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Mercado de motos: as peculiaridades vistas em 2023

Honda CG foi a líder como sempre, mas em outros segmentos tradição e preço não foram tão importantes. Confira a análise

por Roberto Dutra

O caro leitor viu aqui, ontem e anteontem, que o mercado brasileiro de motocicletas, motonetas e scooters cresceu 16,1% em 2023 em relação a 2022, e chegou a emplacar mais de 1,5 milhão de unidades ao logo dos 12 meses do ano passado. E viu, também, o ranking com os modelos mais vendidos em 2023.
A líder de vendas, claro, foi a Honda CG 160 - como já é há uns 40 anos. E a CG, obviamente, também foi a mais emplacada no segmento das city/street. Até aí, nenhuma surpresa.
A novidade nesse segmento foi a Honda CB 300F Twister, substituta da CBX 250F Twister. Lançada no início de 2023, a naked mostrou a que veio e alcançou a segunda colocação, posição que tradicionalmente era ocupada por sua antecessora. Então, tudo em casa.

25 ano de sucesso

Mas alguns outros segmentos também trouxeram peculiaridades que merecem ser citadas. No que engloba scooters e cubs, vimos um domínio total da Honda, que ocupou as cinco primeiras posições.
Mais interessante, ainda, é ver que o modelo mais vendido foi a Honda Biz, motoneta criada especificamente para o mercado brasileiro que recentemente completou 25 anos! E em segundo lugar ficou a Honda Pop 110i, modelo espartano que encontra compradores no país inteiro, mas especialmente na região Nordeste.
Já entre as trail/fun de baixa cilindrada - um segmento habitualmente bem concorrido - o tradicional embate entre Honda XRE 300 e Yamaha XTZ 250 Lander mudou. Enquanto a Honda suspendeu temporariamente a produção da XRE (a marca alegou dificuldade de insumos), a Yamaha alavancou a produção da Lander. Resultado: a Lander fechou o ano em segundo lugar, à frente da XRE - que ficou em terceiro (na liderança, claro, a eterna NXR 160 Bros).
Na reta final do ano passado, a XRE voltou a ser produzida, mas apenas para atender às compras via consórcio. E logo depois saiu de linha para dar lugar à nova XRE 300 Sahara, que começa a ser vendida este mês. Será que tudo mudará de novo?
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Preço não é problema

No segmento acima, o das maxitrail, não houve surpresas: a BMW R 1250 GS foi a líder absoluta. O que chama a atenção aí é justamente o fato de uma moto que custa mais de R$ 100 mil ser a líder, enquanto outros modelos bem mais baratos e igualmente eficientes fiquem bem para trás. A Triumph Tiger 900, por exemplo, ficou em terceiro (Honda CB 500X entre as duas). E a Tiger 1200 nem aparece entre as "cinco mais".
A Yamaha MT-03, por sua vez, consolidou sua liderança absoluta entre as naked/roadster. Ajudada pelo preço mais baixo que os das rivais, que têm motores maiores, vendeu mais que o dobro da segunda no ranking, a Honda CB 500F.
O que não cansa de surpreender nesse segmento, porém, é o desempenho sempre bom da nervosa e cara Yamaha MT-09, que fechou o ano em terceiro, à frente inclusive da um pouco menor e mais barata, mas tão boa quanto, Yamaha MT-07.

Domínio anglo-indiano

A anglo-indiana Royal Enfield, por sua vez, passou a mandar definitivamente no segmento das custom/classic. As três "irmãs" com o mesmo conjunto de chassi e motor - Meteor, Classic e Hunter - ocuparam as três primeiras posições. Em quarto ficou a bem mais cara Kawasaki Vulcan 650 S.
Entre as esportivas de todos os tamanhos, mais uma vez a Yamaha dominou com o custo/benefício. A líder isolada foi a YZF-R3, que não por acaso usa o mesmo conjunto de chassi e motor da MT-03. Deixou sua rival direta, a ótima Kawasaki Ninja 400, em segundo lugar. Surpresa mesmo é o terceiro lugar da BMW S 1000 RR, que é muito mais cara que as duas, mas sempre apresenta bom desempenho de vendas.
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"Moto de rico"

Por fim, as touring. Aí não teve pra nenhuma rival: a Harley-Davidson ocupou as cinco primeiras posições do ranking de vendas. Tudo bem que são volumes modestos - afinal, são modelos caríssimos que concorrem com outros modelos caríssimos, de marcas como Honda e BMW. Mas é assim que entendemos como a Harley-Davidson, que voltou a ser "moto de rico", continua viva no mercado brasileiro.

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