficial está prevista para o dia 25 de junho.
As duas Dominar exibem design e grafismos novos, ABS nas duas rodas e quadro e aros pintados na cor cinza. A Dominar 160 tem novos pneus sem câmara - medidas 100/80 R17 na dianteira e 130/70 R17 atrás -, discos de freio maiores (300 mm na frente e 230 mm na roda traseira) e novas funcionalidades no painel, que passa a ter indicador de marchas, média de consumo e autonomia. Os preços são R$ 16.900 e R$ 19.990, respectivamente.
Lançou nada menos que quatro modelos no evento. A linha trail ganha os modelos inéditos F 800 GS, F 900 GS e F 900 GS Adventure. Já a linha de clássicas recebe o reforço da bonita R12, cujo motor é o boxer de 1.200 cm³ que equipava as R 1200 GS. Apesar de ter duas nomenclaturas diferentes, as três F/GS usam o mesmo motor de dois cilindros em linha e 895 cm³. Na F 800 GS, são 87 cv de potência e 9,8 kgf.m de torque. Nas F 900 GS, 90 cv com o mesmo torque.
Já a cruiser R12 é movida pelo conhecido motor boxer de 1.200 cm³ que equipava a geração anterior da R 1200 GS. Com exatos 1.170 cm³, entrega 95 cv de potência e 12 kgf.m de torque. As novas "F" devem chegar às lojas entre julho e agosto, enquanto a R12 é mais pra frente, no segundo semestre. Os preços não foram divulgados.
Quem achava que a marca brasileira andava apagada e em vias de extinção se enganou redondamente. Mais viva do que nunca, a marca mostra três novidades quentes e uma aposta. A principal é a NHX 190, uma motocicleta street urbana derivada da crossover NH 190. Tem visual naked bem transado e o motor é o mesmo da NH 190 - monocilíndrico refrigerado a água, com 190 cm³, 18,4 cv de potência e 1,6 kgf.m de torque.
Outra novidade bacana é o scooter Joyride 300 - um modelo moderno, que tem iluminação full-LED, controle de tração e ABS. O motor é o mesmo do conhecido e veterano Citycom, mas atualizado para pegar o
Promot 5, que entrará em vigor no ano que vem. São 278 cm³, 25 cv de potência e 2,6 kgf.m. As novidades chegarão às lojas nos segundo semestre.
Além de NHX 190 e Joyride, a marca mostrou o Maxsym 400i com design atualizado e o ADX 150, um scooter com pegada aventureira, design "inspirado" no do Honda ADV 150 e todo modernoso - tem tanque para 15 litros, full-LED, painel de TFT, suspensão traseira monochoque e outros quitutes. O motor de 149,6 cm3 rende 14 cv de potência e 1,4 kgfm de torque. O ADX está lá para "pesquisa de receptividade". Se atrair muitos olhares, poderá chegar às lojas.
O design italiano continua irresistível e prova disso é a nova Diavel V4, uma das duas novidades da marca em Interlagos. Mais bonita e musculosa do que a geração anterior - que já era linda -, a sucessora ainda é equipada com o motor Granturismo V4 que já vemos na Panigale e em versões da Multistrada. São 168 cv de potência e 12,8 kgf.m de torque. O preço anunciado surpreendeu: R$ 140 mil - não é barato, claro, mas nos parâmetros atuais é bem coerente com o que a moto entrega.
A outra novidade é a Multistrada V4 Rally Adventure, mais uma versão da big trail. Tem visual incrementado com grafismos exclusivos e o motor - o mesmo V4 da Diavel - entrega obtusos 208 cv de potência com 12,6 kgf.m torque. Tudo isso para módicos 178 quilos de peso (a seco). O preço do brinquedão? R$ 149.990
A marca americana já havia lançado as novas gerações dos modelos Street Glide e Road Glide, mas o primeiro contato das duas motos com o público acontece no Festival Interlagos. As duas são equipadas com o mesmo motor Milwaukee-Eight de 117 polegadas cúbicas - 1.923 cm³ -, que rende 107 cv de potência e 18 kgf.m de torque.
Ambas exibem design renovado, que pode provocar polêmicas entre os harleyros mais conservadores. Principalmente a Road Glide, cujo farol dianteiro estilo Variant dos anos 80 sempre foi uma atração e agora é composto por uma lente única, grande e de contornos irregulares. O preço é o mesmo para as duas: R$ 175.500. Achou caro? Pois lá no estande também está a CVO Road Glide ST, que sai por R$ 247.450.
A marca surpreendeu todo mundo ao mostrar a nova XR 300 L Tornado. A sucessora da antiga XR 250 Tornado foi mantida em sigilo até o último minuto e pegou todo mundo de surpresa. Mas... a Honda não revelou especificações nem preços, e disse apenas que a moto será lançada em julho próximo.
Será uma alternativa mais off-road à XRE 300 Sahara - com a qual deverá compartilhar componentes - e certamente vai vender que nem pão quente, ajudando a marca a manter sua liderança absoluta no mercado brasileiro.
O Festival Interlagos tem sido palco para grandes lançamentos da Kawasaki e este ano nada mudou: a marca apresenta por lá nada menos que quatro motos: Ninja 500, Z500, Eliminator e ZH2. As três primeiras compartilham a mesma base e o motor bicilíndrico refrigerado a água de 451 cm³, que na Eliminator rende 51 cv de potência e 4,4 kgf.m. Aliás, a marca diz que a cruiser Vulcan 650S não sairá de linha com a chegada da Eliminator.
O preço da nova custom já foi revelado: R$ 41.490 na versão standard e R$ 42.490 na versão SE, que tem pintura bicolor, sanfonas nas bengalas, tomadinha USB e moldura no farol. Já a ZH2 é uma moto de outro planeta: o motor de 998 cm³ tem sobrealimentação por compressor (supercharger) e alcança 200 cv de potência e 14 kgf.m de torque.
A marca anglo-indiana investe cada vez mais no mercado brasileiro, onde tem feito sucesso e visto suas vendas crescerem exponencialmente. No Festival Interlagos, surpreende ao exibir, pela primeira vez no país, a Shotgun 650. A fabricante classifica a Shotgun 650 como roadster, mas na prática trata-se de uma bobber - tipo de moto com banco apenas para piloto e traseira (caidinha").
A Shotgun 650 é uma derivação da Super Meteor 650, que tem pegada mais custom. Compartilha componentes, mas tem para-lamas, rodas e tanque próprios. O modelo chegará às lojas entre agosto e outubro, dependendo dos trâmites de homologação - que, neste momento, estão em atraso por conta de greves de servidores.
Bonita e charmosa, a Shotgun 650 causou furor e deverá fazer o mesmo sucesso que modelos como Meteor 350, Hunter 350 e a própria Super Meteor 650, que tem fila de espera. O preço da Shotgun não foi revelado, mas deverá ser próximo aos da Super Meteor 650 - na faixa dos R$ 35 mil.
As duas novidades da Suzuki no Festival Interlagos o caro leitor já viu aqui no WM1: a naked GSX-8S e a trail média V-Strom 800 DE. Ambas usam o mesmo motor bicilíndrico de 83 cv de potência e 7,9 kgf.m de torque. As duas também têm outra coisa em comum: mudam a linguagem estética da Suzuki com seus conjuntos óticos compostos por projetores verticalizados, de aspecto futurista e exótico.
A GSX-8S é uma naked agressiva com outros detalhes visuais interessantes, como a ponteira de escape pequena e discreta, enquanto a V-Strom DE é uma trail de cilindrada média/grande com rodas raiadas, suspensões altas e boa aptidão para o fora-de-estrada. A GSX-8S custa R$ 51.500 e a V-Strom 800, R$ 67.500.
A novidade no estande é a Daytona 660, uma esportiva de média cilindrada que usa o mesmo motor da naked Trident e da crossover Tiger Sport. É um tricilíndrico de 660 cm³ que entrega notáveis 95 cv de potência com 7 kgf.m de torque. Bonita, leve - 201 quilos em ordem de marcha - e potente, pode até não agradar aos fãs das Daytona antigas, que tinham motores maiores, mas certamente é capaz de proporcionar muita diversão. Custa R$ 55.990.
As outras duas atrações da marca no evento são as já lançadas Speed 400 e Scrambler 400X - e a Triumph anunciou por lá que os preços continuam inalterados - R$ 29.990 e R$ 33.990, respectivamente.
Foram necessários quatro anos de espera, mas finalmente a Yamaha anunciou a chegada da Ténéré 700 ao mercado brasileiro. Também conhecida como "T7", a trail de média cilindrada era aguardada e cobiçada por aqui durante todo esse tempo, desde que foi lançada lá fora. Mas nunca chegou por dificuldades de homologação - segundo a fabricante, na questão de emissões de ruídos, cujos testes para aprovação no Brasil têm critérios que só existem aqui.
Mas parece que o drama foi resolvido e agora a moto foi anunciada com pompa e circunstância - mas a pré-venda só começará no primeiro trimestre de 2025 e os preços, claro, não foram revelados. Apostamos em algo na faixa dos R$ 65 mil, pois acima disso a moto não seria tão competitiva apesar das paixões que ainda desperta mesmo depois de quatro anos de espera (cinco, em 2025). Alta, imponente, algo exótica, radical e apta ao off-road brabo, a T7 tem motor de 689 cm³ com duplo comandos e oito válvulas, para entregar 73,4 cv de potência máxima e 6,9 kgf.m de torque.