Motos “automáticas” viram mania na Colômbia

Segmento de scooters já é o segundo mais popular no país vizinho. Salão de Motos em Medellín apresentou novidades

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Agência Infomoto
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O mercado de motocicletas da Colômbia é o segundo maior da América do Sul. Com mais de 500 mil motocicletas vendidas em 2017 fica atrás apenas do Brasil. Mais da metade (53,7%) são motos street de baixa capacidade cúbica – até 180 cc – montadas no país pelo sistema CKD por marcas indianas, como a Bajaj, líder do mercado, além das gigantes japonesas.

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Yamaha adotou injeção eletrônica no BWS X, um dos modelos mais vendidos da marca
Crédito: Arthur Caldeira
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Um cenário bastante semelhante ao Brasil, exceto pelo fato de que, por aqui, a Honda é a campeã de vendas. Outra diferença é que, na Colômbia, os scooters já assumiram a segunda posição na preferência dos consumidores. No ano passado, foram vendidas cerca de 51.000 unidades, o que corresponde a 10% das motos emplacadas.

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A depender dos fabricantes essa tendência de crescimento dos scooters, ou “de las motos automáticas”, como são chamadas na Colômbia, deve continuar. Alguns dos principais lançamentos durante a 12ª edição da “Feria de las 2 Ruedas” (feira das duas rodas), realizada entre 3 e 7 de maio, na cidade de Medellín, eram scooters.

Honda já vende o PCX (ao fundo) e lançou o novo Dio 110 na Colômbia
Crédito: Arthur Caldeira
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Segunda no ranking de vendas da Colômbia em 2017, a Yamaha apresentou uma nova versão do seu modelo mais vendido. O scooter BWS X de 125 cc recebeu freio a disco nas duas rodas e injeção eletrônica para manter o reinado. “A Crypton também ganhou injeção, para atender à Euro 3 (norma de emissão de poluentes), mas as motonetas estão perdendo espaço para os scooters”, revelou o Chefe de marca da Incolmotos Yamaha, Carlos Ovidio Montoya.

A joint venture da marca japonesa tem uma linha de montagem em Girardota, cidade da área metropolitana de Medellín, onde produziu quase 100 mil unidades no ano passado. O scooter NMax, também vendido no Brasil, é oferecido em duas versões na Colômbia: com ABS, como aqui; e na versão “S”, sem o sistema antitravamento. Com preço mais em conta, o NMax S disputa mercado com o Honda PCX 150.

 Mulheres, que compraram 31,6 % das motos em 2016, estão procurando o scooter pela comodidade
Scooter Colômbia
Legenda: Mulheres, que compraram 31,6 % das motos em 2016, estão procurando o scooter pela comodidade
Crédito: Arthur Caldeira
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Novos motociclistas

De olho no público entrante, a Honda lançou um scooter menor e ainda mais barato do que o PCX. Com freios combinados e tomada 12V sob o banco, o novo Dio tem motor de 110cc e vai custar 4.210.000 pesos colombianos (cerca de R$ 5.500) para atrair novos motociclistas. Afinal, nos últimos 12 anos, o número de motos registradas na Colômbia quadruplicou. Em 2006, eram 2 milhões de veículos de duas rodas registrados no país. Em 2018, estima-se que esse número vá chegar a 8 milhões – a Colômbia tem hoje quase 48 milhões de habitantes.

Na Feria 2 Ruedas deste ano, a Suzuki lançou o Let´s, seu primeiro scooter na Colômbia
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A Suzuki apresentou seu primeiro scooter na Colômbia. O Let´s tem motor de 112 cc, rodas aro 10 e câmbio CVT para facilitar a vida de quem quer se mover pelo tráfego engarrafado de Medellín sem gastar muito. O consumo promete 195 km por galão, medida usada no país. São 51 km/litro.

A indiana Hero, há quatro anos no país, acrescentou a tecnologia “Smart Drive” ao seu scooter Dash de 125cc. O sistema desliga o motor em paradas por mais de quatro segundos para economizar combustível. “Os clientes procuram as automáticas porque são mais fáceis de pilotar”, revela a vendedora Ingrid Mejia Peña, de Florencia, cidade a 600 km da capital, Bogotá.

Novo scooter da Hero, o Dash 125, tem sistema "start & stop" para economizar combustível
Crédito: Arthur Caldeira
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Mais fáceis e cômodas

Na área de test-ride da Feira das Duas Rodas em Medellín, alguns dos mais de 60.000 visitantes dos três dias de evento aberto ao público aproveitavam para conhecer, na prática, os lançamentos. A estilista Alexandra Ibarbo, 28 anos, já pilota um Kymco Agility 125 no dia-a-dia. “Preferi o scooter porque é mais fácil”, conta. A jovem de 28 anos queria um scooter mais novo e potente. Deu algumas voltas no Crox 180 da taiwanesa SYM, que tem freios combinados, injeção eletrônica e motor de 12 cv.

SYM vende somente scooters, como o Crox 180, na Colômbia
Crédito: Arthur Caldeira
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“Além de fáceis, são mais confortáveis”, confessou Melissa Granda, moradora de Medellín. Há um ano, ela pilota uma Dynamic 125 da AKT, empresa que vende motos e scooters de origem chinesa, para ir e voltar da faculdade. Estava de olho no novo BWS X da Yamaha. “Não penso em ter uma moto. Um scooter faz tudo que eu preciso”, analisou a estudante de 21 anos.

A oferta de novos modelos também é impulsionada pelas mulheres que usam o scooter no dia-a-dia. Em 2011, apenas 11% dos compradores de motos novas eram do sexo feminino. Em 2016, esse número praticamente triplicou, chegando a 31,6%.

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