Na hora de decidir qual capacete comprar há uma série de variáveis com as quais você vai se deparar. A primeira é o preço, já que há modelos que alcançam o valor de milhares de reais ou ficam abaixo dos R$ 100. O material usado na fabricação também é outro detalhe com o qual você vai se deparar.
Há, ainda, aspectos legais que devem ser respeitados na hora de adquirir o seu capacete. Escolher um que está fora das especificações previstas na legislação pode levar a multa, além de te impedir de seguir viagem caso seja parado em uma blitz.
Existem opções de capacetes cujos preços vão de R$ 80 a mais de R$ 3.000. Não é preciso ir lá em cima e nem lá em baixo. Basta usar o bom senso para perceber que produtos a partir de R$ 600 já oferecem boa margem de segurança e conforto sem depenar o seu bolso. É importante refletir que, dentro do capacete, está a sua cabeça - e não a do vendedor nem a do seu amigo que recomenda o baratinho. Pense, enquanto pode, pois uma lesão pode trazer sequelas graves ao cérebro.
Em teoria, todo capacete aprovado pelos órgãos de certificação é eficiente. Mas existem situações que precisam ser analisadas. Com relação ao preço, o plástico injetado é mais barato por causa do processo de produção. Por ser injetado, a fábrica produz milhares de peças por dia, e isso reduz o custo industrial e o preço final. Já os capacetes feitos com fibras (ou compósitos) são quase artesanais. Por isso, o volume de produção é baixo e o preço final é maior.
Mas existe uma diferença estrutural: os capacetes com calota de fibra suportam mais de uma pancada no mesmo ponto, enquanto o de plástico não. Ou seja, no aspecto segurança os capacetes com calotas de fibra são mais eficientes.
Embora não exista lei que determine a validade do capacete, qualquer equipamento têxtil que envolve segurança precisa ser substituído após cinco anos, independentemente do uso. Um bom exemplo? Pneus. Claro que há casos que reduzem esse período, como a queda (com a cabeça do motociclista dentro), mesmo que aparentemente não tenha provocado nenhum dano estrutural. Como o capacete é um item feito para dissipar energia, às vezes o impacto ocorre em um ponto mas aparece uma fissura no lado oposto. Se o capacete tocou no solo durante a queda, precisa ser trocado. Nada de lixar e pintar por cima.
Outro fator que acelera o desgaste é o constante tira e põe. Motociclistas que trabalham com entregas botam e tiram o capacete várias vezes por dia. Essa ação amassa a camada de estireno (isopor) que reveste internamente o casco e deixa o capacete “largo”. Se o capacete ficou folgado na cabeça, é hora de trocar.
Não. Na verdade é feito para ser deformável e flexível, justamente para dissipar as ondas de choque. O que efetivamente protege o crânio não é o casco, mas a camada de estireno que funciona como um colchão.
Se tiver o selo ou a etiqueta de certificação dos órgãos de normatização, é permitido. No entanto, é obrigatório que tenha viseira ou que seja usado sempre com um óculos de proteção. Esses óculos podem ser de uso para trabalho (EPI) que custam muito barato e são vendidos em lojas de material de construção. Óculos de grau e escuros não são considerados óculos de proteção. O capacete aberto não oferece o mesmo grau de proteção de um integral (fechado), especialmente em caso de queda frontal, pois deixa maxilar, boca e dentes bem mais vulneráveis.
Da mesma forma que o do tipo Jet, o capacete basculante - também conhecido pelo apelido de "Robocop" -, é seguro se for homologado. Mas não adianta usá-lo com a frente levantada - aí se torna um Jet. Quando fechado, esse modelo oferece um bom nível de proteção - mas não tanto quanto um capacete integral, porque o sistema basculante é um ponto de menor resistência.
Mais uma vez: se foi aprovado pelos órgãos certificadores, é seguro. No entanto, se o capacete for usado em competições ou track-days, recomenda-se o fecho por argolas de metal porque é um mecanismo a menos para se preocupar. No caso das fivelas de engate rápido, o mecanismo muitas vezes é de plástico e, como tudo que é feito desse material, tem um desgaste mais rápido e resistência menor do que o metal.
Sim, nada impede que um capacete seja pintado. Mas deve-se observar alguns cuidados: colar novamente os adesivos refletivos e observar se há o código de certificação costurado na fivela ou na etiqueta interna, para que possa comprovar sua certificação independentemente do selo externo, que será perdido com a pintura.
Durante o dia, sim. Mas depois do pôr do sol é preciso trocar pela cristal - transparente. A viseira espelhada foi proibida mesmo durante o dia por questões de segurança pública - impede a visualização do rosto do motociclista.
Essa é a questão mais polêmica sobre os capacetes. A lei determina que marca/modelo devem ser certificados e que a unidade deve apresentar etiqueta ou adesivo que identifique a normativa de aprovação. Portanto, o selo não é necessariamente obrigatório. O problema é que essa etiqueta interna se apaga rapidamente. Então, melhor ter o selo no casco.
Mais uma questão complicada, porque a lei diz respeito à marca/modelo. Então, teoricamente sim. Mas a lei brasileira – como sempre – dá margens a interpretações flexíveis, porque afirma textualmente que a unidade deve trazer o selo ou a etiqueta de certificação pelo instituto de homologação brasileiro. Isso, no fim das contas, impede o uso de um equipamento comprado no exterior. Ou seja, na prática não pode.
Em primeiro lugar saiba que a idade mínima para andar na garupa é sete anos. Sim, e a criança deve usá-lo. Um capacete largo pode até piorar os danos em caso de acidente porque o excesso de peso pode agravar uma lesão cervical. Todo equipamento para criança deve ser do tamanho adequado.