O segmento de moto custom têm uma legião de fãs. De qualquer tamanho ou cilindrada, remetem à ideia de passeios, viagens, vento no rosto e um certo glamour. Na realidade brasileira, as pequenas também servem para o dia-a-dia até com algumas vantagens em relação às street e, mais importante ainda, são a porta de entrada para o "universo estradeiro".
Por isso mesmo mostramos aqui as três motos que, atualmente, disputam o gosto dos compradores de modelos custom de baixa cilindrada. Dafra Horizon e as Haojue Chopper Road e Master Ride, todas com motores de 150 cm³, servem bem a esse público. Embora tenham algumas coisas em comum, também têm diferenças marcantes que podem definir a escolha. Confira abaixo nossa análise nesse comparativo, veja qual se adequa mais ao seu orçamento e bons rolés!
Das três, a moto custom da Dafra é a que tem mais tempo de mercado (foi lançada em 2016) e o design mais clássico e mais bem resolvido. Exibe muitos cromados e linhas claramente inspirado nas Harley-Davidson Sportster XL 883R. Vem com belas rodas de liga leve, banco com caimento ao estilo "badlander" e adesivos no tanque que remetem sem pudores à "bandidona" da marca americana.
A moto ainda tem freios com sistema combinado CBS, lanterna em LED e painel que combina mostradores analógico e digital, pedaleiras largas e avançadas, e guidão levemente elevado.
O desempenho da moto custom da Dafra, como nas outras, é limitado - algo natural para uma moto de baixa cilindrada com vocação para passeios sem compromisso com a hora. Suas principais vantagens são o preço mais baixo entre as três, o visual bonito, o fato de ser a única das três com partida elétrica e por pedal (nas outras, só elétrica) e ser um pouco mais potente que as concorrentes.
As desvantagens são o reduzido número de concessionárias Dafra e, por tabela, a dificuldade na obtenção de peças. Não as de desgaste, como pneus, pastilhas de freio ou filtro de óleo, que são genéricas, mas de acabamento - aquelas que você precisa em caso de danos causados por um tombinho ou batidinha. Além disso, o tempo de garantia é menor - um ano, contra dois anos das Haojue.
Motor: monocilíndrico, carburado, refrigerado a ar e óleo, 149 cm³, potência máxima de 12,8 cv a 7.000 rpm e torque de 1,3 kgf.m a 5.500 rpm. Partida elétrica e por pedal
Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente
Suspensões: garfos telescópicos na frente e bichoque traseiro
Freios: disco na frente e tambor atrás, com CBS
Dimensões e peso: 2,10 m de comprimento, 1,43 m de entre-eixos, 87,5 cm de largura, 1,16 m de altura, 72 cm de altura do banco, vão livre de 14,5 cm e 130 kg a seco
Pneus: 90/90 R18 na frente e 130/90 R15 atrás
Tanque: 14 litros
Garantia: um ano
A Chopper Road 150 é um sucesso de vendas desde que foi lançada, em 2017. Chegou com o status de ser a "sucessora" da Suzuki Intruder 125, um modelo muito bem-sucedido que sempre teve - e ainda tem - uma legião e fãs. Aliás, muita gente não sabe, mas a Chopper Road é feita pela mesma fabricante da Intruder - que, originalmente, também é uma moto da Haojue chinesa!
Isso, ao contrário de ser um empecilho, ajudou a moto custom da Haojue a emplacar no mercado. Afinal, em teoria exibe as mesmas características de robustez, economia e manutenção fácil e barata da "japonesa". De fato, assim foi: a Chopper Road 150 vendeu muito bem no começo e depois deu uma estabilizada natural, mas ainda é uma moto bem vista e cobiçada. Tanto que a Haojue lançou, este ano, a Master Ride 150, mas não tirou a Chopper de linha.
O design é mais discreto que o da Dafra Horizon 150 e tem um certo "jeitinho chinês" de ser. É mais curta e compacta, tem algumas peças cromadas, variedade de cores e uma lanterna que não combina com nada, mas no geral agrada - é uma moto muito simpática. Com quase cinco anos de mercado, já deu provas de ser robusta. Aqui, os freios também são com sistema combinado CBS.
Esta é uma de suas vantagens, junto com a manutenção fácil e barata (embora mais cara que a da Intruder), a facilidade de ser equipada com acessórios que a turma custom gosta (sissy-bar, comando avançado, alforges etc), o maior vão livre das três (bom para superar quebra-molas e afins) e a valorização das usadas. As desvantagens dessa moto custom são o desempenho contido, o pequeno tanque de combustível (embora seja muito econômica) e a ainda limitada ofertas de peças paralelas, o que leva o proprietário a ficar relativamente "preso" às concessionárias.
Motor: monocilíndrico, carburado, refrigerado a ar e óleo, 149 cm³, potência máxima de 11,2 cv a 8.000 rpm e torque de 1,1 kgf.m a 6.000 rpm. Partida elétrica
Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente
Suspensões: garfos telescópicos na frente e bichoque traseiro
Freios: disco na frente e tambor atrás, com CBS
Dimensões e peso: 1,99 m de comprimento, 1,28 m de entre-eixos, 81 cm de largura, 1,15 m de altura, 74,5 cm de altura do banco, vão livre de 18,5 cm e 123,5 kg a seco
Pneus: 90/90 R18 na frente e 100/90 R16 atrás
Tanque: 9,5 litros
Garantia: dois anos
A moto custom mais cara das três é, também, a mais nova. A Master Ride 150 foi lançada em agosto e chegou ao Brasil ainda sob os reflexos da pandemia mundial de covid-19, que levaram fábricas e fornecedores a paralisar ou reduzir muito suas atividades no mundo inteiro. Não por acaso, sua chegada atrasou alguns meses.
De certa forma, a vinda Master Ride é fruto da aceitação da Chopper Road: se a primeira fez enorme sucesso, porque não apostar ainda mais no segmento? Assim fez a JTZ Indústria e Comércio de Motos, que para quem não sabe é controlada pelo mesmo grupo "dono" da J. Toledo da Amazônia, representante Suzuki no Brasil.
Deu certo: a chegada da Master Ride foi cercada de expectativas e a moto vendeu tudo o que podia nesses cinco meses. Tudo mesmo: agora, há fila de espera e, segundo nossas fontes na Haojue, a coisa só vai normalizar mesmo lá para março - claro que chegarão lotes antes disso, mas com frequência regular, só daí em diante.
Para quem curte, o barato da Master Ride é o design mais ousado entre as três, que remete ao da falecida Harley-Davidson V-Rod e derivadas. É uma coisa mais "power custom", com aspecto baixo e comprido, farol destacado em forma de diamante, acabamentos nada discretos, um painel sobre a mesa superior e outro sobre o tanque e um jeitão mais sofisticado. A moto ainda vem com baús laterais de fibra, protetores de motor e de baús e sissy-bar (encosto para garupa).
Ou seja, além de ser a mais ousada das três, também é a mais equipada. Esse visual mais agressivo é um de seus pontos positivos, mas também pode ser listado como negativo porque frequentemente a turma que gosta de moto custom torce o nariz para "revoluções". Aí, vai ao gosto do freguês. A posição de pilotagem com pernas sobradas naturalmente, em posição bem confortável, é uma de suas vantagens, assim como a garantia de dois anos - a mesma da Chopper Road, e bem superior à da Dafra Horizon.
Vale destacar, ainda, que o motor, embora seja o mesmo da Chopper Road, é injetado, e não carburado como na outra Haojue e na moto da Dafra. Os freios também têm sistema combinado CBS. Os principais aspectos negativos são a obtenção de peças somente nas concessionárias e o pouco tempo de mercado.
Motor: monocilíndrico, injeção eletrônica, refrigerado a ar e óleo, 149 cm³, potência máxima de 12,1 cv a 8.000 rpm e torque de 1,1 kgf.m a 6.000 rpm. Partida elétrica
Transmissão: câmbio de cinco marchas com secundária por corrente
Suspensões: garfos telescópicos na frente e bichoque traseiro
Freios: disco na frente e tambor atrás, com CBS
Dimensões e peso: 2,10 m de comprimento, 1,39 m de entre-eixos, 78 cm de largura, 1,10 m de altura, 72,5 cm de altura do banco, vão livre de 15 cm e 136 kg a seco
Pneus: 90/90 R18 na frente e 100/90 R16 atrás
Tanque: 10,7 litros
Garantia: dois anos
As três pequenas custom atendem bem ao que esse segmento demanda. Mas cada uma oferece uma particularidade que a outras não têm. Quem busca um design mais clássico para desfilar bonito e sabe se virar bem ao precisar de eventuais reparos ou com a procura de peças difíceis pode investir na Dafra Horizon. Quem quer vida fácil, pouca preocupação e uma moto para usar bastante sem ter problemas e sem ser "visado" deve optar pela Haojue Chopper Road. E para quem busca um visual mais modernoso e agressivo, gosta de ser visto e faz questão de uma posição de pilotagem bem custom, vale a pena entrar na fila da Haojue Master Ride.