Quem acha que as motos elétricas ainda são algo muito distante da realidade deve começar a repensar seus conceitos. Mesmo que ainda que não vendam tanto nem sejam tão populares quanto as movidas por motores a combustão, já existem há tempos, ganham cada vez mais mercado e são vistas pelas fabricantes como um caminho sem volta.
Esta semana tivemos três novidades nessa área: a brasileira Voltz lançou uma versão da EVS para uso em delivery, a Honda anunciou que planeja três novidades elétricas até 2024 e a sueca Husqvarna revelou um conceito que dará origem a um modelo de produção. Não é pouco. Vamos a elas:
A Voltz, empresa brasileira que iniciou suas operações em novembro de 2019, tem 24 concessionários no país e já vendeu mais de 1.500 motos e scooters elétricos, lançou a Work, uma versão de sua bonita moto elétrica EVS. Enquanto a configuração normal roda 180 quilômetros com uma carga de bateria, a Work promete uma autonomia de 240 quilômetros.
Isso se deve, principalmente, ao desempenho mais manso - a máxima é de 85km/h, contra 120km/h na versão "civil". Quem anda de moto mais rápido do que deve pode até reclamar, mas por se tratar de um modelo voltado para o trabalho - e que deve ser conduzido com civilidade, como qualquer outro -, está mais do que bom.
As vendas da EVS Work devem começar em julho e o preço da moto deverá ficar entre R$ 14 mil e R$ 16 mil. Para facilitar a compra, a Voltz fechou uma parceria com o iFood e outras empresas do ramo de delivery. Estas empresas oferecerão uma linha de crédito especial para os entregadores, que ainda poderão ter isenção de IPI e IOF.
Enquanto isso, lá fora, o CEO da Honda Motor, Toshihiro Mibe, disse à imprensa durante uma coletiva que a marca pretende eletrificar toda a sua gama de automóveis até 2040 - ou seja, eliminar os motores a combustão dos veículos de quatro rodas. Mas, e as motos?
Bem, a Honda pretende lançar três novas motos elétricas até 2024. Não por acaso, a marca firmou recentemente um acordo com Yamaha, KTM e Piaggio para o uso de baterias padronizadas e intercambiáveis. As baterias fornecidas para as quatro marcas seriam iguais, e por isso poderiam ser usadas por quaisquer modelos elétricos que vierem a produzir.
Em escala, isso poderia reduzir o preço das baterias, que ainda é relativamente elevado, e ajudaria a criar métodos mais eficientes para seu descarte ou reaproveitamento via reciclagem.
A Honda pretende ter, a princípio, dois scooters elétricos (com desempenhos semelhantes aos de modelos com motores de 50 cm³ e 125 cm³) e uma moto elétrica equivalente a uma 125 cm³, naquele prazo até 2024. E, estão nos planos um outro modelo elétrico no segmento "fun", com capacidade superior, mas esse é um projeto mais a médio prazo.
Por fim, temos a Husqvarna sueca - que revelou essa semana o conceito elétrico E-Pilen. O protótipo segue as linhas de modelos já conhecidos da marca, como a Vitpilen e a Svartpilen, e deve dar origem a uma nova moto de produção.
A E-Pilen será a primeira moto elétrica da marca e terá motor elétrico com potência de 8 kW - o equivalente a uns 11 cv. A autonomia prevista é de cerca de 100 quilômetros - pode parecer pouco, mas nunca é demais lembrar que esses modelos elétricos pequenos são fundamentalmente urbanos.
A bateria poderá vir do acordo de peças padronizadas e intercambiáveis citadas acima, pois a Husqvarna pertence ao Grupo Pierer Mobility, que também é dono da KTM, a fabricante austríaca que assinou o termo de cooperação Honda, Yamaha e Piaggio. A versão final da E-Pilen deverá ficar pronta no ano que vem .
Veja abaixo um vídeo sobre a E-Pilen: